Produtor de alguns dos vinhos brasileiros mais renomados, Mario Geisse, na verdade, é de um país vizinho. Porém a trajetória profissional mudou totalmente quando aterrizou em terras tupiniquins. Foi no Rio Grande do Sul que o produtor encontrou o seu lugar ao sol…
O ano de 1977 foi marcado por mudanças para o agrônomo e enólogo Mario Geisse. Chileno, abandonou o seu país para assumir a direção da famosa Moët & Chandon no Brasil e, ao perceber o potencial de qualidade do país, decidiu iniciar um projeto paralelo como produtor de uvas para espumantes de alta qualidade. Com o resultado de um produto diferenciado e com personalidade, Geisse decidiu apostar todas suas fichas no país e iniciar um conceito de “terroir”, o que seria difícil dentro de uma multinacional que possuía outros objetivos.
Descoberta a Serra Gaúcha, a “terra dos espumantes”, Mario não teve dúvida ao se instalar, definitivamente, na região. Procurou um local alto com boa exposição solar, encosta virada para o norte e com a melhor drenagem possível. Após um ano, Geisse encontrou o lugar perfeito: 36 hectares a 800 metros de altura na região de Pinto Bandeira. Questionado se os espumantes continuam sendo as estrelas da vinícola, Mario é enfático. “Sem dúvida continuam sendo os espumantes onde hoje, após 35 anos, se destacam pelo reconhecimento internacional e nacional que conquistaram”, orgulha-se ele, que tem o privilégio de poder trabalhar em família, com seus filhos o ajudando.
O sucesso de seus espumantes é tanto que, inclusive, dois dos principais críticos de vinhos da Inglaterra, Jances Robinson e Oz Clarke, compararam os espumantes Geisse aos excelentes Champagnes. Em seu recente livro, Oz Clarke, colocou o Cave Geisse como o terceiro melhor espumante do mundo. “O segredo está na escolha e reconhecimento da limitação do “terroir” que nos outorga uma personalidade única, elaborar pequenas partidas onde conseguimos obter um maior detalhamento dos processos”, comenta.
Porém, a reputação do Mario vai além dos espumantes. Um outro vinho vem ganhando destaque, o da deliciosa variedade Pinot Noir. Inclusive a edição limitada Vinhedos Hood Pinot Noir, destacada por tempo limitado no Sonoma, também é muito especial. “Um vinho que veio de uma coleita restrita a uma área delimitada do vinhedo, nascendo a partir de uma homenagem que fizemos a um grande amigo e parceiro amante de Pinot Noir, Stephen Hood”, explica.
Para elaboração deste vinho foi deixado apenas um cacho por planta após realizada a colheita das uvas para elaboração do vinho base para espumante de Cave Geisse, afim de que atingisse o grau desejado de maturação, sendo elaborado através de uma microvinificação e permanecendo por seis meses em barricas novas francesas, sendo que somente será elaborado em safras que de acordo a condição climática permitam atingir a qualidade desejada.
Brasil X Chile
Para Geisse, cada região possui características próprias com estilos incomparáveis. Tanto o Chile como o Brasil tem diferentes regiões produtoras com distintos estilos de “terroir”, o que possibilitam vinhos de características diferentes, sendo uma das vantagens do Chile a constância do clima nas diferentes safras que permitem com mais facilidade manter o estilo e qualidade através do tempo. “Já o Brasil, sendo o foco a Serra Gaúcha, possui condições climáticas muito favoráveis para elaboração de vinhos base para espumantes, onde também vem demonstrando manter uma linear de qualidade com o tempo”, complementa.
Para Rodrigo Geisse, filho de Mario, o que falta para o Brasil se sobressair no mundo de vinhos é ter mais objetivo. “No nosso ponto de vista o que falta para o Brasil é foco, ser especialista no que temos de melhor, sem querer se parecer com ninguém, conquistando assim reconhecimento graças a uma identidade própria”, analisa.
E você, ainda tem dúvida que o Brasil produz vinhos de qualidade excepcional? Convidamos você para provar algum da Vinícola Geisse. Com certeza estes rótulos vão te surpreender…
Por Andressa D’Amatto
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