Grandes capitais não produzem vinhos, certo? Errado. Entre África, América e Europa, elas são ao menos cinco. Descubra!

 

Urbanas que só elas, a última coisa que se espera da capital de um país é que tenha vastas áreas verdes (ainda mais quando é das agrícolas que estamos falando!). São poucas as capitais do mundo que cultivam uvas – dá pra contar em uma mão! -, mas vale a pena conferir.

Cidade do Cabo, África do Sul

Diferentemente do que acontece nas outras capitais, a Cidade do Cabo é a porta de entrada para os vinhos da África do Sul. Os arredores da cidade foram palco da implantação da vitivinicultura no país, há aproximados 300 anos, e hoje a região é a mais importante para os vinhos sul-africanos.

Os números são de surpreender qualquer um, ainda mais quando o assunto é vinhos das capitais: à norte da cidade, a região conhecida como Terra do Vinho abriga mais de 100 mil hectares de vinhedos e 340 adegas e propriedades vinícolas. Não se acostume mal, pois a cidade é, definitivamente, uma exceção dentre as capitais.

Outras cinco denominações se formam nos arredores da Cidade do Cabo e seguem rumo a outras regiões do país. São elas Coast, Olifants River, Boberg, Breede River Valley e Klein Karoo.

As castas brancas Sauvignon Blanc e Chenin Blanc prosperam em todas as regiões do país, além das tintas Pinotage e Syrah. Os vinhos são de longe mais elegantes que a maioria dos feitos no Novo Mundo. Isso porque, desde o início do cultivo das uvas, a tradição européia, tanto no cultivo das uvas, como nas técnicas de vinificação, imperou.

Lisboa, Portugal

Conhecida antigamente como Estremadura, a atual Denominação de Origem dos Vinhos de Lisboa se estende do norte da capital portuguesa ao longo da Costa Atlântica. Não só produz vinhos de qualidade atestada internacionalmente, como é uma das mais regiões mais importantes para a vitivinicultura do país.

As regiões mais próximas à costa marítima geram vinhos com graduação alcoólica mais baixa e leveza que lembra os vinhos do Minho. Já as vinhas localizadas mais para o interior produzem vinhos marcados pela boa estrutura.

Acontece que não dá para falar em apenas uma Lisboa, pois a região é formada por nove denominações menores: Alenquer, Arruda, Bucelas, Carcavelos, Colares, Encostas D’Aire, Lourinhã, Óbidos e Torres Vedras.

Paris, França

Quando dizem que todas as partes da França produzem vinho, é conversa a ser levada a sério. Pensou que logo a capital ficaria de fora? É em meio às ladeiras de Montmartre, bairro conhecido por ser palco do filme “O Fabuloso Destino de Amélie Poulain” e pelos artistas que nele habitam, que se localizam os parreirais.

Foi no século 12, quando os romanos construíram um templo dedicado a deus Baco, que as vinhas foram pela primeira vez implantadas. A abadia foi destruída durante a Revolução Francesa e, depois, no século 19, as vinhas, devastadas pela filoxera. Nos anos 1933, um grupo de artistas local, liderado por Francis Poulbot, conseguiu um terreno onde as vinhas poderiam ser implantadas de novo.

De um terreno de 1.556 metros quadrados, são produzidas 1.500 meias-garrafas de Pinot Noir e Gamay por ano. Uma pena não serem conhecidas… Se quiser passar por lá, vai avistar artistas pintando quadros, artistas tocando clarinete, artistas dançando cancan (é, o Moulin Rouge fica logo abaixo!) e artistas fazendo vinhos.

Santiago, Chile

É à leste de Santiago que começa o Vale do Maipo. A denominação se estende para além da cidade, indo da Cordilheira dos Andes até praticamente chegar na costa do Pacífico. A vasta extensão de terras divide-se em Alto, Central e Pacífico.

O Maipo é uma das zonas vinicultoras mais antigas e diversas do país, mas é conhecida mesmo pelos vinhos bem equilibrados que gesta. Além de ser uma das principais do país para o cultivo da Cabernet Sauvignon, também faz bons Carménères e Syrahs.

Madri, Espanha

É, mesmo em meio a tantos prédios, praças e fontes (sim, os madrilenhos têm alguma paixão inexplicável por fontes…), existem vinhas.

A comunidade de Madri é dividida em zonas, a maioria delas urbanas. Em suas extremidades estão os terrenos mais rurais (bem pouco rurais, para sermos francos). Nesses lugares só se chega de trem, e é preciso se preparar para muita areia e barro.

É ali ao sudeste, na zona 7, que está a região de Arganda del Rey, a parte mais alta de toda a capital. O solo arenoso e a altitude permite um difícil (mas possível) cultivo de uvas. Porém, elas crescem por pouco tempo, nunca deixam de ser ácidas – e é por isso que praticamente só se produz vinhos brancos e rosés.

Seus vinhos sempre têm alta acidez, são minerais e apresentam um pouco de doçura graças ao sol e uma secura que beira o norte africano. Os rosés, por sua vez, seguem o estilo elegante e mineral dos rosés da Provença.

Toledo, Espanha

Espera, já não falamos de Madri, a verdadeira capital da Espanha?! É, mas nem sempre foi assim. A antiga capital do país, conhecida hoje como a cidade medieval mais bem conservada, é Toledo. Fica tão próxima a Madri que resolvemos colocar mesmo assim (até porque os vinhos de lá são bem raros).

Pouquíssima gente sabe que Toledo faz vinhos, mas os poucos que saem de lá, são de extrema qualidade. Eram esses os vinhos que serviam os reis das épocas antigas, inclusive. É por isso que poucos são os sortudos que bebem os vinhos de lá…

É a pequena denominação de Méntrida que produz as tais garrafas. Seus perfumes não se esquece jamais, sempre cheios de mirtilos, galhos secos de árvore e pétalas de jasmim. Com o tempo, parecem rejuvenescer: as frutas ficam vermelhas, a madeira rejuvenesce, e as flores viram rosas. Eis a magia de um dos lugares que mais respiram história no mundo!

Seus vinhos sempre têm alta acidez, são minerais e apresentam um pouco de doçura graças ao sol e uma secura que beira o norte africano. Os rosés, por sua vez, seguem o estilo elegante e mineral dos rosés da Provença.

Viena, Áustria

E os vinhos de Viena, já ouviu falar? É raríssimo que saiam do país, afinal, poucas são as unidades produzidas. A especialidade vienense secular teve seu renascimento nos últimos anos, mas apenas 612 hectares são autorizados atualmente.

Além de produzir vinhos de alta qualidade e representar importante papel na economia local, as vinhas ainda contribuem para a preservação do verde da capital, formando um cinturão ao redor da cidade. Elas contribuem com a saúde da população local duas vezes: na limpeza do ar, minimizando os efeitos da poluição; e fortalecendo corações com muito resveratrol.

Se encontrar uma de suas garrafas, grandes as chances de ela estampar o nome Wiener Gemischter Satz. O que significa? Nada mais nada menos que uma mistura de uvas autóctones da região (Grüner Veltliner, Zweigelt e outras tantas difíceis de falar). Ao todo, 20 variedades diferentes são cultivadas – elas são colhidas e prensadas juntas. Os produtores colhem as uvas em diferentes pontos de maturação e acidez para garantir a consistência da qualidade, além de manterem algumas como guarda para o risco de futuras safras ruins.

Conheça os vinhos da Sonoma.

Blog Sonoma Market

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