França e Itália, países do Velho Mundo conhecidos pelos seus rótulos famosos, são referência de estilo e qualidade para os produtores do mundo inteiro. “Encontrar, no Brasil, vinhos italianos e franceses mais em conta e de muita qualidade é um belo desafio, pois estes vinhos são mesmo verdadeiras pepitas!”, explica Sônia Denicol, sommelière e consultora de vinhos. O motivo da dificuldade é que os melhores vinhos desses países são muito caros, e os baratos nem sempre trazem a qualidade esperada. “Então é preciso mesmo garimpar para encontrar as boas ofertas.”, diz a consultora.
Então, mãos à obra! O segredo é se equipar e partir para garimpar as pepitas do mundo do vinho! E não, você não vai precisar de uma peneira ou picareta. Conhecimento é tudo que se precisa para encontrar as relíquias escondidas. Nessa parte, a gente ajuda!
Desencana da pontuação
No Brasil, qualquer vinho importado será mais caro do que se você comprasse lá fora. Isso é óbvio e claro: há a tributação, os vícios, o custo, o imposto, a comissão. Mas alguns vinhos ficam famosos e começam a ser vendidos ainda mais caros. Como por exemplo, os vinhos bem pontuados.
Vinhos pontuados são aqueles que receberam a análise de degustadores de reputação mundial. O degustador Robert Parker, por exemplo, prova milhares de vinhos por ano e atribui pontos que vão de 50 a 100. A Wine Spectator e a Decanter são outros exemplos de publicações que pontuam os vinhos, fazem listas dos “Top 100” e premiam rótulos.
Essas pontuações podem fazer um vinho ficar famoso da noite pro dia, por ter recebido uma nota alta nas avaliações. Daí a procura aumenta e, às vezes, a demanda do produtor não é muito grande. Isso faz com que ele tenha que vender mais caro, como se fosse “leiloar” o vinho.
Mas não ter pontuação não quer dizer que o vinho seja ruim. Pode ser que ele apenas não tenha “sido descoberto” por esses degustadores. Ou seja, você pode beber um vinho de excelente qualidade por um preço bom, apenas porque ele ainda não caiu nas graças do Parker ou de alguma publicação internacional. Por isso, a primeira dica para ter um vinho bom e barato é: desapegue da pontuação. Isso não quer dizer que você não deva cobiçar vinhos pontuados, mas, se seu intuito for achar pepitas, olhar as jóias polidas não vai ajudar.
Fique atento às regiões
Onde procurar as pepitas?
Há regiões da França e da Itália que possuem uma produção maior de vinho e, por isso, uma capacidade maior de produzir rótulos mais acessíveis (mas de ótima qualidade).
Pensando na França, o sul do país é onde você deve procurar! “O Sul da França é muito competitivo”, diz Jô Barros, sommelière principal do Sonoma. “Para quem quer entrar no mundo do vinho e talvez não queira fazer um grande investimento, o sul da França oferece muitas ofertas”.
Já na Itália, o lugar para se procurar é a Toscana. Jô Barros explica que, na verdade, há vinhos caros e baratos, em todas as regiões. Mas, quando o local tem uma produção grande, o produtor consegue oferecer um preço mais acessível, pois os custos são diluídos em muitas garrafas, fazendo com que o valor de cada uma fique menor. Isso não quer dizer, lógico, que o vinho seja bom. Mas bons vinhos também podem ser produzidos em maior escala, e as chances de encontrar um desses na Toscana e no sul da França são grandes.
Por Fernanda Braite
Os melhores vinhos você encontra na Sonoma.