Por muito tempo a mulher ocupou lugar na cozinha. Mas os homens tem tomado gosto pelas panelas…
Foi-se o tempo em que a mulher passava horas e mais horas na cozinha, enquanto o homem ficava esparramado no sofá vendo futebol. Claro que o homem não se desfez da sua paixão esportiva, mas acrescentou mais uma em sua vida: a panela. Conheça as histórias de alguns dos amantes da gastronomia, que enxergam na cozinha um local de diversão e passatempo.
Não é mais difícil encontrar um homem que saiba (e goste!) de cozinhar. Muitas vezes, a necessidade se torna o estopim para começar a se interessar pela cozinha, como foi o caso do tributarista Rodrigo Miele, de 37 anos, de São Paulo. “Quando me separei da minha primeira mulher, precisei me virar na cozinha, não só por mim, mas especialmente por causa dos meus dois filhos”, comenta ele, que é pai da Beatriz, de onze anos, e Lucas, de seis. Ousado, o paulista prefere se aventurar em pratos diferentes e assume que o trivial não chama sua atenção. “Cozinho mais no fim de semana e, para mim, não tem como medir o prazer de ver quem eu amo saborear minha comida e, ainda, dizer que está uma delícia”, fala. O tributarista, que tem como “especialidade” Berinjela ao forno, não dispensa os temperos na hora de elaborar um prato, sendo o sal o mais importante deles.
Outro chef, este com mais tempo de “cozinha”, acredita que, além do prazer de poder agradar a família, cozinhar alivia o estresse. “É impressionante como fico mais calmo depois que concluo uma receita. Fico tão concentrado que acabo esquecendo o resto”, diz o supervisor de assinaturas Carlos Alberto Bueno, de 43 anos. Diferente de Rodrigo, que começou a cozinhar por necessidade, Cacá – como é conhecido – encara a cozinha como um passatempo. Já o motivo do sucesso de suas receitas fica por conta do azeite que, segundo ele, dá o toque especial para os seus pratos. “Cozinho há 20 anos, então ao longo desse período fui me aperfeiçoando na cozinha e descobrindo quais ingredientes são fundamentais. Hoje, acerto a maioria das receitas que me proponho fazer, inclusive, acredito que cozinho melhor do que a minha mulher. Espero que ela não veja isso”, brinca.
Quase um verdadeiro chef de cozinha, o conferencista Julio Cesar Prado, de 48 anos, começou a cozinhar cedo, aos dez anos de idade – a mesma idade que seu filho Leonardo tem hoje. “Sempre fui muito carinhoso e, aos dez anos, minha mãe tinha acabado de passar por uma cirurgia e, então resolvi fazer uma surpresa. Procurei em uma revista de receitas e achei um bolo em formato de coração. Levei para minha mãe na cama de café da manhã, acompanhado por uma rosa”, conta. Alguns anos depois, Julio, que é chileno e foi jogador de futebol durante muitos anos, teve de se adaptar a lugares diferentes, por conta de seu trabalho com a bola. “Quando fui jogador profissional do Corinthians e da seleção brasileira, viajava muito para o exterior e sempre visita as cozinhas dos hotéis para aprender algo. Nessa época aprendi muito com os chefs dos melhores restaurantes europeus. Sem dúvida, atualmente muitos homens cozinham melhor do que as esposas. Eu, por exemplo, mando melhor na cozinha do que a mãe do meu filho”, assume, aos risos.
Para Julio Cesar, um dos maiores prazeres de cozinhar é acrescentar outras culturas e unir pessoas e povos distintos. “Quando as culturas se misturam, há uma união de amor. É uma forma de dividir com o outro um pouco mais de você. Para aqueles que acham difícil cozinhar, devem tentar antes de não arriscar. Não existe nada difícil, a pessoa precisa estar disposta a fazer com paciência, sensibilidade e amor. Por isso, para alguns não é fácil, pois já é visto como uma dificuldade e obrigação. Faça por amor e verá o resultado”, garante. Julio ainda acredita que saber cozinhar pode até ter vantagem na hora de conquistar uma mulher. “Certamente, elas vão se sentir mais amadas através da atitude do homem”. O ex-jogador, que tem a mesma habilidade da bola com as panelas, já até criou uma sobremesa e diz que faz sucesso com os amigos. Quer aprender? Anote esta receita de sorvete de coco ao molho de maracujá e experimente também um dia de chef.
Por Andressa D’Amatto
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