Molhos são muito mais do que ingredientes para umedecer os alimentos.
Segundo historiadores, a invenção do molho vem do ano 5000 a. C., inicialmente com o intuito de conservar os alimentos. Hoje, cheios de histórias, sabores e características, os molhos podem ser o principal personagem de uma receita, a ponto de existir uma profissão especializada neles (o Saucier). Confira alguns dos molhos mais famosos, suas curiosidades e dicas para se deliciar neles.
Molho à Bolonhesa
Você sabia que o inventor do rádio foi o mesmo que inventou o molho a bolonhesa? Pois é, nem eu. Mas foi! Guglielmo Marconi vivia na cidade de Bolonha, no centro norte da Itália. Alguns anos após inventar o sistema de telegrafia sem fios, Guglielmo resolveu criar um molho diferente. Bom, se tratando de italianos, já dá pra saber que a inspiração foi melhorar ainda mais a famosa pasta.
Guglielmo misturou o molho de tomate com bastante carne moída e outros ingredientes, criando o molho que virou sensação na Bolonha e, mais tarde, no mundo. O nome não poderia ser outro: molho à bolonhesa. A macarronada com esse molho ainda é o prato mais consumido em Bolonha, e Guglielmo virou o herói da cidade, tendo seu nome em prédios, ruas e diversas outras homenagens.
Claro que, hoje em dia, não é só a macarronada que leva o molho. Lasanhas à bolonhesa também ficam divinas.
Mas como é um molho à bolonhesa original? É comum vermos molhos que se dizem à bolonhesa e são um molho de tomate com pequenos flocos de carne perdidos. O molho original leva uma quantia pequena de molho de tomate, bastante carne e até (pasmem!) vinho branco e leite.
Confira a receita do legítimo Molho à Bolonhesa, registrada na Câmara de Comércio da cidade de Bolonha.
Molho Sriracha
O molho Sriracha é mundialmente conhecido e popular, tendo fãs e adeptos fervorosos de seu sabor apimentado e diferente. Foi mais difundido nos Estados Unidos, mas já tem muitos apreciadores pelo Brasil e, se você ainda não conhece, vale muito a pena conhecer.
Além de delicioso, ele carrega uma história incrível atrás de sua criação. Quando os vietnamitas do Norte tomaram o poder no sul do país, um major do exército do Sul fugiu com sua família para os Estados Unidos. Em Los Angeles, David Tran não encontrava emprego (e nem um molho de pimenta decente para comer). Então, juntou o útil ao agradável e começou um negócio em Chinatown. Quando produziu um molho e fez lotes artesanais, que começou a vender em uma van, Tran não pensava em se tornar um bilionário. Mas foi o que aconteceu. Apesar de todo o sucesso, Tran não aceitou nenhuma ajuda externa e recusou todas as propostas de venda da empresa. Seu objetivo era apenas fazer um molho de qualidade, e manteve o preço baixo e o cuidado com o preparo nos últimos 30 anos. Hoje, ganha cerca de 60 milhões por ano, sem nunca ter gastado com publicidade.
O nome da empresa é Huy Fong Foods, o mesmo nome do cargueiro tailandês que levou Tran em segurança até os Estados Unidos. Já o nome do produto é em homenagem a uma cidadezinha tailandesa, Sri Racha.
Você pode encontrar o molho em lojas orientais do bairro da Liberdade, em São Paulo.
Molho Barbecue
Tradicionalmente usado em carnes, tendo ele próprio o gostinho defumado de um churrasco, esse molho americano ganhou fama internacional. Delicioso para comer com um hamburguer, batata frita, em carnes assadas e até na pizza.
O barbecue é, na verdade, uma variedade de molhos, pois ganha ingredientes e toques diferentes em cada região (no Kansas, se usa melaço na receita; na Carolina do Norte, vai vinagre; no Texas, usam molho de tomate).
Mas, na maioria deles, podemos notar o característico sabor picante e adocicado.
Desde a época de Cristóvão Colombo, já se existia um molho à base de vinagre e mostarda, que dizem ser o tataravô do barbecue. Séculos mais tarde, em 1923, foi lançado um molho que se parecia mais com o resultado final, até que, em 1943, a Heinz lançou finalmente um molho que fez um sucesso danado e passou a ser usado em todos os churrascos norte-americanos, de onde saiu o nome “barbecue”.
Molho Béchamel
Muita gente nem o conhece pelo nome correto, e o chamam de “molho branco” (apesar de vários chefs apontarem diferenças entre o preparo do béchamel e do molho branco). O béchamel é um molho francês feito com leite, bem leve, delicioso e que também pode ser usado como base para outros cremes.
Há muitas controvérsias com relação à sua história. Uns dizem que foi o cozinheiro Marie-Antoine Carême que o inventou, outros de que foi François-Pierre de la Varenne, outros dizem ainda que foram empregados anônimos de um chef desconhecido. Só se sabe que o nome é uma homenagem a Louis de Béchameil, administrador da corte do rei Luís XIV.
Confira a receita aqui!
Molho Teriyaki
Você já comeu algum prato oriental que era acompanhado por um molho que lembrava caramelo agridoce? Eu te apresento ele: o Teriyake! Esse molho é um sucesso com vários pratos: sobre um atum grelhado, um franguinho, e até com massas.
O molho teriyake surgiu com os primeiros imigrantes japoneses que foram para o Havaí, e decidiram criar uma marinada com alimentos locais (como sumo do abacaxi) misturados ao shoyu. O molho foi sendo colocado em diversas receitas orientais, até ganhar os ingredientes atuais, que são basicamente açúcar mascavo, shoyu e gengibre.
Algumas pessoas confundem o Teriyake com o molho tarê, que é mais denso, geralmente usado em potinhos para mergulhar empanados. O Tarê também é um molho agridoce, mas sua consistência não o deixa tão prático para usar em grelhados ou tingir carnes. Acredita-se que o Teryiake teria surgido como uma opção para essas receitas, com ingredientes mais líquidos, com um sabor mais temperado e menos doce.
Aliás, teriyake é justamente o nome do ato de grelhar carnes ao molho tarê. Teri significa lustroso (por conta do molho ser brilhante) e yaki é o método de grelhar as carnes.
Além desses, há diversos outros molhos famosos e deliciosos pra você usar nas suas receitas, como o Pomodoro, o Rosé, o Madeira, o Carbonara. E também há opções diferentes, como o Curry (o molho mais antigo do mundo), o Molho de Mostarda, o Molho de Alcaparras para Carpaccio e o Molho de Damasco.
Por Fernanda Braite
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