Pensando em Chile e gastronomia, sem dúvidas a primeira coisa que vem à cabeça são seus vinhos, tão presentes e apreciados no Brasil.
Mas e a culinária chilena, você sabe de fato o que a compõe?
Não se trata da parrilla argentina, do ceviche peruano ou do chicharrón boliviano, mas até que existem algumas semelhanças. A verdade é que, assim como na maior parte da América do Sul, a cozinha chilena ganhou forma a partir do encontro entre os costumes dos índios e dos espanhóis (cozinha que recebeu o nome de “criola”).
Isso quer dizer que um passeio pela capital Santiago vai trazer algumas surpresas não tão incomuns assim. As empanadas estão em todas as esquinas, por exemplo – maiores e mais assadas que as versões bolivianas, com mais molho que as argentinas, geralmente recheadas de mariscos.
Mariscos? Pois é, enquanto as fronteiras argentinas guardam as melhores carnes do continente, e os bolivianos aproveitam ao máximo os cortes suínos, o Chile entende é de frutos do mar (afinal, metade do país está com os pés no oceano).
Já que é assim, o ceviche também aparece em terras chilenas? Aparece, mas é costume prepará-lo com salmão em vez de peixes brancos. Os pescados também marcam presença aos montes em quase todas as saladas do dia a dia
Alto e magro
Você deve se lembrar do mapa do Chile dos tempos em que jogava “War” com os amigos. Se não, dá uma olhadinha aí do lado direito. O Chile é um país “fininho” e comprido. Sua largura não chega a 200 km de extensão, enquanto o comprimento é de 4,3 mil km. A vantagem é que o país acaba passando por grande parte da América do Sul, garantindo a sua gastronomia grande diversidade de cereais, tubérculos e vegetais.
Ao longo do trajeto, o Chile se encontra com grande parte da cordilheira dos Andes e alguns de seus maiores picos. Foi nesse cenário que os antigos povos aprenderam uma das técnicas culinárias mais utilizadas até hoje no país: cozinhar em pedras vulcânicas, prática responsável pelo típico sabor defumado dos pratos e pela tradição das carnes e peixes secos (antigamente, faziam para conservar os alimentos; hoje, é porque o pessoal gosta mesmo).
Ah, claro que não podemos esquecer os vales chilenos, ricos em terroirs com condições perfeitas para a nossa amada vitivinicultura. Nem é preciso mencionar o quão importante é sua produção hoje em dia, uma das maiores do Novo Mundo e, diga-se de passagem, muito apreciada por nós, brasileiros (seja pela qualidade ou pelos preços mais em conta).
Na cozinha
Para terminar, uma receita bem fácil de preparar no dia a dia. Uma típica empanada de pino (é como chamam por lá). A receita é de uma grande amiga, a jornalista e cozinheira Fabiola Vargas, chilena de nascença, espanhola por opção.
Fora da cozinha
Para quem é de São Paulo e quer conhecer as empanadas chilenas sem precisar botar a mão na massa, um bom restaurante é o El Guatón, em Pinheiros. A indicação é do nosso diretor de Marketing, Pedro Falkenbach: “Para um final de tarde, uma porção de empanadas seguidas pela picanha que é carro-chefe da casa é prazer garantido”.
Anote aí: rua Artur de Azevedo, 906 – Pinheiros
Por Rafa dos Santos
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