Antes de se tornar a bebida do momento, ganhando cada vez mais adeptos e até bares próprios para o seu consumo, o gin foi desenvolvido como um licor usado para fins medicinais, na Idade Média. Foi apenas a partir do século 17, na Holanda e no norte da Bélgica, que se tornou um destilado semelhante ao que conhecemos hoje, então chamado “genever”. Nesse tempo, a bebida era resultado da destilação de vinho de malte, acrescentando-se algumas ervas para esconder o sabor forte. Foi então que se adotou o uso das bagas de zimbro, que conferem o sabor herbáceo e peculiar do destilado. Apesar das raízes holandesas o gin chegou ao Reino Unido com a tomada da Coroa Britânica pelo holandês William III. O gin se profissionalizou e ganhou suas primeiras e até hoje mais reconhecidas destilarias históricas, fundadas por Alexander Gordon e Charles Tanqueray em 1898.
Como é produzido o gin e quais os tipos que existem?
O gin é produzido a partir da fermentação de cereais, como milho, trigo e malte. Durante a destilação, são acrescidos os frutinhos de zimbro, responsáveis pelo sabor apinheirado. Em seguida, o líquido pode ser submetido a infusões com aromáticos, a exemplo de cardamomo, anis-estrelado, canela e cítricos, a depender do estilo, mantendo teor alcoólico entre 35% e 55% ABV. Os gins podem ter diferentes classificações de estilos, como a divisão entre cítricos, herbais, florais, especiarias e outros. A divisão mais comum, no entanto, considera os seguintes: London Dry (clássico): O mais comum. Mais seco e translúcido, não tem infusões após o destilamento e apresenta notas de zimbro mais evidentes. Plymouth: O gin produzido pela deslitaria de mesmo nome no sul da Inglaterra. É seco como o London e igualmente transparente, mas possui menos notas de zimbro e sabor mais cítrico e macio. Old Tom: Adocicado, esse estilo é frequentemente composto por infusões com alcaçuz e tem coloração mais acastanhada devido à base de malte. Navy Strength: Semelhante ao clássico, possui teor alcoólico mais alto, por volta de 54,5% ABV.
Gin nacional: o Brasil no mapa da produção do destilado
A relação do gin com o Brasil era uma montanha russa. De tempos em tempos ganhou e perdeu popularidade. Reinou nos anos 1970 e desapareceu nos 1990. Ao retornar à cena na segunda década do século 21, o consumo de gin se fortaleceu e, com ele, a produção de destilados nacionais da bebida. Desde 2016, as destilarias nacionais artesanais têm produzido rótulos próprios e recebido reconhecimento internacional, a exemplo da YVY, Virga, Amázzoni, Arapuru, Nib, Becosa, Weber Haus, dentre outras. Embora repliquem os mesmos estilos gerais conhecidos, muitas destilarias recorrem a ingredientes regionais brasileiros e barris de madeiras nativas.
Arapuru Gin
O Arapuru Gin é um London Dry Gin, ou seja, o gin em sua forma mais pura, unido aos 12 botânicos naturais, desidratados e macerados manualmente. Dentre eles possui além do zimbro, o Caju, fruta que também é utilizada como base do mesmo. Seus compostos são cuidadosamente escolhidos nos 5 cantos do país, para que possa carregar a essência do Brasil por onde for.
Destilado no interior de São Paulo, sob o olhar de Rob Dorsett e auxílio do Erik Lorincz, colaboraram no desenvolvimento e processo criativo, além de promoverem o encontro alquímico das especiarias que compõem o sabor único deste gin. Seu nome vem da inspiração de nossa grande artista Tarsila do Amaral e uma de suas obras mais conhecidas, o Abaporu. Como forma de agradecimento a tudo o que nosso país ofereceu e acrescentou na vida desse agora brasileiro de alma e coração.
Conheça os principais drinks feitos com gin
Por ser um destilado a rigor translúcido e seco, o gin se tornou uma alternativa à vodca na coquetelaria. Elegante e com mais personalidade, o gin passou a ser a base de muitos drinks clássicos, a exemplo do Dry Martini, famoso nos filmes do espião James Bond, e do italiano Negroni. Para o mercado brasileiro, o gin se tornou uma bebida muito requisitada com o refrescante Gin & Tônica. Com limão, pepino ou frutas vermelhas, a combinação do destilado com a soda sempre acompanhada de um saborizante. Mas a lista de possibilidades do gin é enorme. A partir dele pode-se obter Gimlet, Tom Collins, Bee’s Knees, White Lady, Aviation, Bramble, Gin Fizz e até o Cosmopolitan, por exemplo.
Saiba como preparar um Dry Martini clássico
Dry Martini
Ingredientes
- cubos de gelo
- 3 doses de gin London Dry
- meia dose de vermute branco seco
- casca de limão-siciliano para aromatizar
- azeitona para decorar
Primeiramente, coloque gelo em uma taça martini enquanto produz a mixologia. Misture o vermute com o gelo em um mixing glass com bailarina por 8 segundos e, em seguida, acrescente o gin e repita o processo. Dispense o gelo da taça e derrame o líquido do mixing glass sem o gelo. Torça a casca do limão para aromatizar e guarneça com uma ou duas azeitonas espetadas num palito. Saúde! Agora que você já conheceu o universo do gin, basta deixar a criatividade solta para aproveitar ao máximo cada tipo e receita. No Sonoma Market você encontra vários tipos de gins e destilados para a sua experiência de bar em casa ficar completa!