Vinho brasileiro com pinta de francês

Uma característica que resume o Brasil é ser um mosaico. De Norte a Sul, paisagens, culturas e sotaques diferentes convivem lado a lado, apresentando cenários dos mais contrastantes: a aridez da caatinga encontra a prosperidade do Rio São Francisco, bem no meio do sertão; a riqueza da Amazônia onde antes foi um deserto; e uma floresta que se extende por todo território, com particularidades em cada região.

O vinho está presente na mesa brasileira desde a época colonial, quando a Família Real Portuguesa transferiu a Corte para o Rio de Janeiro, mas o cultivo da uva iniciou-se apenas no século XVI, quando a Vitis vinifera foi trazida para o estado de São Paulo, e posteriormente para o Rio Grande do Sul. No século XX, empresas internacionais chegaram ao mercado brasileiro, alavancando a produção, implementando novas técnicas e aprimorando a tecnologia.

As principais regiões vinícolas do país localizam-se na região sul: a Serra Gaúcha, Campanha e a Serra do Sudeste no Rio Grande do Sul, o Planalto Catarinense em Santa Catarina e Toledo no Paraná. Também há produção de vinho no Vale do São Francisco, entre a Bahia e o Pernambuco, e em pequenas regiões em São Paulo e Minas Gerais. Há apenas uma Denominação de Origem brasileira: o Vale dos Vinhedos (RS), e de acordo com a Embrapa, outras sub-regiões devem receber a Indicação de Procedência, processo anterior ao da Denominação de Origem, em breve.

Os vinhedos brasileiros ainda passam por aperfeiçoamento quanto ao terroir, mas já há produção de qualidade para rótulos nacionais. O destaque é para os espumantes, que encontraram na Serra Gaúcha terroir semelhante à região Champagne, na França. Feitos com as uvas chardonnay, riesling itálico e pinot noir superam em muito os produtos estrangeiros, inclusive europeus.


Quer saber mais? Veja também outros artigos relacionados.