Você conhece os vinhos franceses? Tem certeza? Ao chegar em Paris, um amigo me disse: “Se você provar um queijo e um vinho francês diferente por dia, vai acabar o ano sem ter repetido nenhum”.
Não pude fazer a experiência, mas percebi que a brincadeira tinha um fundo de verdade. A variedade de vinhos franceses é tão grande que diversos nomes, muito conhecidos entre os franceses, não chegam até ouvidos estrangeiros (ainda mais ouvidos de outros continente). Espumante não é só Champagne, rosé não é só “Provence”, Bordeaux não é só tinto e vinho de sobremesa não é só Sauternes.
Les crémants
Como já discutimos várias vezes, Champagne não é sinônimo de espumante! É apenas um tipo de espumante, produzido exclusivamente na região de Champagne, no nordeste da França. Então, não existe “champagne de Bourgogne” ou de qualquer outro lugar. O que existe são os “crémants”, vinhos espumantes produzidos pelo método tradicional (que é o mesmo método da produção do Champagne), só que numa outra área (ou seja, fora de Champagne).
Existem vários terroirs e AOCs (“appellation d’origine contrôlée”, as denominações de origem francesas) que produzem exemplares tão maravilhosos quanto qualquer Champagne. Exemplos? Prove um Crémant de Loire, um Crémant de Bourgogne ou um Crémant d´Alsace! São espumantes famosíssimos entre os franceses, deliciosos e pouco conhecidos fora das fronteiras do país.
La vie en rosé
O próximo a ser desestigmatizado são os rosés. Não há dúvidas de que os rótulos da Provença são incríveis – metade dos rosés franceses vem dessa região (além disso, 75% de sua produção é desse tipo). Mas o que dizer de Tavel, uma pequena cidade no departamento de Gard, onde é proibida a produção de qualquer vinho que não seja rosé? O Tavel está entre os melhores vinhos da França. São rosés encorpados, frutados e com grande final na boca, de cores exuberantes que vão do rosa vivo até o vermelho mais claro.
Les couleurs de Bordeaux
Já que estamos quebrando o convencional, que tal tomar um vinho branco de Bordeaux? Atualmente, Bordeaux é mais conhecida pelos seus vinhos tintos. O que pouca gente sabe é que, na realidade, os brancos eram os mais famosos da região até a década de 1960, quando os tintos começaram a tomar lugar. Mas alguns brancos ainda fazem um sucesso tremendo com suas notas cítricas de laranja ou pêssego e um sabor refrescante que remete a grama cortada e mel.
Douce France
E, falando em mel, o que dizer sobre vinhos de sobremesa? Para muita gente, Sauternes (uma região ao sul de Bordeaux) é sinônimo de vinho de sobremesa francês. Um fungo muito comum do local é o responsável pela desidratação das uvas, tornando-as mais doces, o que origina o vinho licorado. Ali pertinho, na fronteira com Sauternes, há uma região chamada Loupiac, que pelo jeito também tem o fungo, pois produz um vinho de sobremesa delicioso, com notas de laranja, mel e damasco. O sabor é quente, e o final é curto e gracioso, perfeito para acompanhar um refrescante sorvete de creme.
Agora que você já conhece o “lado B” dos vinhos franceses, experimente e entenda porque a França é a pátria dos vinhos. “Santé”!
Por Fernanda Braite
Os melhores vinhos franceses você encontra na Sonoma