Provavelmente, bastante gente vai se surpreender se dissermos que esse pequeno país do Oriente Médio é um dos mais antigos produtores de vinho do mundo, cada vez com mais potencial para se tornar potência.
A tradição é milenar, iniciada pelos fenícios há mais de quatro mil anos. Não é à toa que está preservado ali o maior templo romano dedicado ao Baco, deus do vinho e dos prazeres.
Para ser mais exato, o monumento fica no vale do Bekaa, região que foi até citada na Bíblia como produtora de vinhos. Hoje, é a principal do país, de onde saem rótulos como o famoso Château Musar, que alguns consideram um dos melhores do mundo.
Nem tudo são flores…
Ok, mas se o Líbano é assim tão especial, por que é tão pouco conhecido e divulgado? Acontece que o país sofreu com os anos, principalmente com as violentas guerras civis e as tensões políticas e religiosas que vemos até hoje.
Os conflitos deixaram suas marcas ao longo dos anos. A situação ficou pior ainda quando a região foi dominada pelos muçulmanos – primeiro foram os árabes, mais tarde, os turcos (império Otomano).
Durante mais ou menos mil anos, a qualidade despencou até tirar o país da memória daqueles que bebem vinho. Os vinhos, que antes chamavam a atenção de qualquer um, foram por água abaixo. A produção se resumiu basicamente a plantações de monges e religiosos, que utilizavam o vinho em missas, e aos pequenos cultivos de Arak, um destilado de uvas muito apreciado por lá.
Quem é vivo sempre aparece
Somente no século 20 é que a vitivinicultura libanesa começou a ressurgir timidamente, graças ao declínio dos turcos após a Primeira Guerra Mundial. A partir daí, o país se tornou um protetorado da França por 23 anos, o que foi vital para o avanço dos vinhedos.
A aproximação com a lendária “nação dos vinhos” trouxe ao Líbano variedades que se adaptaram muito bem e geram os melhores vinhos do país, como a Cabernet Sauvignon e a Merlot, ambas de Bordeaux, e a Cinsault, Syrah, Grenache e Mouvèdre, da parte Sul da França.
O resultado, em geral, são vinhos muito aromáticos (herança da Cinsault), densos e muitas vezes complexos. Cheios de especiarias (às vezes picantes), impressionam também pelas cores fortes, um vermelho quase fogo – isso acontece principalmente por causa das uvas Syrah e Grenache.
Já conhecia algum vinho libanês? O que acha deles? Tem algum para nos recomendar?
Por Rafa dos Santos
Os melhores vinhos você encontra na Sonoma.