O consumo de azeite cresce cada vez mais no Brasil, mas falta conhecimento do consumidor no que se refere à qualidade e classificações.O consumo de azeite cresce cada vez mais no Brasil, mas falta conhecimento do consumidor no que se refere à qualidade e classificações. Quando o azeite receberá a mesma importância que o vinho?

O azeite e o vinho compartilham clima e regiões de produção, principalmente no mediterrâneo. São dois produtos milenares com vidas paralelas que merecem ser comparados e consumidos.

As estatísticas do COI (Conselho Oleícola Internacional) indicam que o Brasil é hoje um grande importador de azeite de oliva. O relatório do mês de novembro de 2013 indica que o Brasil importou mais de 74 mil toneladas de azeite virgem, extravirgem e refinado.

Mesmo assim, a confusão criada no mercado dos azeites faz lembrar a situação do vinho de alguns anos atrás. Com pouco conhecimento, os consumidores só compravam vinhos mesa, “de garrafão”, de uvas não viníferas. Não existia apreço pelo vinho de qualidade.

No caso do azeite, hoje se importam e vendem azeites muitas vezes de forma errada, alguns até desqualificados (muitos extravirgens não são, de fato, extravirgens). O Brasil não possui um painel sensorial a nível internacional, o que permite que se vendam azeites com faltas gravíssimas. Trata-se de um mercado com regras ainda pouco definidas.

O que é um bom azeite?

A qualidade do azeite é consequência da colheita de azeitonas saudáveis e em ótimo estado de maturidade. O momento ideal é quando a azeitona começa a mudar de verde claro para verde escuro.

Os azeites produzidos a partir de azeitonas maduras, aquelas pretas, tendem a ser menos intensos. Isso porque quando começa a amadurecer, a azeitona também começa a oxidar, podendo trazer defeitos ao azeite (como o cheiro de azeitonas cozidas).

Há ainda uma terceira opção: os azeites produzidos a partir das azeitonas que caem da árvore ao solo. Nessa condição, se classificam como azeites virgens lampantes, e precisam ser refinados em processos térmicos e químicos antes do consumo.

Azeite de garrafão?

Diante desse cenário de confusões, o consumidor compra um azeite barato e defeituoso, como se fosse bom. Como nunca foi educado para ter uma memória olfativa, não reconhece o problema.

No Brasil se consome azeites maduros ou em decomposição, pouco intensos e defeituosos. Lamentavelmente, a denominação de “azeite extravirgem” está banalizada. É o equivalente à era do “vinho de garrafão”.

O mercado do vinho mudou. Hoje lidera um processo de educação digno de ser imitado pelo azeite: concursos internacionais, cursos de degustação e apreciação, conhecimento dos principais defeitos, livros e publicações.

Precisamos de uma verdadeira “revolução cultural” para que o azeite possa chegar ao reconhecimento que o vinho possui hoje.

*Fernando Rotondo é produtor, estudioso e importador de azeites no Brasil. Também ministra e participa de cursos, palestras e degustações em prol de disseminar o conhecimento do mundo dos azeites.

Por Fernando Rotondo*

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