Olá, tudo bem?
Meu nome é Alykhan Karim, CEO do Sonoma Market.
Para quem é novo no Sonoma Signature, entrando no nosso clube neste último mês, eu costumeiramente escrevo uma cartinha para acompanhar a seleção, pois os vinhos são da minha escolha pessoal.
Neste mês agora, selecionei dois vinhos que achei excelentes.
Um vem do novo mundo, outro do velho.
Ambos são à base da uva Malbec.
Peraí.
Sério?
Dois Malbecs?
Que curadoria é essa? E as novidades? Descobertas? Vinhos fora do comum?
Não sei se é isso mesmo que está passando por sua mente. Se sim, segura aí. Deixe-me explicar.
Primeiro, este inverno está sendo um pouco mais ameno que o normal. Malbec é perfeito. A uva oferece tanta fruta ampla e suculenta, com acidez o suficiente para carnes menos gordurosas, como um filet mignon, porém é perfeito para as refeições mais leves também. Não é todo dia que um grande Douro ou Ribera del Duero funciona. A versatilidade da Malbec é fantástica para o clima atual, e os pratos que combinam com ele.
Mas muito além disso, escolhi os vinhos porque são bons.
O primeiro, o Sur de Los Andes Malbec Reserva 2016 é um projeto especial entre um dos gigantes da Itália, Guillermo Banfi (sim, aquele Banfi, de Brunello di Montalcino) e o Pablo Durigutti. Pablo e Hector Durigutti estão entre os maiores astros da Argentina, oferecemos os vinhos deles ao longo dos anos, qualquer projeto novo que decidem fazer dá super certo.
Assim, fiquei muito curioso para provar este rótulo, oferecido por nós anos atrás, agora uma safra de guarda liberada da adega que é disponibilizada somente para nós.
Revela uma perspectiva mais elegante de Mendoza.
Expressa aromas de ameixa, groselha, pimenta jalapeño, com leve tostado de barricas americanas, nuances de anis e chocolate amargo.
No paladar é sedutor e aveludado, mais contido em fruta, mas surpreendente pela finesse. Já com 7 anos após a safra, a fruta está tão integrada, as nuances da barrica (foram 12 meses em carvalho americano e francês), sendo especiarias doces e traços abaunilhados, se encontram totalmente integrados, os taninos tão domados e aveludados.
91 Pontos por James Suckling. Mas se o crítico tivesse degustado hoje, teria oferecido ainda mais.
Espero que agrade!
Já o segundo rótulo?
Ao olhar ele, pergunto para você, teria como saber que é um Malbec?
Talvez para nossos clientes enófilos mais estudados, sim!
Como todos os vinhos do velho mundo, onde a importância do terroir é primordial e a uva secundária, o lugar é destacado no rótulo, mas a uva, ou composição de uvas, não.
O Galets d’Olt Cahors 2018 vem do sudeste da França, da região de Cahors, não longe de Bordeaux. Esta região é considerada o berço natal da uva Malbec e até hoje faz versões fantásticas, mais austeras e menos opulentas dos primos Mendocinos, classudos, às vezes com grande complexidade.
Se você nunca provou um Cahors, chegou a hora.
De solos argilosos-arenosos formados 500.000 anos atrás, excelentes para a expressão de uvas “plenas” como a Merlot e a Malbec, o vinho elaborado oferece um perfume fascinante de mirtilos, amoras e ameixas, talvez sem tamanha violeta da versão andina.
Macio em boca, com excelente acidez e frescor surpreendente, o núcleo de fruta preta suculenta é o destaque aqui, o corpo pleno também, o final longo e persistente.
Nunca vi um Cahors abaixo dos R$120-R$130 no Brasil e, ao degustar este, acredito que vai concordar comigo que este vinho é mesmo deste patamar.
Dois Malbecs, então. Mas dois grandes vinhos, um dentro de um estilo que talvez já conheça e aprecie, outro, totalmente distinto.
Espero que ambos harmonizem com os pratos deste próximo mês, e que ambos também agradem imensamente.
Um abraço enorme,
Alykhan Karim
CEO – Sonoma Market
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