Lucien Crochet é um dos produtores mais importantes do Loire.
A excelência de seus Sancerre é citada por grandes críticos como Jancis Robinson, Hugh Johnson e “A Bíblia do Vinho” por Karen Macneil (um dos mais importantes livros do vinho).
Sancerre, junto com Pouilly-Fumé é a denominação mais reconhecida para o Sauvingon Blanc francês no Vale do Loire.
Compartilha do incrível solo kimmeridgiano com mais de 150 milhões de anos com Côte des Bar em Champagne e Chablis na Borgonha, e seus vinhos de fato até remetem aos incríveis Chablis, apesar da uva ali plantada ser a Chardonnay.
Mas em Sancerre também há diferenças regionais e sub-regionais importantes, fazendo com que a região seja um mundo inteiro para explorar, dentro de uma AOC só. Os diversos solos e preferências dos winemakers geram vinhos que expressam diferenças marcantes, apesar da maior parte delas ter como base uma uva só, a Sauvignon Blanc. (Há também Pinot Noir na região, pouco plantada, serve como base da Sancerre Rouge e Rosé, talvez o melhor Rosé do mundo, segundo Rajat Parr, Master Sommelier).
Calcário oxfordiano, já ouviu falar? O solo é o mais comum na região, responsável por vinhos vivazes e energéticos, com excelente acidez, sem muito corpo, vinhos minerais elétricos.
Silex é um dos mais famosos solos, compartilhado com áreas de Pouilly-Fumé, os vinhos da família Dagueneau entre os melhores. Os vinhos destes terroirs são mais robustos e carnudos, densos, às vezes com características defumadas.
Já o calcário kimmeridgiano, uma mistura de argila no topo e uma base de ostras fossilizadas do periódo Jurassico, oferece linda mineralidade junto com corpo e robustez aos melhores vinhos, que nem Chablis.
Os vinhos de Lucien Crochet são entre os mais famosos vindo de solos principalmente oxfordianos e kimmeridigianos.
O produtor está no nosso radar há muitos anos, e conseguimos finalmente alocar algumas disputadas garrafas de dois de seus emblemáticos Sancerre Blanc.
O Sancerre Blanc 2019, de safra opulenta, se abre com uma deliciosa expressão de toranja, frutas tropicais e intensas notas minerais ao fundo, seguidas por uma acidez vivaz e um final levemente picante.
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Já o inconfundível Sancerre Blanc “Les Calcaires” 2018, entrega aos sentidos toda a tipicidade do solo calcário de Buè, sub-região de onde veio, com aromas marcantes de pedra de isqueiro. É seco, tem volume e mostra uma mineralidade instigante, seguida por acidez que faz salivar e um equilíbrio impecável de todas as suas nuances.
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Não é fácil conseguir Sancerre bom hoje. A demanda para os vinhos dos melhores produtores supera muito a oferta, principalmente por conta do apetite dos norte-americanos.
Hoje é estimado que entre 15% – 20% da produção inteira da AOC, a mais importante do Loire, é destinado para a cidade de Nova York, maior consumista do mundo. Segundo Gilles Crochet (filho de Lucien e atual administrador da propriedade), no ano passado 30% da sua produção seguiu para seu distribuidor no Tri State area, que engloba Nova York, Nova Jersey e Connecticut.
Recém chegados ao Brasil pela nossa nova importação da França, essa é uma oportunidade única para provar lindas expressões deste terroir tão badalado, (ainda) tão pouco conhecido em terras tupiniquins.
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Grande abraço,
A Equipe Sonoma