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O lado natural dos vinhos

Seguindo a tendência dos alimentos (e até mesmo de outros produtos, como tecidos), os vinhos orgânicos estão em alta. Mas o que são os vinhos orgânicos, biodinâmicos e naturais? E qual a diferença entre eles?

Cresce a oferta no mercado lado a lado com os exemplares biodinâmicos e naturais. Uma novidade que causa certa confusão e algum preconceito entre os consumidores.

A falta de informação leva a confundir conceitos, como interpretar os produtos biodinâmicos como algo místico ou esotérico. Orgânico é tido muitas vezes como alimento consumido pelos praticantes da alimentação vegetariana, e por aí vai.

Hora de pôr às claras todos esses conceitos.

Orgânicos

Orgânico é a base de tudo. Seu conceito diz respeito às práticas agrícolas de cultivo do produto. No caso das uvas, uma viticultura orgânica deve ser feita sem uso de agrotóxicos, adubos químicos ou substâncias sintéticas. O objetivo é promover proteção ao meio ambiente e maior qualidade de vida ao ser humano, seja o que trabalha diretamente na produção ou o que consome o produto final.

Para ser considerado orgânico o processo produtivo deve abranger o uso responsável do solo, da água, do ar e dos demais recursos naturais, respeitando também as relações com os seres humanos e os animais em seu entorno.

Um vinho é orgânico quando produzido com uvas provenientes de vinhedos cultivados de acordo com todos esses preceitos. Na Europa, esses produtos são chamados de biológicos (ou simplesmente “bio”) e recebem um certificado de autenticidade.

No Brasil, os produtos também são certificados de acordo com as normas internacionais e recebem um selo que garante a produção orgânica.

Biodinâmicos

A biodinâmica parte do cultivo orgânico dos vinhedos, mas vai além. Em linhas gerais, nada mais é do que uma volta às técnicas ancestrais de agricultura que, sem o auxílio da tecnologia disponível atualmente, se baseavam na observação das fases da lua, das estações do ano e dos ritmos da natureza para determinar os momentos mais adequados para o plantio, poda, colheita, entre outros.

Assim como as marés e até mesmo o nascimento dos bebês são influenciados pelas mudanças das fases da lua, as plantas também têm seus ciclos de crescimento determinados pelos ritmos da natureza que, quando respeitados, geram plantas e frutos mais saudáveis e com maior qualidade.

Uma das técnicas utilizadas pela biodinâmica que gera confusão é o uso do chifre de boi – cheio de minerais macerados, o chifre é fincado na terra entre os vinhedos. Nada de mandinga ou simpatia, apenas uma técnica antiga para repor gradativamente os sais minerais perdidos pelo solo e necessários para o pleno desenvolvimento das videiras e suas uvas.

Naturais

Já os vinhos naturais dizem respeito ao processo de elaboração (a vinicultura). As uvas podem ou não serem provenientes de cultivo orgânico. Normalmente, os produtores tomam o cuidado de ao menos praticarem uma agricultura mais sustentável para obter uma matéria prima mais saudável.

O vinho é produzido exclusivamente a partir do sumo da uva, sem nenhuma intervenção. A fermentação se dá a partir de leveduras indígenas (aquelas presentes na casca da uva). Lembrando que a grande maioria dos produtores de vinho atualmente faz uso das leveduras chamadas enológicas, produzidas em laboratório a partir das leveduras naturais, pois estas garantem o resultado final esperado de aromas e sabores do vinho que desejam produzir.

Nada é acrescentado durante o processo de elaboração de um vinho natural. Nas produções convencionais, muitas vezes são feitas correções quando a uva não atinge um grau adequado de desenvolvimento. São acrescentados, por exemplo, o ácido tartárico para corrigir um baixo teor de acidez, taninos enológicos e até mesmo açúcar refinado para que se atinja um grau maior de álcool. A produção natural é radical, e nada disso é permitido.

Vinhos naturais não passam por colagem nem filtragem. Os produtores acreditam que esses processos retêm elementos aromáticos, optando então por processos de decantação e transvases para a “limpeza” do vinho.

Também não é feita a adição de sulfitos, que se prestam para a proteção do vinho contra a oxidação e para conservação em garrafa. Os menos radicais utilizam pequenas doses em uma ou outra fase da produção apenas por precaução, mas tomando o cuidado de manter as doses finais muito abaixo do que é permitido por lei.

Mais saudáveis

A maior vantagem de todos esses vinhos em relação aos convencionais é que certamente são mais benéficos à saúde dos consumidores. Para os apreciadores partidários dessas filosofias, representam vinhos que têm uma expressão maior e mais autêntica da variedade de uva e de seu local de origem, já que sofrem mínima intervenção, permitindo que se expressem naturalmente.

Um dos fatores que explica essa maior autenticidade é o uso das leveduras indígenas ou selvagens. Há pesquisas que indicam que cada região e cada vinhedo tem leveduras que são exclusivas daquele lugar, dando assim um caráter único ao vinho.

Já as leveduras enológicas selecionadas permitem direcionar o resultado final do vinho, pois foram desenvolvidas para cada tipo de variedade de uva e para gerar características aromáticas esperadas para cada uma delas. O resultado são vinhos das mais diferentes origens porém com características muito semelhantes, o que tem sido feito para atender um mercado mundial crescente, que aprendeu a esperar por um padrão sempre igual de vinhos, safra após safra.

Há quem prefira não ter surpresas ao abrir sua garrafa preferida de vinho. Mas há todo um público que deseja mesmo é se surpreender a cada nova taça.

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