A Sauvignon Blanc: Uma Uva Especial
Depois da França, vários países começaram a plantar e fazer vinhos com a Sauvignon Blanc: Austrália, Nova Zelândia. Mas um lugar em especial faria essa uva ganhar sabores e aromas bem inusitados. O país da diversidade, do Jive e da vuvuzela. Isso mesmo, estamos falando da África do Sul.
A África não é nova na produção de vinhos: sua experiência no ramo já tem mais de 350 anos. As primeiras vinhas foram plantadas no continente em meados do século XVII, na região de Constantia, perto do Cabo da Boa Esperança. Foi levada pelos holandeses, e também teve uma ajuda com a mão de obra de franceses refugiados que já eram entendidos da arte da viticultura.
O vinho instalou-se no continente africano, e as uvas brancas já começaram a fazer sucesso. Eram vendidas para as cortes europeias, até a produção de vinhos passar por um período de baixa. Em 1886, uma praga dizimou as videiras, não apenas da África, mas de várias partes do globo. O replantio priorizou a quantidade, e não a qualidade. Mas essa quantidade acabou barrada pela recessão da Inglaterra, principal importadora dos vinhos sul-africanos da época.
E então veio o período do apartheid, onde o vinho ficou controlado por uma cooperativa africana de plenos poderes, ao mesmo tempo que havia o boicote de produtos sul-africanos, que fez com que os vinhos parassem de sair do país.
Tudo começa a mudar em 1994, com o fim do regime. A África do Sul ressurge, com iniciativas novas e muito investimento, tornando-se um grande produtor de vinhos de qualidade. Atualmente, há mais de 500 vinícolas privadas em funcionamento no país: o dobro do início do século.
Dentre essas vinícolas, 55% da área cultivada é de uvas brancas, onde a Sauvignon Blanc faz par com outras uvas que também se deram muito bem no solo africano, como a Chenin Blanc e a Chardonnay.
E qual é o segredo, ou melhor, os segredos por trás da peculiaridade do vinho de Sauvignon Blanc africano? Antes de tudo, o equilíbrio: a mistura de sabor velho e novo que o vinho possui. O vinho sul-africano consegue ficar no meio do caminho entre o estilo antigo e o novo de fazer o vinho.
Por ser um país do Novo Mundo, possui o mesmo toque imediato e gratificante do vinho que há em países como a Austrália, ao mesmo tempo que possui o estilo austero e clássico do velho mundo europeu, por cultivar videiras há mais de 350 anos.
Outro detalhe é o clima. A Sauvignon Blanc é uma uva que gosta do frio, principalmente em seu processo de maturação. Quem acompanhou a última Copa do Mundo sabe que na África do Sul faz frio. Aliás, muito frio! Nada anormal para um país onde muitas terras ficam abaixo do Paralelo 30 S, uma linha que corta o globo no 30º Sul. Os vinhedos próximos à Cidade do Cabo registram temperaturas semelhantes às do Napa Valley, na Califórnia.
Mas a cartada final que completa as condições especiais é invisível. Sim, o vento! Os vinhedos de Sauvignon Blanc estão localizados em uma área de ventos muito fortes, chamada Constantia Valley. Esse vento faz uma pré-seleção natural, derrubando muitas uvas.
Ele realmente diminui o número de cachos na parreira, e as uvas que sobram são as mais resistentes, mais maduras e com características mais fortes. Além de selecionar, o vento também altera a constituição da casca da uva. A casca é justamente a parte que mais confere aromas ao vinho, e por isso ninguém consegue copiar o Sauvignon Blanc sul-africano.
O resultado é um vinho com características únicas, e um gosto e aromas especiais que esse próprio vento confere.
Ficou com vontade? Prove e sinta na língua o sabor que a natureza pode dar a um vinho.
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