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Decanter de vinho: tudo o que você precisa saber

Decantar ou não decantar, eis a questão. Você já deve ter lido na descrição de muitos vinhos sobre a necessidade deste processo. Para isso, você precisa de um decanter de vinho.

E o que seria este acessório? Item de butique pra “enochatos”? Para quê serve? Por que esse formato tão esquisito?

Para responder a essas e mais e perguntas, preparamos o guia definitivo com tudo o que você precisa saber sobre o decanter de vinho e nunca mais ter dúvidas.

Mais do que acessório de enófilos usados para chamar a atenção, o decanter de vinho guarda muitas utilidades para além do design. Antes vamos entender o que é o decanter, de onde veio e qual seu propósito. 

Decantando a história

O conceito por trás da decantação é tão milenar quanto o do próprio vinho. Desde as antigas sociedades mediterrâneas, a bebida era transferido para vasos menores e colocados à mesa. No entanto, este processo tinha muito menos a ver com a necessidade de decantar e mais por uma questão prática de serviço. 

Foram os romanos, no século 1 a.C. que desenvolveram métodos mais sofisticados para remoção de sedimentos do vinho, chegando às jarras de vidro ou de cristal que conhecemos hoje, mas ainda não com esse nome. O refinamento do decanter de vinho moderno foi alcançado apenas no século 16, no período renascentista, com a prolífica produção de vidro na Europa Ocidental, principalmente na França, nos Países Baixos e no Reino Unido.

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Em terras britânicas, o empresário George Ravenscroft foi o ressponsável por introduzir a cultura do decanter de vinho entre a aristocracia inglesa. Àquela época, ainda no século 17, os grandes jantares e banquetes tinham como tradição manter copos e garrafas de vinho em um aparador e não sobre a mesa.

Isso fazia com que muito vinho fosse passado de um lado para o outro, e o formato único do decantador foi considerado mais agradável para esse uso do que as garrafas escuras, além de ter menos probabilidade de derramar ao ser passado entre os homens. 

Mas foi somente após a cultura do restaurante, desenvolvida na Europa pós Revolução Francesa, quando os costumes gastronômicos começaram a envolver o decanter de vinho, com o propósito de ampliar a experiência enogastronômica à mesa.Foi assim, então, que começamos a usar termos como decantar, descansar ou aerar, para que a bebida alcançasse um estágio de degustação satisfatório. 

Não importa o verbo utilizado, mas desde o século 17 a alta sociedade europeia já entendia a necessidade de fazer o vinho “respirar”. Quando falamos nisso, basicamente remetemos à função primária do decanter de vinho: expor a bebida à oxigenação, provendo uma superfície suficientemente larga, exposta ao ar, para acelerar a maturação (ou envelhecimento) da bebida. 

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Para quê serve o decanter?

O decanter de vinho, portanto, serve para facilitar o processo de decantação, deixando os aromas mais fortes, os taninos mais suaves e o álcool menos acentuado. 

Assim, o decanter desempenha um papel essencial. Ele ajuda (e muito) a capturar as melhores características do vinho, sobretudo para tintos, normalmente, de safras mais antigas. Ele ajuda o vinho a reduzir as notas de carvalho (madeira e baunilha), tornando os sabores complexos e terciários ainda mais perceptíveis (como couro, especiarias, frutas maduras, chocolate e café). 

Parece complicado? Não é. O decanter, em especial com os vinhos mais antigos, serve para separar o líquido dos sedimentos que foram surgindo ao longo dos anos (eles vêm principalmente da redução dos taninos e do álcool). Os vinhos não filtrados (geralmente os de produção orgânica) também costumam juntar esse resíduo. Em tese, bastam uns 10 minutos para que eles se juntem no fundo da jarra. 

Daí a importância do seu formato. O decanter de vinho é um instrumento muito similar a uma jarra de vidro. Porém, precisa ter uma base bem grande e uma abertura relativamente pequena. Por ter um fundo grande, o vinho se espalha em uma superfície maior. Já a boca estreita, com um pescoço alongado não deixa entrar tanto ar. 

Muito cuidado nesta hora! Apesar de o decanter de vinho “abrir” os aromas da bebida, seu uso deve ser feito com cautela, pois o oxigênio também pode “matá-lo” em questão de horas. 

 

Quando e como usar o decanter de vinho

 

Com tantas vantagens que o decanter de vinho oferece para potencializar sua experiência de degustação, vale o aviso: não adianta usá-lo o tempo todo e para qualquer ocasião. Ou seja, o decanter não é apenas um acessório para ornar a mesa, mostrando as notas visuais do vinho antes de chegar à taça. 

É importante entender quando e como o usar o decanter de vinho. A primeira grande regra é usá-lo para decantar vinhos guardados há não menos do que quatro anos. Também se faz bom uso do decanter para bebidas com potencial de guarda extenso, mas que você não aguentou deixar na adega e quer abrir antes da data ideal ou máxima de maturação na garrafa. 

Exemplares mais jovens podem até se beneficiar da decantação. No entanto, não é necessário expô-los tanto ao processo. Neste caso, despeje o líquido da garrafa em seu decanter de vinho cerca de 20 minutos antes, no máximo. Assim, você garante as propriedades da bebida e não arrisca uma superoxigenação.

Para vinhos brancos, que usualmente possuem menos sedimentos e taninos, a decantação precisa considerar, além da safra, a temperatura, tomando cuidado para não esquentarem muito no processo. Assim, você pode, sim, servir seu branco no decanter de vinho, descansando entre 10 e 20 minutos. Ele pode ser beneficiado deste período para potencializar suas características aromáticas e gustativas. 

Ah, importante lembrar: não se decanta espumantes! Ao menos, via de regra. Neste caso, o risco será de comprometer a perlagem do vinho, ou seja, as belas bolhas que compõe a textura da bebida. 

 

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Quanto tempo o vinho pode ficar no decanter ?

Você deve ter em mente de que vinhos podem repousar no decanter de 15 minutos até quatro horas, a depender do estilo da bebida e até das condições climáticas do local da degustação. Mais do que este limite não é necessário. 

Mas tome cuidado: não é porque um vinho já tem 10 anos que deve ser decantado por horas. Muito pelo contrário! Vinhos que foram guardados por muito tempo já evoluíram bastante e chegaram ao seu ápice. Eles estão prontos para beber, decantá-los só vai acelerar sua morte por oxigenação. 

O truque, aqui, é deixar a garrafa em pé (na vertical) um dia antes de abri-la. Assim, os sedimentos têm tempo suficiente para se depositarem no fundo da garrafa.

No entanto, podemos recorrer a alguns exemplos práticos para determinar o tempo em que o líquido pode ficar no decanter de vinho.

Um Barolo de guarda, muito encorpado, no auge da sua maturação em garrafa, por exemplo, pode respirar por cerca de 3 horas. Já um Zinfandel, mesmo de uma safra não muito jovem, precisa apenas de 30 minutos para liberar todo seu potencial. 

Naturalmente, não basta apenas considerar a uva, mas compreender que cada vinho tem uma produção, uma história e uma safra por trás que podem oferecer mais informações particulares acerca de sua necessidade de decantação. 

 

Uma dica: no caso dos tintos, vale provar um pouquinho do vinho logo ao abrir a garrafa. Nesse momento, preste atenção nos sabores – quanto mais demorar para notá-los, mais podem ser decantados. O vinho seca muito a boca logo ao primeiro gole? Também vale a pena descansar. Utilizando este método, mantenha uma média de 30 minutos a uma hora, dependendo da análise empírica. 

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Como escolher o decanter para o vinho ideal ?

É importante observar algumas coisas antes de escolher o decanter de vinho para o rótulo ideal. Em primeiro lugar: você está decantando um tinto, um branco ou um Porto? 

Como ocorre com as taças, a estrutura e o estilo de cada vinho é determinante para escolher seu decantador. Tintos mais encorpados devem ser aerados em decanter de vinho de base larga e de gargalo estreito. Isso permitirá que o vinho respire e se abra de modo a preservar e amaciar os taninos.

Para brancos e rosés, as melhores opções de decanter de vinho são com base mais estreita e um gargalo um pouco mais largo, considerando também que são vinhos que passarão por pouco tempo de descanso. 

Claro, essas são apenas diretrizes – em última análise, a melhor maneira de escolher um decantador é experimentar e descobrir o que funciona melhor para você. Com tantas opções disponíveis, certamente haverá um decantador de vinho perfeito para o seu gosto.

“Não tenho decanter, e agora?”

Existem decanters de todos os tipos, um mais moderno e estilizado que o outro, e os preços vão de R$ 30 a R$ 1.000 ou mais. Não precisa ter medo, pois o formato e o preço em nada interferem no trabalho. Ele precisa apenas ser transparente, de vidro ou cristal – materiais neutros que não interferem nos cheiros e sabores. 

Partindo desse princípio, até uma jarra de suco poderia ser utilizada como decanter. É preciso observar, contudo, que devido à grande abertura, a decantação será muito rápida. Outro porém de se usar uma jarra é que há menos controle da entrada de oxigênio. Portanto, melhor buscar um decanter de vinho apropriado.

Abrir o vinho antes de servi-lo e deixá-lo descansar na garrafa também é uma opção. Neste caso, como a superfície de contato é menor, a decantação leva mais tempo. 

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Concluindo: Por que você precisa de um decanter?

Podemos resumir a necessidade do decanter de vinho em quatro razões centrais. A primeira delas, a aeração. O decantador acelera a oxidação e a evaporação da bebida, o que realça os sabores e aromas desejáveis ​​do vinho.

Em segundo lugar, você precisa de um decanter de vinho para remover sedimentos. Pois, à medida que os vinhos tintos amadurecem, as moléculas de tanino se formam em longas cadeias e pesam até o fundo da garrafa, concentrando ali alguns resíduos. O decanter ajuda a identificá-los e evitam despejá-los. 

Outro motivo importante é específico para os vinhos brancos reduzidos ou oxidativos. Alguns podem cheirar a enxofre ao destampá-lo com o saca-rolhas. Mas uma decantação de 15 minutos já pode resolver essa característica em seu buquê.

E a última razão está no ajuste de temperatura. Alguns vinhos podem sair do armazenamento alguns graus abaixo da temperatura recomendada para servir. Se você não armazena seu vinho em uma adega climatizada com zona dupla, provavelmente vai precisar de alguns minutos no decantador para elevar a temperatura do vinho.

Por fim, se ainda restou alguma dúvida, recorra a um simples teste: beba um vinho antes e depois de decantar-lo. Claro que os resultados não são os mesmos de anos de guarda bem feita, mas a melhora é considerável. E aí, percebeu alguma diferença?

 

Blog Sonoma Market

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