Quem nunca ouviu falar em food truck que atire a primeira pedra! Mas essa é só mais uma das comidinhas da moda. Do açaí na tigela às paletas mexicanas, passando por temakis e cupcakes, o Sonoma relembra das febres mais gourmets do Brasil – com receita e tudo!
Lembra das noites quentes do verão de 2005, quando você juntava a turma todas as sextas-feiras para comer açaí na tigela? E do seu primeiro rodízio “japa”, lá em 2007? Nem faz muito tempo, aposto que você presentou alguém especial com uma caixinha meiga de brigadeiros “gourmetizados” com chocolate belga, pistache, pinoles e outros ingredientes com a origem bem destacada na embalagem.
Deu fome? Deu nostalgia? Pois é, vira e mexe, alguma comidinha do dia a dia, antes tímida e despretensiosa, ganha os holofotes da cidade, a atenção dos cozinheiros de plantão e, claro, as quilométricas filas que nós, brasileiros, adoramos.
Uma coisa é fato: a comida está cada vez na moda no Brasil. Mas de quantas dessas febres da gastronomia você se lembra?
Bolinho gelado
Parece estranho, já que essa moda é de antes da própria gastronomia virar moda. Quer dizer que provavelmente você não viu nenhuma barraquinha de rua vendendo os bolos gelados.
Mas e da sua mãe distribuindo fatias retangulares enroladas no papel alumínio em algum aniversário, você se lembra? Ah, é disso que estamos falando! Qualquer mãe que se preze já fez uma caixa enfeitada e, para agilizar o corte do bolo na festinha com dezenas de crianças famintas, trocou o pratinho por fatias previamente separadas e (o detalhe importante) fresquinhas da geladeira.
Mas há uma boa notícia: o retrô também é moda, e é claro que tem um monte de chef recriando o bolo. Dia desses, comemos um que faz o maior sucesso aqui, em São Paulo: o bolo de coco da chef Carola Crema, do La Vie em Douce.
Açaí na tigela
Hoje e dia, pensou em Brasil, pensou em praia e verão, pensou em açaí! Temos centenas de frutas, nossas florestas são muito ricas, mas se é para escolher uma fruta que tenha a cara do Brasil, ninguém pensa duas vezes: açaí!
Mas nem sempre foi assim. Demorou para essa frutinha lá do norte ganhar os olhos dos brazucas e dos gringos. Quando a moda começou, era comida de gente esquisita (até porque o creme de açaí não é a coisa mais bonita de ser ver em uma tigela).
O fato é que hoje ninguém passa pelo Rio sem comer um açaí na tigela com granola e tudo o que tiver direito. É refrescante, é energético, é saudável e, o mais importante, é gostoso.
Petit gâteau
Não é de hoje que fazer biquinho para falar francês é tendência, né? E claro que com a comida não foi diferente – pense numa sobremesa que QUALQUER restaurante tem… QUALQUER… Petit gâteau (do francês “pequeno bolo”)!
Simples, mas complexo ao mesmo tempo. É um bolinho, mas tem recheio (e muito!). Te chocolate, tem sorvete (é quentinho, é geladinho). Combina com qualquer clima e ambiente, fecha com chave de ouro qualquer refeição.
Se você ainda não sabe do que se trata, é um bolinho de chocolate com casca crocante ou durinha, recheado com chocolate fundido, acompanhado de uma bola de sorvete de creme. E o melhor de tudo? É muito fácil e fazer em casa!
Mas que seja o verdadeiro petit gâteau, como ensina a receita do estrelado chef Erick Jacquin, considerado o melhor francês do Brasil!
Rodízio japonês (mas principalmente temakis)
Peixe cru? Foi-se o tempo que essa iguaria era uma iguaria propriamente dita, comumente seguida por uma cara de nojo. Pois esse medo do desconhecido já passou há muito tempo, e agora cada esquina de qualquer cidade tem pelo menos uma oferta de rodízio com preços que vão dos R$ 25 aos R$ 70 – para todos os gostos e bolsos.
Sushis e sashimis à parte, quem ficou famoso mesmo foi o temaki (tanto que aos poucos, restaurantes japoneses foram dando lugar a temakerias). Sabe quem é o tmaki, né? Aquele cone de alga recheado com arroz, cebolinha, maionese e pedaços do tal do peixe cru.
Mas convenhamos, sai bem caro comer temakis e mais temakis por aí. Acredite: não é difícil preparar em casa, e dá para usar mais ainda a criatividade. Aprendemos com o Rodrigo Hilbert, do GNT, e passamos a receita para você!
Cream cheese
E foi com os mesmos restaurantes japoneses aí de cima que um outro ingrediente se popularizou. Muitos gostam, muitos dizem ser um pecado, os japoneses e seus descendentes tentam aceitar porque dói menos… É, é polêmico, mas alguém, um dia, sugeriu trocar a maionese do temaki por um creme de queijo que poucos soletram da forma correta.
Primo elitizado do requeijão, foi assim que o cream cheese começou a ser pedido pelos brasileiros, mas logo chegou aos sanduíches, pasteis, pizzas, molhos, saladas e até no pão com geleia (ok, este último não é tão comum, mas prove, fica uma delícia!).
Nut… Gianduia
Ah, esta moda não morreu. Pense num pote branco recheado por um creme de chocolate com avelãs – o nome correto da mistura é gianduia, mas todos conhecem mesmo é pela metonímia que a marca lhe deu (aquela que começa com “N” e termina com “ELA”).
Vamos e convenhamos, por mais ruim que alguma coisa seja, a gianduia salva. É impossível algo que leve o ingrediente fique ruim. Pode ser em pães e torradas, doces e salgados, sólidos e bebidas (quentes ou frias) ou até pura, na colher… Ou melhor, nos dedos!
Tex Mex
Uma tendência que veio dos Estados Unidos para ficar são os restaurantes mexicanos. Começaram tímidos por aqui graças a uma chef que qualquer gourmet conhece bem, a Lourdes Hernandez. Hoje, já faz parte dos programas de final de semana uma paradinha com os amigos para comer tacos, nachos, burritos, quesadillas, enchiladas, guacamoles e, claro, tequilas!
Quem está por dentro das notícias sabe que a Lourdes voltou para o seu país, mas deixou seu legado dando consultoria a muitos restaurantes de todo o Brasil e uma receitinha de tostada que gostamos muito.
Padarias
As “padocas” viraram panificadoras, não são mais aqueles simples balcões que vendem pãozinho francês. As padarias ganharam status nos últimos anos, e algumas têm até fila de espera.
São um misto de tudo: doces, salgados, bebidas, sopas, sorvetes e (pasmem) até pães! O diferencial está nesse enorme sortimento de alimentos que vai agradar a qualquer um que entrar – isso aliado aos preços (geralmente mais em conta do que qualquer restaurante) e aos horários ampliados (as que não são “24 horas” ficam abertas até, pelo menos, altas horas da madrugada).
Cabe aqui uma indagação: será que grande parte do sucesso das padarias tem a ver com o grande número de baladas e festinhas que mantêm os brasileiros acordados à noite? Ou será que acompanha o aumento de profissionais autônomos em busca de uma mesa e sinal de wifi?
Suco
A onda dos sucos vem junto com a valorização recente dos brasileiros quanto à alimentação saudável. Nunca as palavras “orgânico”, “verde” e “detox” estiveram tão em voga.
Mas a mistura de água e fruta batida é coisa do passado. Suco agora tem águaa de coco, mate e outros ingredientes que deixam tudo diferente. Uma fruta só? Eis outra coisa que pouco acontece – são tantas, por que não misturar?
Macaron
Talvez a comidinha da moda mais cara até hoje tenha sido a dos macarons (e talvez por isso tenha durado tão pouco). Para começar, por ser francês, e tudo o que é francês já chega caro ao Brasil; mas também porque a produção é realmente complicada, e os ingredientes são pouco acessíveis (acredite, é uma das receitas mais delicadas da confeitaria).
Crocante por fora, macio por dentr, super colorido e elegante, macaron é um tipo de biscoito feito com uma complicadíssima farinha de amêndoas que leva horas para ser preparada e tem uns 70% de chances de dar errado. Depois disso, precisa ficar perfeitamente redondo e estufado para ser recheado por um creme levemente aerado. Não é à toa que cada bolinha (“inha” mesmo, porque é pequena) custa em média R$ 7.
Mas o doce, hoje um dos preferidos dos franceses, acompanhante de quase todos os cafés de Paris, na verdade surgiu na Itália no século 16. Era a receita favorita da rainha Catarina de Médici, e só as suas criadas sabiam fazer corretamente. Foi quando a corte se mudou para a França que as freiras carmelitas da cidade de Nancy descobriram a receita e passaram a comercializar.
Frozen Yogurt
Os brasileiros gostam de ser “light”… Ou pelo menos de se enganarem – sorvete não, porque engorda… Mas frozen pode! É iogurte, é natural, é leve…
Ok, a princípio, pelo menos na teoria, é assim mesmo. Mas logo as frutinhas que acompanhavam o branco iogurte foram dando lugar a castanhas, granolas, biscoitos, gotas de chocolate, caldas de doce de leite. Mais alguns meses, e a febre dos frozens deram à luz cremes cheios de sabor – frozen de morango, frozen de chocolate e até um infame frozen de panetone.
Brigadeiro (gourmet!)
Se existisse um patrimônio cultural da gastronomia brasileira, certamente o brigadeiro (ou “negrinho”, no sul do país) receberia o título. Convidado indispensável de qualquer festa, alternativa das tardes em casa, docinho que todo mundo gosta de apresentar aos amigos gringos… Mal sabe você que o brigadeiro pode ter sido uma homenagem a Eduardo Gomes, brigadeiro das Forças Armadas na década de 1950, que se candidatou à presidência e vendia seu doce para arrecadar fundos.
Após muitos anos de leite condensado, ovos, manteiga, açúcar e chocolate misturados no fogo, foi uma moça logo ali, nos Jardins (São Paulo), que mudou toda a história dos “brigas”. “Por que um doce tão simples não poderia ser revisto?”, perguntou-se a jornalista Juliana Motter, que decidiu acrescentar chocolate belga, café, pistache… Enfim, deixou o brigadeiro mais “gourmet”.
Desde então, os brigadeiros nunca mais foram os mesmos, e passaram de um doce simples e barato para uma fonte de inovações. O segredo para cobrar mais de R$ 4 por um único brigadeiro, dizem os chefs, é escolher ingredientes de qualidade e não ter preguiça na hora de mexer a panela. Nada melhor do que testar com uma receita com castanhas da própria Juliana, da sua loja Maria Brigadeiro.
Coisinhas de colher
Logo que os brigadeiros viraram gourmet, outra simplicidade do dia a dia ficou famosa: a colher. Afinal, nem sempre estamos a fim de enrolar o brigadeiro e passar granulado quando estamos em casa, né?
Mas não parou nos brigadeiros. Hoje, qualquer loja de doces oferece uma opção de colher: pães de mel, paçocas, cocadas cremosas, bolos, alfajores, doces de leite e muitas outras sobremesas entraram em lindos potinhos, perfeitos para presentear.
Cupcake
Os cupcakes são o maior sucesso de todas as comifinhas que já viraram moda. Isso porque não se limitou a umas poucas fronteiras. Pelo nome, ainda em inglês, já dá para perceber que os cupcakes viraram febre mundial – isso mesmo, em qualquer canto do mundo, cafeterias, doçarias, locais de trabalho, bancas de jornal, lojas de roupa, cenários alternativos, baladas e qualquer outra coisa estampam cupcakes por alguma razão.
No começo, era tímido. Chama cupcake por se tratar de um bolinho pequeno, individual como um “copo” (tipo um “bolo de caneca”). Mas hoje em dia é bem elaborado, recheado e coberto de camadas que mais parecem enfeites do que comida.
Pastel de feira
A possibilidade de existir um brasileiro que nunca comeu pastel na feira é tão provável quanto a de um japonês que nunca comeu arroz. Ou seja, nenhuma.
Mas há pouco tempo, até os costumeiros pasteis se renovaram. Começou com a entrada tímida dos pasteis doces, dos pasteis com carne seca, dos queijos diferenciados e outros ingredientes diferentões. Surgiram tantos que os profissionais da gastronomia não perderam tempo em criar, anualmente, concursos em busca do melhor pastel de feira.
Comer um pastel de pistache com presunto cru é bem legal, mas fale a verdade, ninguém ganha do bom e velho pastel de carne moída, né? É por isso que vamos compartilhar aqui a receita da dona Maria, que venceu tantas vezes o concurso de São Paulo que nem pode participar mais.
Ah, e não esqueça o caldo de cana para acompanhar!
Gelatos
Brasil tem tudo a ver com calor, e calor tem tudo a ver com sorvete. Não é à toa que as gelaterias (são gelatos, e ai de quem chamar de sorvete!) viraram mania nas grandes cidades. Sempre (SEMPRE!) com muita fila (mesmo depois da meia-noite, quase como na Argentina).
Como a tradição italiana sugere, gelato é feito artesanalmente na própria sorveteria, apenas com ingredientes naturais, sem conservadores químicos, e com menos gordura do leite.
Hambúrguer gourmet
Dois hambúrgueres, alface, queijo, molho especial, cebola, picles… Presunto ibérico, mostarda dijon, panceta, queijo emental, gorgonzola, chutney de manga, endívas, cebola caramelizada, porco desfiado, cerveja preta, cogumelos, molho inglês, trufas, foie gras, pato, picanha, e a lista de ingredientes que diferenciam uma hamburgueria gourmet de uma rede fast food vai longe, muito longe.
Começou com pequenas redes americanas diferenciadas que foram ganhando nome nas capitais, mas logo (e do nada!) dezenas de hamburguerias mais elaboradas e artesanais surgiram. O ponto é mal passado, a espera é a mesma dos restaurantes mais chiques, e a suculência é o que impera.
Quais são as melhores? Não podemos falar do Brasil todo, mas em São Paulo testamos uma a uma! Veja aqui as melhores hamburguerias!
Ceviche
Alguém anotou a placa do carro que passou depressa e decidiu que o Peru (Lima, mais especificamente) é o polo gastronômico da América do Sul?
Não sabemos dizer quando foi que aconteceu, talvez há um ou dois anos, mas o fato é que aconteceu. E esse mesmo carro atirou pela janela um prato de ceviche – a base é de peixe (branco, de preferência), tem muita pimenta, muita cebola, um toque de coentro e outro de limão.
É fresco, mas também esquenta; leve, mas substancioso; macio, mas cheio de texturas também. E, olha, é fácil de fazer. Tanto que nós mesmos preparamos para comprovar! Olha a receita do ceviche aqui!
Comida de rua
Uma refeição rápida, um lanche na madrugada ou mesmo um almoço e jantar especial – ninguém escapou da onda (ou melhor, tsunami) da comida de rua. Cozinheiros amadores e chefs famosos se juntaram no que se tornou um verdadeiro ativismo em prol da simplicidade e da democratização da gastronomia – agora, todos podem comer pratos elaborados ou assinados por restaurantes de renome por um preço muito menor (basta ter paciência para a fila, mas geralmente vale a pena).
Os carrinho e cachorro quente e yakisoba que se cuidem. Aí vão algumas dicas de comida de rua!
Porco
Some os hambúrgueres gourmet, as comidas de rua e os food trucks e você notará que o que antes era um dos maiores tabus da cozinha brasileira foi nada menos que o ingrediente que mais se destacou nos últimos anos: o porco (e todas as suas partes!).
Quer uma opinião? Talvez tenha sido essa a maior contribuição dessas modas. Já estava na hora de o brasileiro perder o medo irreal da doença do porco (afinal, foi-se o tempo em que porcos eram criados de forma suja, e a probabilidade de contaminar-se com carne suína é a mesa, ou até menor, do que com a bovina).
Porco é bom, e ponto final! A receita que escolhemos para te convencer é a do sanduíche cubano, o mesmo do filme “Chef” (que trata justamente de comida de rua), só que com a receita do mais badalado food truck do momento, o Buzina.
E aí, você conseguiu degustar todas essas comidinhas da moda? Qual gostou mais? Lembra de alguma outra que não colocamos na lista? Conte para nós!
Por Rafa dos Santos
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