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Os vinhos brancos da Espanha que você (ainda) não conhece

Os vinhos brancos da Espanha que você (ainda) não conhece

Colado no sudeste da Ribera del Duero está localizado um dos paraísos para os aficionados por vinhos brancos, aquela que é provavelmente a região mais importante para os vinhos brancos da Espanha: Rueda o solo de cascalho faz com que o terroir seja perfeito para receber a uva Verdejo e gera vinhos herbáceos e com acidez acentuada. “Na minha opinião, os melhores vinhos da região são feitos com Verdejo”, escreveu Luis Gutiérrez num artigo após degustar diversos exemplares de Rueda. Tal fato já é conhecido pelos próprios produtores locais: atualmente, 95% dos vinhos engarrafados em Verdejo são da casta Verdejo.

Originada no norte da África, a Verdejo foi trazida para a Espanha pelos mouros – e os primeiros registros do seu cultivo, em Rueda, datam do século 11. Depois de quase dizimada pela filoxera, no início do século 20, foi substituída pela mais resistente Palomino Fino, destinada a produção de um fortificado ao estilo Jerez. Aos poucos, foi sendo reintroduzida, e retomou a região nos anos 1970, pouco antes de sair a outorga do sistema DO, Denominação de Origen, nos anos 1980.

No início dos anos 2000, a vinícola riojana Marqués de Riscal começou a apostar no potencial desta uva para a produção de grandes vinhos brancos, chamando atenção para a região.

Quem já ouviu falar na Alvarinho – sim, a mesma estrela do Vinho Verde, de Monção e Mengalço – se sentirá familiarizado com os brancos de Rías Baixas. Isso porque a uva domina 90% da produção da região da Galícia, logo ao lado do Minho, no norte de Portugal. Muitas vezes associada à Riesling, por causa de seu caráter mineral acentuado, a Albariño ganha características particulares depois da fronteira da Espanha que vão além do nome: alguns produtores assumem o estilo fresco, jovem e vibrante; outros vão para o lado mais gastronômico, procurando aromas mais complexos e um pouco mais de corpo.

É na Galícia, no noroeste da Espanha, que estão os brancos mais minerais e complexos da Espanha – e, lá, a Godello brilha ao lado da Albariño. Se a Albariño explodiu nos anos 1990, parece ter chegado a vez da Godello, que começou a ganhar força há 20 anos, e hoje mostra toda a sua força.

O jornalista e especialista em vinhos espanhóis Gerry Dawes, disse que a cepa é “a esperança da Espanha para enfrentar de vez os grandes brancos da Borgonha”. Jancis Robinson também comentou recentemente sobre a uva: “maravilhosamente completos, lindamente equilibrados, estou me apaixonando pelos brancos finos da uva Godello, vindos de Rías Baixas, e particularmente de Valdeorras”. Enquanto os Godellos de Valdeorras costumam envelhecer em inox, preservando a acidez elevada típica da casta, além das nuances florais e frutadas, em Bierzo estagiam em carvalho, ganhando mais peso e complexidade.

É fato que você já conhece os vinhos da Rioja. A região é a mais tradicional da vinicultura espanhola, e produz tintos conhecidos mundialmente, feitos a partir da Tempranillo, Garnacha, Graciano e/ou Mazuelo.

Já os brancos são raros e longevos – sim, alguns chegam a ter potencial para 10 anos ou mais na adega -, representam menos de 10% da produção riojana, e estão na lista dos favoritos dos sommeliers.

Eles são feitos principalmente a partir da Viura (também conhecida como Macabeo em outras regiões espanholas), casta que aporta aromas florais e frutados, sobretudo das frutas cítricas e brancas; há também parcelas de Malvasia e da curiosa Tempranillo Blanca, uma variação da tempranillo tinta. É ainda escassa, mas ouviremos falar muito dessa destemida.

“Se a produção de tintos [no Priorato] é jovem, a de brancos está ainda em sua infância”, comenta Luis Gutiérrez, da Wine Advocate.

A Garnacha Blanca chamou a atenção da região para brancos complexos e que seguem um pouco o estilo dos Chardonnays da Borgonha. Apesar disso, é possível encontrar outras variedades brancas sendo cultivadas na região da Catalunha: Pedro Ximénez, Muscat, Macabeo e Xarel-lo. “Na minha opinião, vamos encontrar mais e mais vinhos brancos interessantes do Priorato nos próximos anos”, completa Gutiérrez.

Há grandes chances de você nunca ter ouvido falar na Albillo. Isso porque a casta branca é cultivada em uma região muito pouco falada quando o assunto é vinho espanhol: as Ilhas Canárias. Localizado na costa do Marrocos, o arquipélago pertence ao território espanhol e merece destaque: formado por sete ilhas (sendo que cinco delas têm suas próprias denominações de origem) de solo vulcânico, cultivam cepas autóctones, com caráter mineral extraídos do solo e da brisa do mar, tão próximo.

Hoje tem menos do que 80 ha de vinhas Albillo no mundo, a maioria nas Ilhas Canárias, sendo 30 ha em Castillo y La Mancha. Os vinhos são levemente salinos, complexos, extremamente perfumados e de corpo médio. Complexos e lindos!

Conheça o Bodegas Arrayán Albillo Real, com 90 Pontos RP e JS. A uva Albillo Real não tinha nenhuma referência em Méntrida, apesar de estar entre as variedades autorizadas. Até agora, porque Bodegas Arrayán lançou ao mercado na safra de 2014 seu vinho branco de Albillo Real. Conheça mais o vinho aqui.

Blog Sonoma Market

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