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Como comprar vinho no exterior

Como comprar vinho no exterior

As vantagens são claras, mas não é só ir comprando qualquer garrafa e trazer aos montes. Em quais vinhos vale a pena investir?

As vantagens são claras, mas não é só ir comprando qualquer garrafa e trazer aos montes. Em quais vinhos vale a pena investir?

O que é difícil de encontrar no Brasil? Limites por mala? Que cuidados tomar no transporte?

Tudo isso e mais um pouco neste guia definitivo para comprar vinhos no exterior!

No aeroporto

Garrafas contadas

Doze garrafas, 12 litros, cada pessoa fala uma coisa. Mas afinal, quanto de vinho cada viajante pode levar? Acertou quem escolheu a litragem. Para fugir das taxas (altíssimas) cobradas por excesso de bagagem, o máximo permitido para bebidas alcoólicas (todas juntas) é de 12 litros. No caso dos vinhos, o correspondente a 16 garrafas de tamanho tradicional (750 mL).

Na mão ou no “porta-malas”?

Antes de sentar em cima da mala para tentar fechar o zíper, logo surge a dúvida de onde colocar os vinhos: é melhor despachar na mala de viagem ou carregar na bagagem de mão? Até existem pessoas que vão dizer que levaram suas bebidas no colo, no avião, mas a verdade é que as companhias proíbem bebidas alcoólicas na bagagem de mão (exceto as compradas após a fila de checagem, nas lojas do próprio aeroporto).

Todo cuidado é pouco

E como carregar essas garrafas? O avião balança, a gente também, e por mais resistente que seja o vidro dos vinhos, nada o impede de romper, tingir todas as roupas de roxo e esvair qualquer chance de provar seus sabores. A dica é enrolar as garrafas em plástico bolha, isopor, jornais ou até na toalha. Muitas lojas oferecem pacotes mais resistentes, basta dizer que é para viagem. Por fim, é ideal colocá-las numa wine bag, tornando o transporte mais seguro e confortável.

Existem também invólucros especiais, acolchoados ou hermeticamente fechados, que são vendidos em lojas especializadas (dependendo do rótulo, vale o gasto a mais). Além disso, são muitas as opções de malas de viagem especialmente desenhadas para armazenar vinhos, com suportes e vários compartimentos (para quem gosta de viajar e beber vinho, eis um bom investimento).

Viaje a turismo, e não a negócios

A maioria das regras da Receita Federal visa impedir o comércio ilegal de produtos importados (que, neste caso, seriam traficados, já que fogem das normas de importação).

É por isso que é recomendado que a soma dos produtos nas malas não ultrapasse o valor de 500 dólares estipulado pelo governo e que não haja mais de três rótulos idênticos. Caso contrário, a bagagem pode ser taxada com fins comerciais, perdendo qualquer direito de isenção de impostos.

Gadgets

Vale muito a pena comprar acessórios em outros países. Decanters, termômetros, pinças e até saca-rolhas são objetos de baixo custo, que geralmente custam menos de 10 dólares em outros países, mas nunca chegam por menos de R$ 60 no Brasil.

Mas atenção: a maioria desses acessórios possui partes cortantes (como as pontas da pinça ou a faquinha do saca-rolhas), e por isso não podem ser carregados na bagagem de mão.

Acompanhamentos

“Jamón”, “fromage”, salsichão… Infelizmente, não dá para levar a maioria dessas delícias para o avião. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) toma uma série de precauções para evitar que contaminações ou possíveis doenças internacionais “invadam” o Brasil.

Mas, se a vontade é grande, existe uma série de normas para cada tipo de alimento. Em muitos casos, é preciso empacotá-los em embalagens à vácuo ou com gelo seco. De qualquer forma, informe-se antes de arriscar perder a iguaria, o dinheiro e minutos de paciência.

Em terra firme

Caça ao tesouro

São muitos lugares, tipos e rótulos diferentes. O que vale a pena procurar?

Em minha opinião, viajar é a melhor oportunidade para comprar bons vinhos que custam caro por aqui devido ao nome que carregam. Nos Estados Unidos, por exemplo, se esbalde nos Pinot Noirs e Zinfandels da Califórnia, principalmente do Vale do Napa, ou nos ótimos tintos do Oregon.

Nos nossos vizinhos da América do Sul, procure os pequenos produtores do Chile e da Argentina, que quase nunca são vendidos por aqui, ou se aventure por países pouco divulgados, como o Uruguai ou até o México.

Na Europa, é bem mais fácil encontrar bons vinhos do que se parece. Vamos na ordem: Portugal é a terra (ou “terrinha”) das melhores ofertas. Aposte nos maiores nomes do Douro e conheça os diferentes tipos de Porto (sim, existem muitos).

Na Espanha, fuja de Ribera del Duero e de Rioja, conheça as novas regiões que crescem cada vez mais – Toro, Utiel-Requena, Jumilla, Navarra… Também é uma boa hora para garantir um Jerez ou um caro Priorato em sua adega. Ah, e uma coisa posso te dizer: você nunca se esquecerá do Pinot Noir espanhol (tinto, não rosé) quando provar um dos bons!

França? Claro que Champagne, Bordeaux, Provença e Sauternes entram na lista, mas por que não conhecer outros tipos de espumantes, rosés e vinhos de sobremesa? Se der sorte de encontrar um francês simpático, pode confiar, eles sabem do que estão falando.

A Alemanha esconde muito mais do que Rieslings e Gewürztraminers. Mesmo sem entender o rótulo ou sem conseguir pronunciar o nome da uva, não precisa ter medo. Nessa mesma linha, não deixe de desbravar a Áustria, a Grécia e todos os outros países ao redor – poucos deles chegam ao mercado brasileiro e, quando chegam, não saem por menos de R$ 70 (os bons, é claro).

Quer pagar quanto?

Que o vinho vai custar mais barato lá fora, isso é fato, mas desconfie sempre do preço. Não é porque você está na Europa que todo vinho será uma barganha. A princípio, qualquer lugar próximo a pontos turísticos vai cobrar mais do que deveria – todos os países estão preparados para os turistas, e é assim que eles lucram.

Por exemplo, ao avistar um Champagne por 30 euros, fazer as contas e perceber que sairia apenas uns R$ 75, controle-se: não é uma pechincha, dá para encontrar bons rótulos pela metade do preço.

Busque adegas e lojas especializadas fora do eixo comercial, em bairros e cidades mais afastadas, em lugares que não investem em grandes holofotes e letreiros luminosos para chamar a atenção. Outra dica é vasculhar uma média de preços na internet antes de se aventurar pelas ruas.

No geral, vinhos bacanas custam em torno de 15 dólares ou cinco euros. Acima disso, aceite apenas vinhos de qualidade superior.

Crédito ou débito?

Eis uma das maiores dúvidas na hora de levar dinheiro para o exterior: trocar dinheiro antes ou passar o cartão? A verdade é que não há uma respostas concreta, cada caso tem suas vantagens e desvantagens.

O cartão de crédito é o mais prático de todos, mas também é o que cobra as maiores taxas (6,38% do tal do IOF, o imposto sobre operações financeiras), além de uma taxa mensal pelo uso do cartão internacionalmente, que varia de banco para banco. Fique atento também ao valor cobrado, pois a conversão só é feita na data de vencimento do seu cartão (isso quer dizer que, caso o dólar ou o euro aumente um dia após a sua compra, sua fatura também virá mais alta). Por outro lado, essas compras sempre rendem bônus que podem ser trocados futuramente.

Uma das opções mais vantajosas é o cartão pré-pago. Existem várias operadoras, nas quais é possível carregar (em reais) qualquer valor. O dinheiro é convertido na mesma hora, ainda dentro do Brasil, e só paga 0,38% de IOF.

Por fim, é possível comprar dólares e euros nas casas de moeda dentro ou fora do país. Neste caso, os maiores riscos são a disponibilidade do caixa, a taxa que os vendedores impõem sobre cada centavo e os riscos de carregar dinheiro na carteira (em caso de perda, não adianta chorar depois).

O seu dinheiro de volta

Nas compras feitas nos países da União Européia, incide um imposto chamado Value Added Tax (V.A.T.). A alíquota deste imposto varia de país em país, mas o que muitos não sabem é que cidadãos de fora da União Européia têm direito a receber uma restituição de uma grande parte deste imposto antes de sair do país. Isso mesmo! Se você fizer uma compra de valor alto (cada país tem um valor mínimo onde passa a valer a restituição), peça ao estabelecimento onde está fazendo a compra os documentos fiscais comprovando o pagamento do imposto. Estes documentos depois devem ser apresentados aos fiscais na área da alfândega do aeroporto antes de sair do país. O principal requerimento é mostrar um passaporte de fora da União Européia (como, por exemplo, nosso passaporte Brasileiro) e mostrar os documentos fiscais preparados pelo estabelecimento e os bens adquiridos.

O tal do “free shop”

Uau, ausência de taxas, não conta como peso na bagagem, os melhores preços, pagamento na moeda que eu escolher! Calma, não é bem assim… Os duty frees dos aeroportos fazem brilhar os olhos de qualquer viajante, mas nem tudo vale tão a pena. Chocolates, sim; perfumes, às vezes; roupas, quase nunca; vinhos, definitivamente não.

Além disso, cada país tem preços diferentes em seus aeroportos. No caso do Brasil, quase nada é vantajoso. Dizem que o da Argentina é o melhor. Mas quer saber? Não aposte suas moedas nesses vinhos.

Algo a declarar?

A última tensão se encontra a poucos passos da porta de saída do aeroporto. Durante o vôo, você terá recebido dos comissários de bordo documentos alfandegários que detalham itens que você deve ou não declarar. Como dissemos anteriormente, para ter isenção de tributos, a sua compra de vinhos feita no exterior não pode ultrapassar o limite de 12 litros (16 garrafas de 750ml).

Vinhos comprados no free shop não contam neste limite.

E aí, deu para responder tudo? Conhece alguma dica boa que ficou faltando? Prepare as malas e vai nessa!

Por Rafa dos Santos

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Blog Sonoma Market

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