Pouco se falava em Provença antes do início do século, sobretudo aqui no Brasil. Mas, que fique claro, quando o assunto era vinho. Os rosés também não eram lá uma pauta muito em voga. Vinho era tinto e ponto final, ao menos era o que diziam as modas passadas.
Por sorte, este quadro tem mudado e os rosés estão cada vez mais em alta por aqui – digo sorte, pois parecem ser feitos para o nosso clima. São frescos, leves, tem boa acidez para harmonizar frutos do mar e friturinhas. Se os franceses são famosos por antecipar a moda, dessa vez, exageraram na medida, afinal, na década de 1950, era o estilo preferido na nação.
1 em cada 10 rosés vem da Provença
É fato que estão surgindo novas regiões mundo afora – Navarra e Chiaretto que o digam -, mas nenhuma tornou-se ou tornar-se-á tão especializada no estilo quando a Provença. E a região também produz tintos poderosos e brancos delicados, porém foi a primeira apelação francesa destinada aos rosés. Hoje, nada mais nada menos que 88% dos vinhos que nascem por lá são justamente rosés.
Engana-se quem pensa que é uma região pequena. A Provença cobre uma área de, ao todo, 20 mil hectares do sudeste da França, e se estende das margens do rio Rhône até o rio Var, exatamente onde faz divisa com Nice.
O isso significa, em termos de vinho? Que a Provença produziu, somente em 2013, 40% de todo o vinho francês e que 1 em cada 10 garrafas de vinho rosé que são abertas em todo o mundo vem exatamente de lá!
O que faz da Provença uma região especial para rosés?
Não são poucas as denominações provençais nem a diversidade de clima e relevo, resultando em obviamente diferenças nos vinhos, mas uma coisa é certa: toda a região sofre influência do mar Mediterrâneo.
Mesmo com toda a iluminação solar (sim, a mesma que aquece a Rivera Francesa), a delicadeza de seus vinhos resultado do equilíbrio obtido pelo mistral, vento que vem do norte resfriando o Rhône e o livrando suas uvas do apodrecimento.
O segredo está nas harmonizações
Karen McNeil, autora do livro A Bíblia do Vinho, garante: o segredo para compreender os rosés da Provença está nas harmonizações. De acordo com a autora, “a palavra Provença induz fome, e não sede. Uma pessoa dificilmente pensa só em seus vinho, exceto como alguma coisa para consolidar a deliciosa onda de aioli que está por vir”.
No livro, a autora sugere uma série de pratos para te convencer que sua teoria está correta. Escolhemos dois para que você teste – Brandade e Ratatouille. Agora, se é verdade ou não, só sabemos que dos rosés da Provença gostamos e deles não abriremos mão!
Por Gustavo Jazra
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