Cada um tem o seu jeitinho. Uns gostam do café mais forte, outros, nem tanto… Uns com açúcar, outros sem. Para o brasileiro o que importa mesmo é fazer! E quais são as maneiras?
Que o café é a bebida mais consumida no Brasil, ninguém tem dúvida. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), entre maio de 2011 e abril de 2012, foram consumidos cerca de 20 milhões de sacas, o equivalente a quase 83 litros para cada brasileiro por ano.
Mas você sabia que existem diversas formas de se preparar café, e cada uma resulta em uma bebida com diferentes características? Confira aqui qual delas combina mais com o seu paladar.
O preparo tradicional no Brasil envolve o café coado, antigamente usando um coador de pano e atualmente, o filtro de papel. O coador de pano, por utilizar os grãos moídos em pó muito fino, libera todos os óleos essenciais do café, o que confere corpo à bebida – essa característica, segundo Thabata Creazo, coordenadora da equipe de baristas do Octavio Café, é muito apreciada em geral pelo paladar brasileiro.
Os apreciadores do “cafezinho” que utilizam filtro de papel como substituto do coador de pano perdem os óleos essenciais que conferem o corpo à bebida. Assim, podem ter nas xícaras apenas um líquido com menos corpo e mais cafeína — que é incorporada ao café de acordo com o tempo de contato da água com o grão, e que confere o sabor amargo ao final de cada gole. “Culturalmente, o Brasil gosta de um café mais amargo. É esse fator que nos faz associar a uma bebida mais forte ou fraca. Quando na verdade, deveria ser pelo conjunto da obra: corpo, acidez, aromas, doçuras. É possível sentir tudo isso numa xícara de café que foi bem preparada”, conta a barista.
Entre os preparos que incluem coar o café, misturando os grãos moídos e água quente e depois filtrando a infusão, estão os métodos Chemex e Hario. O Chemex é um coador acoplado a jarra que funciona com filtro de papel e produz uma bebida aromática, mais ácida e de sabor delicado, suave. O método Hario, de origem japonesa, é um suporte de cerâmica ou vidro com sulcos e poros no filtro, e destaca todas as notas do grão.
Muito conhecida e utilizada pelos baristas até pouco tempo, a prensa francesa é o método mais próximo ao cupping, prática utilizada por críticos de café — sim, assim como as uvas do vinho e as azeitonas do azeite, os grãos também são avaliados — no momento da análise de cada grão. A técnica da prensa francesa consiste em misturar água quente, entre 88º e 92ºC, e o grão, moído especificamente para esse processo, deixar repousar por 4 minutos e separar líquidos e sólidos com a ajuda do filtro da própria prensa. O café preparado a essa maneira tem todas as suas características destacadas. “Mas assim como o vinho, o café tem que ser preparado rigorosamente de acordo com a técnica, senão o risco de ter uma bebida amarga é grande. Com a prensa francesa, o principal detalhe é moer os grãos corretamente”, detalha Tabatha.
A primeira técnica de preparo de café teve origem na Turquia. Até então, apenas bebia-se um chá com o fruto verde. Acidentalmente, alguns frutos caíram na fogueira, e o aroma do café torrado surpreendeu. E foi assim que começou a história do café como conhecemos hoje. “O café turco é preparado com a ibiq, um recipiente específico onde o pó e a água ficam misturados até o momento do consumo. E para isso, o grão precisa ser moído muito fino e a água deve esquentar e esfriar três vezes, para decantar o pó”. Tabatha conta ainda que são adicionadas especiarias ao café, principalmente o cardamomo, para deixar a bebida mais doce.
A cafeteira italiana e o café expresso são métodos parecidos, que destacam todas as características do grão, sejam elas boas ou ruins. “A acidez da bebida produzida pelas duas técnicas é bem baixa, e elas podem ter toques mais amargos no fim, por isso são tão consumidas aqui no Brasil. Mas é preciso escolher bem o grão, porque ninguém consegue beber um café que seja muito ácido ou muito doce, e os dois processos são como lentes de aumento: ampliam todas as características do café”, explica.
E você, ficou com vontade? Descubra mais sobre as técnicas com a barista Tabatha Creazo, do Octavio Café, na Av. Brigadeiro Faria Lima, 2.996, em São Paulo.
Por Clarissa Viana
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