brasil tambem e de vinho

Brasil Também é De Vinho

Brasil Também é De Vinho

Nosso terroir tem alta competência para amadurecer as uvas e lançar de nosso solo rótulos para se ter muito orgulho!O Brasil não é só de café. Nosso terroir já conseguiu provar que tem alta competência para amadurecer as uvas e lançar de nosso solo rótulos para se ter muito orgulho.

Um dos nomes que sempre comentamos por aqui, e que temos grandes apostas para o futuro, é o Larentis e sua pequena produção no Vale dos Vinhedos.

Para conhecer um pouco melhor a evolução dos vinhos nacionais, conversamos com André Larentis, enólogo da vinícola que leva o nome de sua família e completou este ano sua 13ª safra.

Ele fala sobre a evolução do Brasil na última década e os desafios que ainda enfrentamos, entre eles os custos de produção, transporte e divulgação.

Apaixonado e otimista, o jovem de 23 anos acredita na capacidade do terroir brasileiro.

“Pelo território extenso e diverso, temos potencial para produzir quase todos os estilos de vinho”, aposta.

Desafios

Sonoma: Como você vê a evolução do vinho nacional nos últimos anos?

André Larentis: Ao longo dos anos, acompanhei uma grande evolução dos vinhos nacionais, que hoje já atingem um patamar de qualidade internacional.

Hoje, temos diversos perfis de vinhos que há 10 anos não existiam.

S: Quais são os maiores desafios que já superamos e quais faltam superar?

AL: Já superamos muitos desafios, principalmente ao que diz respeito à produção. Foram feitos investimentos em modernização, tecnologia e busca de conhecimentos.

Agora, ainda falta diminuir o custo da produção para que sejamos ainda mais competitivos no cenário mundial. Nesse sentido, o que ainda pesa bastante é a carga tributária e os impostos cobrados entre os estados do Brasil.

S: É possível comparar a produção de vinhos no Brasil com países vizinhos já consolidados no cenário, como a Argentina, o Chile e o Uruguai?

AL: Já podemos encontrar muitos rótulos bons no Brasil que competem em termos de qualidade com nossos vizinhos.

Mas vale lembrar que a qualidade, muitas vezes, é algo relativo e pessoal.

O que ainda falta, ao meu ver, é quantidade e diversidade desses bons rótulos brasileiros, tanto aqui quanto lá fora.

Terroir Brasileiro

S: Muitos dizem que, como a Carménère chilena, a Tannat uruguaia e a Malbec argentina, a Merlot seria a uva nacional do Brasil. O que você acha?

AL: Talvez. Indiscutivelmente, a variedade se adaptou bem ao nosso terroir, e por isso sabemos como manipulá-la e conhecemos tudo o que ela precisa ao longo da produção, o que tem garantido ótimos resultados.

Porém, isso não exclui a possibilidade de encontrarmos alguma outra uva que tenha um resultado tão bom quanto a Merlot, ou até melhor.

S: Em que tipo de produção o Brasil deveria apostar? Altitudes, vinhas velhas, colheita tardia, espumantes…

AL: Por termos um território extenso e grande diversidade de terroirs, acredito que temos potencial para produzir com qualidade quase todos os estilos de vinho.

S: E quanto à produção de vinhos orgânicos no Brasil, existe futuro?

AL: Produzir vinhos orgânicos ainda é um desafio, e vai levar um tempo até que sejam desenvolvidas técnicas e que se encontre o terroir ideal para sua produção no Brasil.

Pequenos Produtores

S: Como a própria Larentis, existem muitas vinícolas pequenas e boutiques que estão produzindo rótulos muito acima de média. Como você as vê no cenário atual da vitivinicultura brasileira?

AL: As pequenas vinícolas têm um papel muito importante para quem busca vinhos diferenciados, seja no Brasil ou em qualquer outro lugar do mundo.

Porém, ainda temos dificuldades em chegar até o consumidor. Isso acontece muito em função do elevado custo de produção e das dificuldades de distribuição e logística disponíveis no país.

S: Você acredita que há vantagens em uma produção menor? Quais?

AL: Depende do posicionamento da empresa no mercado. Pensando em produzir vinhos “premium”, com uma qualidade diferenciada, eu acredito que pequenos produtores podem ter vantagens, pois conseguem ter grande controle de todo o processo e cuidar pessoalmente de cada etapa, com muito entusiasmo e carinho, pensando em todos os detalhes (que não são poucos).

Larentis

S: O que levou sua família a apostar nos vinhos brasileiros? E como decidiram parar de vender uvas para começar a produzir seus próprios vinhos?

AL: No nosso caso, é uma questão de tradição, cultura e paixão pelo vinho. Nós sempre produzimos vinhos para o consumo próprio, desde quando meu trisavô veio da Itália.

Sempre foi um sonho poder elaborar vinhos e compartilhar as garrafas com mais pessoas. Foi com isso em mente que colocamos o primeiro tijolo da vinícola.

S: Qual a principal característica da Larentis? Vocês costumam explorar uvas pouco utilizadas por aqui?

AL: A principal características da Larentis é ter vinhedos 100% próprios e localizados no Vale dos Vinhedos.

A fim de entender melhor o terroir, nós investimos recursos em busca de conhecimentos e novas tecnologias, incluindo variedades pouco conhecidas, como Pinotage, Marselan e Ancellotta.

Rafa dos Santos

Conheça nossos vinhos brasileiros

Blog Sonoma Market

Você também pode gostar

Deixe um Comentário