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Os poucos e pequenos vinhos de garagem

Você pode até nunca ter ouvido falar, mas se existe um estilo de vinhos que está na moda, são eles, os vinhos de garagem. Descubra!

Os garagistas parecem – e realmente são – tão ativistas que é até difícil pensar que o primeiro vinho feito numa garagem nasceu quase ao acaso. No início da década de 1990, Jean-Luc Thunevin e sua esposa Murielle Andraud começaram a fazer vinhos na garagem na casa onde viviam em Saint-Émilion, em Bordeaux, com a ajuda de um amigo, o enólogo Michel Rolland.

Pouco tempo antes, o casal se mudou para a região e abriu um restaurante em sua própria casa. Depois, foi a vez de abrirem uma loja, quando passaram a representar e revender alguns dos principais vinhos de Bordeaux.

Com vontade de produzir seus vinhos, porém sem o dinheiro necessário para adquirir uma propriedade maior, compraram um terreno com menos de um hectare num vale chamado Vallon de Fongaban, próximo a Saint-Émilion, e começaram a cultivar suas uvas. Logo na primeira inauguraram o Château Valandraud e, nos anos seguintes, foram expandindo seu terreno até chegar num total de 10 hectares ao longo da região.

E a moda pegou…

À época a garrafa do Château Valandraud era vendida a 13 euros, o que era um absurdo para um vinho sem status e tradição como os vinhos de garagem, mas a coisa muda de figura quando Robert Parker dá a ele uma pontuação maior do que os famosos de Bordeaux – Margaux e Pétrus.

Tamanho sucesso e aumento do preço, fez com que Thunevin desse início a esse movimento garagista, além de receber reconhecimento e ganhar a alcunha de “Bad Boy” pelo próprio Robert Parker.

O apelido originou um vinho com o mesmo nome que trazia no rótulo uma ovelha negra apoiada em uma placa que indicava para a garagem. Tamanho humor que chega a ignorar as regras de Saint-Émilion só pode vir de um pequeno produtor que está muito mais interessado na produção de qualidade do que com a crítica.

Vinhos de autor?!

Há quem diga que antes mesmo dos vinhos de garagem, como o Château Valandraud, já existiam os chamados vinhos de autor. São vinhos com conceito de pequena produção, com cuidados e técnicas específicas que já eram aplicados por alguns produtores mundo afora (inclusive alguns de Bordeaux)!

Mas afinal, o que, ou quem é o “autor”? Autor é aquele que desenvolve a ideia e administra todo o processo até que a garrafa chegue à mesa do consumidor. Pode ser que eles não tenham vinhedos mas a ideia e o plano para desenvolver o produto eles têm! Eles geralmente produzem vinhos de alta qualidade e pouca quantidade.

Tem no Brasil?

Engana-se quem pensa que por aqui só se faz cerveja e cachaça… São poucos os garagistas, é verdade, mas eles existem! Vinhos tão interessantes têm saído de garagens Brasil afora que estão causando burburinho no setor.

A começar pela produtora Lizete Vicari, que em 2008 inaugurou a Domínio Vicari e fez as primeiras vinificações com seu filho, o enólogo José Augusto Vicari Fasolo, em sua garagem. Merlot e Riesling Itálico ganharam personalidade própria na Praia do Rosa, em Santa Catarina.

E ela não está só, o gaúcho Eduardo Zenker começou cultivando uvas – Chardonnay e Pinot Noir – para uma vinícola maior da região de Garibaldi, onde reside. Começou vinificando as duas uvas e, depois, a comprá-las de produtores conhecidos. Hoje pretende vinificar a maior quantidade de variedades possível.

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