Dificilmente vai encontrar um… Por que não aproveitar os bons ventos e aprender a harmonizar a carne com o que vai servir na taça? Faça bonito e aproveite a despedida do final de semana com tudo!
Sabe aquele papo de que ‘carne combina com vinho tinto’? Pode ser um bom ponto de partida, mas esqueça a partir de agora – harmonização de carnes vai muito além disso!
Deve-se preocupar, para começar, com o modo de preparo, ponto de cozimento, temperos, molhos, quantidade de gordura e suculência da carne, para, então, se escolher o vinho.
Se a escolha da carne for definida a partir do vinho, o processo é o inverso, e a escolha se deve à presença dos taninos, ao corpo, estrutura e acidez da bebida.
Em via de regra, sal e tanino são duas coisas que não combinam (chegam, inclusive, a brigar na boca), portanto, quanto mais salgada a carne, menos tanino deve ter o vinho e vice -versa.
Se gordurosa, será bem-vindo um vinho com maior acidez e taninos para limpar aquela capa de gordura que envolverá suas papilas a cada mordida.
Carnes na brasa, vinho na taça e bom domingo!
Carnes vermelhas
Picanha
Quando preparada da maneira correta, a picanha, carne que dificilmente falta num churrasco, é bastante macia, fibrosa e ainda tem uma capinha de gordura, na qual é envolvida. Para segurar tudo isso? Só os taninos e acidez de um Malbec mesmo!
Fraldinha e maminha
Fibrosa e macia, porém sem muita gordura, a fraldinha é uma carne que não exige tanto corpo de um vinho. Um vinho igualmente macio, fácil e com taninos redondos? Hm… Merlot!
Cupim
Com muito marmoreio, que é aquela gordura entremeada na peça, o cupim não é uma carne que pode-se dizer suculenta. É macia, sim, mas pode ser um pouco seca. Um Espumante Brut ajudaria – e muito – a descer! O perlage encheria a boca e supriria a falta de líquido da carne!
Costela
De tão gordurosa e macia, a costela parece derreter na boca. Quando preparada com molho barbecue, ganha notas de especiarias e certa “picância”, o que aumenta o seu potencial para vinhos de médio corpo com notas de especiarias. Um Syrah seria ideal!
Alcatra
Super fibrosa, macia e sem tanta gordura, como a picanha, a alcatra acompanha muito bem um vinho de corpo médio, boa acidez e estrutura. Que tal um Barbera?
Contrafilé
Ponta, bife ancho, bife de chourizo (ou angosto) e bisteca (ou chuleta) são pedaços diferentes do contrafilé – apesar de apresentarem algumas especificidades, de maneira geral, são carnes fibrosas e suculentas. Tão perfeitas para um Tannat, que é quase como se pedissem por seus taninos!
Carnes Brancas
Frango
Carnes brancas leves, mas com um pouco de gordura, pedem vinhos aromáticos e com acidez equilibrada. Pensamos num Sauvignon Blanc. Que tal? Por ter mais gordura, a sobrecoxa e o coraçãozinho de frango precisam de um vinho mais leve, com um pouco mais de mineralidade e acidez gostosa. Um rosé de Provença vai super bem!
Linguiça
Em seu ponto ideal, a linguiça é super suculenta e tem certa gordura. Que tal um amigável Espumante Rosé Brut? Se a opção for linguiça apimentada, escolha um Riesling.
Costela de porco
Com sabor mais acentuado que a costela de boi, a suína chega até a ter algumas notas de especiarias. Pensou num Shiraz ou num tinto do Rhône? Nós também! Corpo médio, boa acidez e ainda notas de pimentas.
Peixes grelhados
Para peixes, por exemplo, como o pescado e namorado, que são leves e delicados, o ideal seria acompanhar um vinho aromático, fresco e rico em acidez. Pode ser um Gewürztraminer ou Poully Fumé, como é chamado o Sauvingon Blanc na França, onde ganha um toque defumado. Já peixes mais gordurosos, como o salmão, vão super bem com um branco encorpado, como um Chardonnay, mas também seguram um tinto leve, como um Pinot Noir.