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Entre tapas e beijos

Entre tapas e beijos
Quem já visitou ou morou na Espanha sabe que “sair de tapas” é um evento quase sagrado.

Quem já visitou ou morou na Espanha sabe que “sair de tapas” é um evento quase sagrado.

É o momento perfeito para se integrar com amigos, colegas de trabalho e companheiros de faculdade, tudo isso acompanhado de bons “comes e bebes”. As histórias são muitas, acredite.

Antes de qualquer coisa, um pouquinho de história: a tapa é uma tradição que vem do século 18, quando o rei castelhano Afonso X, conhecido como “o sábio” de Castilla y León, obrigou todos os estabelecimentos a oferecerem uma pequena porção de comida sempre que servirem vinho para ajudar a controlar o álcool. E até hoje funciona assim – sempre que pedir bebida em um bar ou restaurante, virá junto uma tapa (e daí vem o “sair de tapas”).

Pois bem, quando eu estava estudando em Madri, era lei: toda sexta-feira, depois da aula, tapas! Rodeado por anchovas e azeitonas, me aproximei de conterrâneos da América, vindos da Venezuela, Colômbia, México e Peru, todos com alguma história que envolvia o Brasil. Geralmente, histórias de amor (ou melhor, de paixão). Sabiam que para a maioria dos latino-americanos, nós, brasileiros, somos os amantes mais “calientes”?

Não é à toa que as garotas se interessavam por minhas conversas. Foi assim, entre tapas e beijos, que conheci a “noite” madrilenha e um pouco mais sobre os outros alunos. Mas tinha uma pessoa, em especial, que não estava nem aí para minhas cantadas baratas. Era uma mexicana, mais velha, mais experiente e muito misteriosa. A conheci de fato em um bar de Malasaña, um dos bairros mais jovens e agitados de Madri, enquanto compartilhávamos um prato com fatias de queijo de cabra e presunto ibérico (o famoso “pata negra”).

Dois tintos

Eu sempre pedia vinho, mas ela me apresentou algumas novas opções que os mais puritanos podem chamar de pecado: o “tinto de verano”, que mistura a bebida a refrigerante de limão e muito gelo (os mais “lights” podem substituir por água com gás), e o infame (mas badalado) “calimocho” – metade vinho, metade Coca-Cola. Pode parecer falta de respeito com o vinho, mas para isso só são usados os mais baratos (daqueles que vêm em caixinha). Confesso que eu gostava.

A amizade crescia, mas não passava daí. Começamos a sair também aos finais de semana, sempre para comer e beber. Nossa região preferida era a Puerta de Sol, bem no centro da cidade. Com ela, conheci alguns restaurantes famosos e pratos típicos, como o cozido madrilenho (carnes com legumes e muito grão-de-bico), as batatas bravas (assadas e recheadas com molho picante ou alioli, tipo de maionese de alho), o polvo à galega (cozido com sal, azeite e pimentão), camarões ao alho e, meu preferido, os callos (ensopado com miudezas, parecido com o caldo de mocotó).

Somente em nossa última semana na faculdade começamos a conversar sobre relacionamentos. “Sempre me dou bem com pessoas do signo de Aquário”, ela me disse. E completou: “Deve ser por isso que quase tivemos algo”… É, parece que fui eu quem demorou demais, e ficamos só no “quase”. Eu já estava de partida para a França, onde passaria mais um mês, e ela queria conhecer outras cidades da Espanha.

Nunca saberei se a mexicana estava mais interessada em mim ou nas tapas, mas foi uma boa relação regada a comida.

E você, o que tem a dizer? Já conheceu uma bela garota ou um lindo rapaz por meio da comida? Como foi? Conte para nós!

Por Rafa dos Santos

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