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Bistrô: o requinte do simples

Bistrô: o requinte do simples
É uma delícia encontrar restaurantes do tipo “bistrot”, quando estamos com fome, afim de um papo, ou querendo um cafézinho…

É uma delícia encontrar restaurantes do tipo “bistrot”, quando estamos com fome, afim de um papo, ou querendo um cafézinho…

Um bistrô francês no Brasil é diferente de um “bistrot” realmente francês. Para começar, o nome – a palavra “bistrô” vem da pronúncia da palavra francesa “bistrot”, que teve origem na Segunda Guerra Mundial, quando a Rússia invadiu a França. Os russos costumavam gritar “bystro, bystro!” que significava “rápido!”. Por isso, os franceses colocaram o nome de “bistrot” em pequenos restaurantes de bairro, que servem comidas mais rápidas.

Na França, um bistrô é um lugarzinho comum e gostoso, onde os franceses param para almoçar no seu horário de trabalho ou no meio do dia, quando estão na rua e bate uma fome repentina. Eles não são considerados chiques, com exceção daqueles na Champs-Élysées que foram feitos essencialmente para agradar os turistas e se transformaram em verdadeiros restaurantes requintados. Os bistrôs originais (a maioria deles, espalhados pelas ruas de Paris) são pequenos, simples e baratos. Mas não perdem seu estilo antigo e aconchegante, que nós imaginamos tão bem ao pensar em um bistrô.

O que se serve em um bistrô, no Brasil? Voilà, comida francesa, claro! A França, e especificamente Paris, tem sua fama de ser elegante e glamourosa. Logo, nos bistrôs franceses reproduzidos aqui, vamos encontrar os pratos franceses que ficaram mais famosos: esgargot, pato (ou melhor, canard), coxas de rã. De sobremesa, obviamente, petit gâteau, um creme brûlée ou um crêpe suzette. Sim, pratos sofisticados. Se alguém falar para um francês que comeu foie gras num bistrô, ele vai achar muito estranho, pois é uma comida especial, que eles só comem em festas como o Natal, Ano Novo ou casamentos. Seria como alguém te falar que comeu bacalhau ao azeite, peru assado e panetone no restaurantezinho da esquina.

O Brasil juntou a culinária francesa famosa com o “estilo” do bistrô de Paris, mas não necessariamente com sua culinária original e comum. Se visitássemos um restaurante brasileiro, na Europa, qual seria o cardápio? Feijoada! Pois é, nada do prato típico do nosso dia-a-dia, nada de arroz, ovo, carne e salada. Atire uma pedra o brasileiro que come feijoada mais do que uma vez por semana (e olhe lá!).

E aí chegamos ao ponto alto do bistrô: a carta de vinhos

Na França, o vinho não é uma bebida elitizada. Apesar da enorme variedade e dos muitos vinhos raros e especiais que também são produzidos, o

vinho é uma bebida que faz parte do cotidiano do francês. Terminar um almoço sem um vinho e um pedacinho de queijo seria como se ficássemos sem o “cafezinho” que tanto apreciamos no Brasil. O vinho é tão presente no dia-a-dia que até em restaurantes universitários (aqueles que o aluno paga menos pela refeição, oferecida pela universidade), há a opção de pegar uma garrafinha de vinho para acompanhar o almoço. A diversidade de vinhos na França é enorme, e eles são vendidos a preços mais populares, por conta da quantidade produzida e da própria cultura.

No Brasil, o vinho já não é uma bebida tão comum. Isso faz com que seu valor seja maior, diminuindo também a variedade. Os vinhos franceses que chegam ao nosso país restringem as cartas de vinhos, que acabam não tendo tantas opções.

Nos bistrôs franceses brasileiros, portanto, a carta de vinhos geralmente possui bebidas de várias nacionalidades, e não apenas francesas. Isso ocorre para que o preço também possa ser mais acessível: vinhos chilenos, argentinos e nacionais, de ótima qualidade, geralmente são mais baratos por não terem altos custos de importação. O número de vinhos franceses acaba não sendo tão grande, mas não significa que eles não sejam fáceis de achar. Um Cabernet Sauvignon ou um Merlot, feitos na cidade francesa de Bordeaux, ou um Chardonnay de Borgonha também podem ser encontrados, mas por preços maiores.

Por Fernanda Braite

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