Na verdade, só mesmo abrindo e provando para ter certeza. Mas antes de arriscar, algumas dicas podem ajudar a decisão. Dê uma olhada no rótulo, outro na rolha, veja a safra, como o vinho estava armazenado… Os cheiros, a cor, aparência… Várias dicas para você ter quase certeza de que o vinho está bom (ou não)!
Por que dizemos quase certeza? Porque toda regra, afinal, tem sua exceção. É… Não tem como se prevenir de 100% dos casos. Mas 80% parece um bom número, não?
1. Por onde começar: a safra!
A primeira coisa é dar uma olhada na safra. Se o vinho já tiver perto de 10 anos ou mais, a probabilidade de ter passado do ponto é grande. Aquela máxima de “quanto mais velho o vinho, melhor”, na verdade, vale para pouquíssimos vinhos.
A maioria, sejam eles tintos, brancos ou espumantes, é feita para ser bebido enquanto jovem. Caso ainda tenha dúvida se o que tem nas mãos seja um dos bons vinhos de guarda, então recomendo uma pesquisa sobre o produtor ou sobre a vinícola para ter certeza.
Se a safra não estiver declarada no rótulo, então com certeza de guarda ele não é. Nesse caso, outros sinais poderão dizer se ele pode estar bom ou não.
Preferir: vinhos jovens e que tragam a safra no rótulo (tintos: 10 anos; brancos: 3 anos).
Exceções: vinhos de guarda (Porto, Barolo, Brunello, Bordeaux e Borgonha).
2. O segundo passo: as condições do rótulo
Dê uma olhada geral nas condições da garrafa. Se o rótulo estiver meio amarelado, com cara de que foi exposto ao sol ou a luminosidade intensa, então evite este vinho. O contato do vinho com a luz pode levar à oxidação, mudando seus aromas e seu sabor. É por isso que se recomenda armazenar os vinhos ao abrigo da luz.
Preferir: rótulos intactos e não deem indícios de exposição à luz.
Exceções: não há.
3. Mais importante ainda do que o rótulo: a cápsula e a rolha
Observe também a cápsula e a rolha, caso esteja visível. Veja se há vinho que extravasou. Isso pode ter ocorrido em função do ressecamento e contração da rolha, pelo fato de o vinho ter sido armazenando sob temperaturas mais altas, baixa umidade ou até mesmo em posição vertical.
Quando isso acontece, a contração pelo ressecamento da rolha permite que o vinho extravase. Além disso, com o ressecamento, a rolha se torna mais porosa, permitindo a entrada do ar e a oxidação do vinho.
Se depois de verificar todas estas condições, tudo estiver em ordem, então o próximo passo é abrir o vinho.
Preferir: garrafas que não apresentem sinais de danos causados por más condições de armazenamento.
Exceções: não há.
4. Quase lá: cheirando a rolha
Cheirar a rolha não é frescura. Ela já nos indica algum defeito que pode ter afetado o vinho, como o “bouchonée” (cheiro de mofo, pano ou papel molhado), avinagrado ou oxidado.
Preferir: vinhos cuja rolha não apresenta aroma de papelão molhado ou indica outros defeitos no vinho.
Exceções: não há.
5. Depois de servir: a cor
O vinho na taça é a reta final para se ter o veredito, saber se está bom ou não para beber. A cor atijolada, às vezes já tendendo ao âmbar, nem sempre é sinal de que o vinho já morreu. Para as escolas mais tradicionais da vinicultura, a turbidez também é um sinal visual de que o vinho não está bom para beber.
Preferir: vinhos límpidos e que não tenham atingido a cor âmbar.
Exceções: vinhos de sobremesa, como o Porto Tawny e o Moscatel de Setúbal, e os vinhos naturais (podem conter resíduos).
6. A hora “H”: a degustação
Se estiver combinada com aromas desagradáveis, que se confirmam no paladar, como o de vinagre, de oxidação, ou mesmo se já não mostrar mais qualquer aroma, então realmente o vinho está estragado ou, como se diz, está passado.
Preferir: vinhos que estejam com aromas limpos e agradáveis.
Exceções: não há.
Seu vinho passou ileso por todas as etapas? Aproveite, pois está bom! 🙂
Quer ter certeza de que vai acertar na hora? Pensando nas dicas que falamos, escolhemos alguns dos nossos achados que se enquadram nessas características, digamos, de baixo risco: tintos com menos de 10 anos ou de longa guarda, brancos com menos de três, todos com o rótulo inteiro, limpo e com a safra bem visível!
São eles: Merlot, Zinfandel, Pinot Noir do Chile.
Nossa Indicação: Herdade do Esporão Pé Tinto 2021
Co-fundador e CEO de Sonoma Market