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20 harmonizações para fazer antes de morrer

A perfeita harmonia entre o vinho e a comida não é um resultado fácil de se obter. Sim, é de perfeição que estamos falando… Só não vá morrer antes de testar pelo menos uma vez cada uma das nossas sugestões!

Lugares para conhecer, discos para ouvir da primeira à última música, livros para ler… Coisas para fazer antes de morrer é o que não faltam, e algumas harmonizações estão, definitivamente, entre elas.

Dizem que é praticamente impossível chegar à harmonização perfeita. E sabemos como é difícil… Existem as por aproximação, por contraste, algumas ousadas (que todos insistem em dizer que não dão certo)… Mas, no final das contas, harmonização certa é aquela que você gosta e ponto.

Entre as clássicas e as nem tão clássicas assim, listamos algumas das nossas favoritas. E garantimos: você precisa fazer ao menos uma vez antes de morrer!

As clássicas (e que você já deve ter ouvido falar!)

Nada ganha o status de clássico à toa, não é mesmo? Pode ser que nem sejam as mais divertidas das harmonizações, mas elas estão próximas da perfeição – e vai ouvir falar nelas em praticamente qualquer lugar do mundo.

Champagne brut e caviar

A cremosidade dos dois combina-se às pequenas explosões no paladar e ao sabor do mar… Espumantes, especialmente os nascidos na região de Champagne, são a bebida que melhor preserva as características de sabor e textura da iguaria que nasceu na Rússia. Aliás, são as borbulhas que as enaltecem. Notas cítricas, minerais e tostadas dos Champagnes fazem com que a harmonização seja imperdível.

Sauternes e foie gras

Um doce, com notas de frutas cítricas e mel; o outro salgado, com o mais puro sabor das aves. Mas não é somente o contraste que coloca esta entre as melhores e mais garantidas harmonizações de todos os tempos. Tanto o vinho quanto o prato tem paladar intenso, e a textura extremamente cremosa de ambos faz com que o encontro seja perfeito em boca. Dizem ser possível chegar a resultados muito próximos com vinhos de colheita tardia e outros de sobremesa, só não se esqueça de um detalhe: a acidez de Sauternes é que o torna tão especial para acompanhar o foie gras (põe gorduroso nisso!).

Clique aqui para a receita de foie gras com maçã verde caramelizada e Sauternes, do chef Alysson Müller

Porto Ruby e chocolate

A potência do Vinho do Porto é perfeitamente adequada para harmonizar a intensidade do chocolate, assim como sua textura e paladar. E não é só por serem docinhos que os fortificados do Portos combinam tão bem com chocolate ao leite – mas sim por trazerem, entre notas de frutas vermelhas, as do próprio doce.

Pinot Noir e boeuf bourguignon

Só quem já se aventurou pelas longas horas na tentativa de fazer um boeuf bourguignon em casa sabe que a receita original pede uma garrafa de Pinot Noir da Borgonha (e não é para a harmoniação, não, mas para o preparo do prato). Borgonha não para em seu nome, não – o prato traz os sabores mais naturais daquela terra. E nada melhor do que seus grandiosos tintos para acompanhá-lo.

Clique aqui para a receita de boeuf bourguignon, do chef Olivier Anquier

Chablis e ostras

O segredo da harmoniação é a mineralidade. E não é difícil entender o por quê… Há milhões de anos, a região de Chablis era inundada por um oceano, e mesmo depois de seco, continua a influenciar – e muito! – as uvas que por lá nascem. O próprio solo da região é composto por sedimentos de conchas. Dá para acreditar? A alta acidez e o toquezinho salgado é que fazem essa uma harmonização daquelas!

Clique aqui para a receita de ostras à provençal, por Felix Bistrot

Bordeaux e cordeiro

Dizem que a carne de cordeiro é uma das mais convidativas aos vinhos tintos, em especial os de corte bordalês. Os autênticos Bordeaux, por sua vez, são os mais suculentos, cheios de taninos e intensidade de sabores – e até parece que é de cordeiro que estamos falando. Quanto mais jovem a carne e mais delicado o seu preparo, mais redondo deve estar o vinho – taninos e acidez equilibrados, dos vinhos prontos para beber. Por outro lado, os cozidos mais robustos encontram a perfeição ao lado de um Bordeaux jovem.

Clique aqui para a receita de paleta de cordeiro, o chef Pier Paolo Picchi

Jerez Oloroso e presunto cru

Jerez é um dos poucos vinhos em que se pode sentir nitidamente notas salgadas. Cremoso pela força do álcool e com muitas notas minerais, amendoadas e marinhas, ele apresenta sempre ótima acidez. Isso tudo vai muito bem com deliciosas fatias de presunto cru, uma carne com toques adocicados e gordura saudável, uma vez que o porco só é alimentado com um tipo de noz chamado “bolotas”, em espanhol, “bellotas”.

Chianti e espaguete à bolonhesa

Só de nascer em terras italianas, as uvas (e, por consequência, seus vinhos) têm acidez extraordinária. E a característica também invade a gastronomia do país – pudera, quase tudo tem tomate! – Espaguetes, pizzas, molhos… Inclusive o bolonhesa. Que todo suculento e com muito tomate e carne, pede a acidez de um bom vinho, pede um italiano, pede um Chianti!

Clique aqui para a receita do legítimo molho à bolonhesa

Barolo e risoto trufado

Duas preciosidades da Itália: o Barolo e as trufas. São, de longe, os cogumelos mais marcantes da culinária italiana e mais terrosos do que a própria terra. Todo seu aroma defumado e o sabor tão presente finalizam com maestria um risoto trufado que compõe uma clássica harmonização com Barolo. Ele entra com a acidez e o corpo. Presente, elegante, faz salivar. O risoto vem com a cremosidade do prato e todos os encantos e notas terrosas e defumadas das trufas. É uma harmonização de prolongar o jantar.

Clique aqui para a receita de risoto trufado, por Carlão Soares

Tannat e churrasco

Muitas são as carnes que podem ser servidas num churrasco e harmonizá-las não é tão difícil. Pedaços suculentos, como ponta, bife ancho, bife de chourizo, chuleta (ou bisteca), costumam também ser fibrosas. Então, que tal um Tannat? Com tantos taninos, contrasta muito bem com a carne suculenta. Ela preenche a boca, ele diminui a salivação.

Clique aqui para a receita de bife de chorizo, por Homens Gourmet

Nem tão clássicas assim…

Mas, parando para pensar, não é só porque são clássicas que são as mais divertidas, né? Entre erros e acertos, descobrimos algumas harmonizações absolutamente imperdíveis.

Zinfandel e hambúrguer

A uva de origem croata chegou ao Chile e até ao Brasil, mas foi a Califórnia que assumiu como seu lar adotivo. Pensando por esse lado, até que a harmonização de Zinfandel com hambúrguer poderia ser considerada clássica (entra no “hall” das regionais), mas não é todo enófilo que está aberto a beber vinho junto com o prato, muitas vezes considerado simples. Acontece que parecem ter nascido um para o outro: hambúrguer e Zinfandel ambos são suculentos, cheios de especiarias e muito saborosos.

Clique aqui para a receita de hambúrguer caseiro, por Jô Barros

Riesling e comida árabe

Tamanho leque de aromas e acidez muito equilibrada com a doçura, os Rieslings harmonizam muito bem com comidas condimentadas e picantes. Pensou em zaatar e pratos árabes? É disso mesmo que estamos falando! Tanto as pastas dessa culinária quanto os outros alimentos muito bem temperados, pedem pela acidez e doçura de um Riesling para deixar tudo ainda mais saboroso. (E elegante).

Clique aqui para a receita de abobrinha recheada, por Claude Troisgros

Pinot Noir e pizza com cogumelos

Com tantos toques animais e terrosos, toda a tipicidade de um Pinot Noir pede por alimentos tão terrosos quanto. E onde mais seria possível encontrar essa característica tão marcante se não nos cogumelos? É ao lado de um elegante Pinot que as pizzas com cogumelos encontram seu lugar. Primeiro que os vinhos dessa uva, por sua acidez e corpo de leve para médio, já harmonizam muito bem uma pizza. Se acrescenta um ingrediente que vá ao encontro dos toques terrosos do vinho, fica tudo perfeito. Então, Pinot e pizza com cogumelos. Bom apetite.

Clique aqui para a receita de pizza ao funghi, por Carol Oliveira

Espumante rosé e feijoada

Nada de torcer o nariz, hein? Esta é, sem dúvida, umas das nossas harmonizações favoritas (e o espumante cai melhor, acredite, do que com cachaça, caipirinha e até cerveja). Com acidez suficiente para segurar o peso de uma feijoada com todas as carnes que tiver direito, os espumantes são os mais indicados para o prato tipicamente brasileiro (ainda melhor se for um vinho nacional!). Os rosés costumam ter um pouco mais de corpo e estrutura do que os brancos, e por isso são ainda mais adequados. Nunca foi tão refrescante comer feijoada!

Clique aqui para a receita de feijoada, do Bolinha

Espumante e friturinhas

Salgadinhos, coxinhas, risoles… Petiscos! Quem é que não gosta? Sempre protagonizando as mesas de happy hour, de aniversário, ou do bate papo no bar. Geralmente são acompanhados de cerveja, mas experimente dar lugar às borbulhas de um espumante brut ou Prosecco. Frescos, leves, com boa acidez para equilibrar a gordura das friturinhas, eles são uma alternativa excelente de harmonização. Pelo menos uma vez na vida, você precisa trocar a boa e velha cervejinha por um espumante na hora dos petiscos.

Clique aqui para a receita de coxinha, do Veloso

Syrah e costela ao molho barbecue

As poderosas frutas negras da Syrah ganham um quê a mais no Novo Mundo, um toque de doçura que combina perfeitamente com o agridoce do molho barbecue. Suas especiarias vêm para completar os temperos da costela. Dá para ser melhor?! O melhor: dá, sim… Ainda nem falamos como seus vinhos são encorpados e estruturados!

Clique aqui para a receita de costela de porco ao molho barbecue, do blog Papo de Bar

Chardonnay e linguado à la meuniére

Ah, os peixes harmonizados com Chardonnay… Uma harmonização de sucesso e potencial. No caso do linguado à la meuniére, que leva manteiga e alcaparras e o peixe, por si só, já é mais gordinho, é recomendado um Chardonnay que não tenha (ou tenha pouca) passagem por madeira. O prato precisa da acidez e do corpo de um branco para chegar ao ponto ideal do encontro entre o vinho e o linguado. Invista nesta e não vai se arrepender.

Clique aqui para a receita de linguado à meunière, da autora Rachel Khoo

Sauternes e coquetel de camarão

Fresco e com perfeito equilíbrio entre acidez e doçura, Sauternes é perfeito para harmonizar doces. Mas, uma das harmonizações que você precisa fazer antes de morrer, é trocar a sobremesa por um coquetel de camarão. A acidez e doçura combinam bem com o molho rosé que vai em muitos desses coquetéis. Os dois se completam em toques adocicados e o frescor do vinho é ideal para o camarão.

Clique aqui para a receita de coquetel de camarão, por Claude Troisgros

Gewürztraminer e comida tailandesa

Conhecida por ser apimentada, a culinária tailandesa praticamente se constrói com o uso excessivo de especiarias. Se acha que pesam a mão nelas, é porque nunca provou um prato sequer ao lado de um Gewürztraminer. A uva tem nome difícil e origem incerta, mas é um prato cheio para harmonizar comidas tailandeses, sobretudo peixes e frutos do mar. Tão aromático quanto a comida, o vinho vai competir em perfume com ela e ainda adocicar seu paladar, minimizando os efeitos da pimenta. Parecem feitos um para o outro!

Clique aqui para a receita de salmão thai com curry, lichias e coco, do restaurante Mestiço

Barbera e queijo do tipo parmesão

Um dos queijos duros mais populares aqui, no Brasil, é o parmesão. E não raro é harmonizá-lo com vinhos encorpados e cheios de taninos (que criam praticamente um campo de guerra dentro da boca, pois enfrentam o sal do queijo). Não quer trocar seu tinto por um branco? Então prove o queijo ao lado de um Barbera. O vinho é leve, mas suas frutas frescas e sua acidez, altíssima, falam a língua do queijo – nunca mais vai querer voltar para um vinho pesadão.

Por Carol Oliveira e Gustavo Jazra

Blog Sonoma Market

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