Guia Definitivo de Bordeaux parte 4, com dicas e orientações de como melhor apreciar o seu vinho de Bourdeaux, escrito de maneira descontraída e objetiva!
hdv5z50z1evkqgaoz1qi

Guia Definitivo de Bordeaux – Parte IV: Como escolher

Como escolher um Bordeaux

Nesta quarta parte, aprenda a escolher um Bordeaux para cada ocasião!São tantas as denominações, características e cortes que até ficamos confusos… Mas não se preocupe. Nesta quarta parte, aprenda a escolher um Bordeaux para cada ocasião!A essa altura do campeonato, você já deve saber muita coisa sobre Bordeaux.
  • Conhece os rios de Bordeaux e as principais vantagens de tê-los por lá;
  • Já deve saber que na margem esquerda, a casta que reina é a Cabernet Sauvignon, enquanto que na direita é a Merlot;
  • Já sabe o nome de pelo menos algumas das subregiões (Médoc, Saint-Émillion, Graves, Pomerol…);
  • E já entende como ler um rótulo e todo esse papo de Prémier Grand Cru, Grand Cru e por aí vai…

Mas, depois de tudo o que você já leu na primeira, segunda e terceira parte deste guia, já sabe como comprar um Bordeaux? Ainda é um pouco difícil, dá para entender. Bordeaux é mesmo grande e complexo.

Falta pouco para você se tornar um craque em Bordeaux! Vamos acabar logo com as dúvidas. Qual tipo de vinhos você quer?

Prefiro os encorpados

Pensou em Cabernet Sauvignon? Vá direto para a margem esquerda, onde o solo quente favorece o cultivo da casta (nem precisa dizer que é a mais plantada, né?). É em Médoc que se concentram os vinhos mais encorpados de Bordeaux. Outras boas regiões são Saint-Estèphe, Saint-Julien e Pauillac. Os famosos Margaux são de lá e seguem a mesma linha.

Nada disso, quero algo refrescante e fácil de beber (e que não pese no bolso!)

Quando cada gole mata a sede, mas não é suficiente, é seguido por outro e outro… A expressão que usamos aqui? “Gluglu”! Claro que Bordeaux também tem deles. Acidez e frescor têm a ver com tudo isso. Procure por vinhos minerais, que descem redondo, como água.

Os melhores são os brancos de Pessac-Léognan, cheios de aromas que lembram pedras e o mar. Se prefere um tinto, opte por cortes com Petit Verdot.

Falando de brancos…

Algo que não se encontra com facilidade em Bordeaux são bons vinhos brancos. Mas eles existem, e seu lugar é Entre-Deux-Mers, região abraçada pelos rios (os dois “mares”) Dordogne e Garone. Sauvignon Blanc, Sémillon e Muscadelle deixam seus vinhos frescos, vivos e frutados, com bom corpo. Só não se esqueça de beber quando ainda são jovens, pois como a maioria dos vinhos brancos, são feitos para beber até três anos após o engarrafamento.

Vinhos complexos para bons conhecedores

Já experimentou de tudo e não se contenta com pouco. É normal – quanto mais aprendemos sobre vinho, mais queremos aprender. Uma boa aposta é a região da Saint-Émillion. Os vinhos mais legais de lá são feitos pelas mãos das próprias famílias em produções pequenas (até por isso são mais caros).

Os vinhos de Saint-Émilion são tão elegantes que o rei Luis XIV os descreveu como “néctar dos deuses” (não são pouca coisa, não!). São vinhos de guarda, que aguentam anos envelhecendo e evoluindo – eles vão perdendo a cor e ganhando aquilo que chamamos de buquê, uma enxurrada de aromas terciários, complexos.

Vinhos exóticos? Desconhecidos?

Para você, vinho bom é aquele que rende boas histórias para contar? Então aí vai: procure por um autêntico Saint-Macaire, cuja uva homônima está quase em extinção, mas ainda é resguardada por alguns produtores locais. Saint-Foy-Bordeaux também vale a pena conhecer, é uma região pouquíssimo falada de Entre-Deux-Mers (pode ser tinto seco ou de sobremesa!).

E vinho doce, tem?

Uau, e como! É nas regiões de Sauternes e Barsac que estão os mais apaixonados (e apaixonantes) vinhos de Bordeaux (ao menos para aqueles que não abrem mão de um docinho, não importa a hora do dia).

Sauternes é considerada a melhor região do mundo para vinhos de sobremesa, igualada apenas pelos Tokajis, da Hungria. São vinhos dourados e doces, mas elegantes, bem estruturados e complexos. Vale muito a pena provar.

Além disso, Entre-Deux-Mers possui boas denominações para vinhos de sobremesa: Loupiac, Saint-Croix-du-Mont e Cadillac. Guarde esses nomes – apesar de mais simples e menos populares, são encantadores e mais em conta (muito mais!).

Bordeaux para o churrasco?

Carnes que saem amaciadas pela brasa pedem por vinhos mais encorpados. Como já falamos, a Cabernet Sauvignon e a margem esquerda são ideias. Mas busque também os vinhos que levam Merlot, cujos toques terrosos combinam muito bem com o assado da brasa. As regiões são as mesmas que mencionamos, vá pela ordem: Saint-Estèphe, Pauillac e Médoc.

E naquele jantar especial?

Das duas uma: ou escolhe um vinho jovem, mas no ponto para beber, ou tira aquele que está há anos na adega. Caso não tenha um vinho na guarda, vá para Pomerol. É a terra do Château Petrus (o mais caro e famoso da França), mas também de onde saem Merlots que já nascem prontos para beber – fáceis, aveludados e não precisam de décadas para evoluir. São também mais fáceis de encontrar em restaurantes.

Mas lembre-se, é um jantar especial, e se a ideia é brindá-lo com Bordeaux, não será barato (mas, acredite, vale muito a pena!).

Presentear também é impressionar

Um presente para seu pai, ou alguém que realmente vai apreciar um incrível vinho de qualidade? O nome Margaux é famoso, não só pelo mundialmente conhecido Chatêau Margaux, mas também pelos outros vinhos da região (dá para encontrar boas opções na média dos R$ 100).

Elegância, refinamento, frutas, tostado, café e às vezes até trufas! Procure por vinhos de 2000, 2002, 2005 e 2009 e veja você mesmo.

Quer impressionar, mas não pode investir tanto assim? Graves é uma bela opção para tintos e brancos. Os Bordeaux que levam a denominação “Bordeaux Superiéur” costumam ser mais baratos, pois suas uvas podem ter sido cultivadas em qualquer sub-região. São mais simples, mas ainda assim uma excelente aposta.

Para esquecer na adega por décadas

Não é novidade… Bordeaux é um dos referenciais no mundo dos vinhos quando o assunto é guarda. Os vinhos das melhores safras podem durar 10, 20, 30… 50 anos! É até difícil de acreditar, mas é verdade. Nesse caso, não dá para apostar em qualquer vinho, não.

Aliás, longe disso. Estes vinhos não estão à venda em mercados comuns… Os mais famosos, Châteaux Petrus, Margaux, Lafite-Rothschild, Latour estão em apenas leilões, e custam oito mil, 12 mil, 20 mil reais.

Ainda não sei do que gosto

Como lidar? Experimentando! Claro, precisa ir aos poucos. Comece pelos frutados (tintos ou brancos) de Graves, pois são mais leves, e seus sabores agradam a qualquer um. Depois disso, passa para os que levam a uva Merlot, a mais macia de todas, fácil de beber. Depois, parta para os cortes com Cabernet Sauvignon e Cabernet Franc, os clássicos dos clássicos de Bordeaux.

E aí, virou um craque em Bordeaux? Conseguiu ler todas as partes? Aposto que agora você já sabe tudo. Dê uma olhada em tudo e nos diga se faltou algo. Estamos aqui para isso!

E se ficou um pouco confuso, não se preocupe, logo logo vamos te ajudar com uma super lista interativa. Aguarde!

Nossa Indicação: Château de Ribebon Bordeaux Supérieur 2016

Chateau de Ribebon Bordeaux Superieur 2016

Chateau de Ribebon Bordeaux Superieur 2016

Este vinho é safra após safra, um dos mais requisitados e mais vendidos Bordeaux que oferecemos. O Château Ribebon já foi propriedade do Rei Luís XVI e hoje seus vinhos estão entre as melhores ofertas no Brasil na denominação Bordeaux Supérieur.

Estrela da nossa degustação, este blend tem corpo, estrutura, potência contida e equilíbrio entre álcool, acidez e taninos, o famoso tripé dos vinhos tintos. Na taça você vai encontrar bastante amoras e ameixas recém colhidas e bem suculentas, mas também notas defumadas, de carnes curadas e embutidos, com uma pontinha de carvalho e pinho.

Na boca, nada animal. Frutas pretas, boa acidez, taninos presentes, mas maduros – a safra foi muito boa, famosa pelo equilíbrio dos vinhos, as uvas amadureceram perfeitamente, nada sobrepõe. Sedoso, enche a boca e dá muito prazer a cada gole.

Um belo vinho, um Best Value, sem sombra de dúvidas. Pensar em harmonizar este vinho com uma boa costela de cordeiro ou um spaghetti alla carbonara. 91 Pontos – James Suckling – Oferece uma panorama de aromas e sabores suculentas, de ricas ameixas vermelhas e berries.

O vinho mostra equilíbrio notável e excelente persistência das fruta-vermelhas.

Tomar agora ou deixar na adega.

Por Alykhan Karim
Co-fundador e CEO de Sonoma Market

 

Blog Sonoma Market

Você também pode gostar

Deixe um Comentário