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Vinho verde – O que é, características e muito mais!

Vinho Verde é um vinho fresco, aromático, de baixo teor alcoólico e muitas vezes ligeiramente frisante, elaborado do norte de Portugal. Apesar do seu nome, o Vinho Verde nunca é verde: normalmente é um vinho branco, embora seja possível obter Vinho Verde tinto e Vinho Verde rosé também.

O Vinho Verde é geralmente descrito como altamente ácido e ligeiramente efervescente, mas a única coisa que realmente torna um vinho em Vinho Verde é a região onde ele é produzido. Qualquer vinho proveniente da Região Demarcada dos Vinhos Verdes é oficialmente vinho verde, independentemente de qual método de vinificação for usado.

Enquanto uvas verdes (não maduras) foram originalmente usadas para produzir este vinho, no começo do século XX, sua popularidade levou a um maior foco no cultivo de uvas na região, que hoje são cultivadas até a plena maturação antes de serem colhidas.

Muitos viticultores da região quebraram a tradição antiga para produzir seus próprios vinhos varietais, com maior complexidade, alguns sendo até envelhecidos em barricas de carvalho.

Uma outra confusão muito comum sobre este tipo de vinho é se ele se chama assim por ter cor verde. Por mais legal que isso seja, simplesmente não é verdade. Você pode encontrar vinhos verdes fenomenais em versões brancas, tintas e rosé.

O que é um vinho verde?

Foto de vinho verde em taça.Apesar de se chamar Vinho Verde, o nome refere-se não à cor do vinho, mas sim à sua região de origem. Vinho Verde é na verdade DOC (Denominação de Origem Controlada). Ou seja, é um tipo de vinho de região protegida que só pode produzir este tipo de vinho.

Alguns especialistas também dizem que o Vinho Verde leva esse nome pois se refere ao fato de ser um vinho jovem, que ainda “não está maduro”. Já que a maioria dos vinhos da região são produzidos para serem degustados ainda na sua juventude, não mais do que alguns meses após a sua elaboração. 

São amplamente consumidos em Portugal, devido à sua versatilidade, perfis de sabor bem equilibrados e boa relação valor x qualidade

Independente do seu nome, o Vinho Verde está disponível em versões Tintas, Rosé e Brancas, sejam eles cortes ou variedades de uvas importantes da região, como Alvarinho e Loureiro.

História do vinho verde

Foto de rolhas de vinho verde.A região dos Vinhos Verdes está localizada no norte de Portugal. É delimitada pelo rio Minho, que percorre o norte da região e faz a fronteira de Portugal com a Galícia, na Espanha. A cidade do Porto, o centro do vinho do Porto, fica no oceano Atlântico, no canto sudoeste do Vinho Verde, e o rio Douro se estende para leste a partir daí.

Esta área fértil foi o lar da produção de vinhos por pelo menos 2.000 anos, possivelmente antes mesmo de os romanos se estabelecerem por lá. Vinho Verde tem esse nome não porque todo Vinho Verde seja branco, mas porque a abundância de chuvas torna a região verdejante o ano todo.

Os solos graníticos contribuem para as qualidades minerais dos vinhos e muitas castas de Vinho Verde são consideradas excelentes na transmissão do terroir da região.

Historicamente, o cultivo de vinhas na região ocorreu lado a lado com outras culturas alimentares, como o milho. Ao longo das orlas das hortas, encontravam-se videiras dispostas em pérgulas altas que permitiam a circulação de ar e a exposição solar. Esta viticultura antiquada foi largamente substituída pela ramagem e colheita mecanizada, mas ainda se podem encontrar no Vinho Verde muitos pequenos produtores que utilizam o método tradicional de cultivo.

A região dos Vinhos Verdes foi oficialmente reconhecida em 1908 e tornou-se DOC oficial em 1984. O DOC reconheceu nove sub-regiões dos Vinhos Verdes: Amarante, Ave, Baião, Basto, Cávado, Lima, Monção e Melgaço, Paiva e Sousa. Todos têm solos graníticos, mas cada um tem um clima ligeiramente diferente que favorece certas variedades de uvas. A maioria dos Vinhos Verdes costumava ser consumida localmente, mas desde que Portugal aderiu à União Europeia em 1986, as exportações aumentaram e agora o Vinho Verde é popular em todo o mundo.

Suas características

São jovens: Vinhos Verdes são normalmente lançados dentro de três a seis meses após a colheita, com a exceção dos vinhos mais modernos e complexos, que estão passando por estágio em carvalho. Os vinhos verdes têm sabores de frutas frescas que são perfeitos para serem apreciados imediatamente.

Baixo teor alcoólico: A maioria dos Vinhos Verdes contém menos de 11,5% de álcool. Curiosamente, os vinhos tintos tendem a ter menos álcool do que os brancos, então encontrá-los com teor alcoólico de um dígito não é incomum.

Levemente frisante: Historicamente, os Vinhos Verdes eram engarrafados tão rapidamente após a fermentação alcoólica primária que a fermentação maloláctica ocorreria na garrafa. Isso fazia com que o vinho efervescesse ao abrir, e os consumidores gostaram tanto dessa carbonatação acidental que os produtores de vinho agora adicionam uma pequena quantidade de dióxido de carbono no engarrafamento para criar uma textura borbulhante.

Qual a diferença entre vinho branco e vinho verde?

No mundo dos vinhos são tantas as nomenclaturas que às vezes nos perdemos, principalmente quando estamos começando.

Um equívoco muito comum entre os apreciadores de vinho que ainda não possuem uma vasta experiência de degustação é de que o Vinho Verde não é um vinho branco. 85% dos vinhos produzidos na região são brancos.

A classificação Vinho Verde tem a ver com a região no norte de Portugal onde são elaborados. Portanto, a grande diferença entre um vinho branco elaborado em outras regiões e os feitos na Região Demarcada dos Vinhos Verdes é o perfil aromático e gustativo.

São vinhos jovens, frutados, sempre carregados de muito frescor, com certo toque de mineralidade e, em sua maioria, perfeitos para serem degustados a partir de 3 a 6 meses após a colheita.

Como se bebe o vinho verde?

Estes vinhos, em sua maioria leves ou discretos, podem ser apreciados por si só ou harmonizados. A mais clássica harmonização – e razão pela qual a maioria das pessoas já degustou um vinho verde na vida – é com bacalhau. Por isso, acaba sendo muito vendido durante a época da páscoa, em países que carregam este costume português.

Mas assim como qualquer outro vinho, podem ser consumidos nas mais distintas situações, seja por si só, embalando um encontro entre amigos ou um almoço de domingo em família.

Além disso, também existem várias receitinhas de drinks com Vinho Verde, uma rápida pesquisada e você será capaz de surpreender seus convidados e agradar até os paladares mais exigentes.

Harmonização

foto de jantar.A maioria dos vinhos verdes (com a exceção dos raros vinhos tintos robustos e complexos e também dos poucos vinhos doces feitos com uvas passificadas ainda nas vinhas) tem uma marcante característica que é o seu frescor, aportado pela abundante e vivaz acidez e com pouca presença de taninos.

Com isso, Vinho Verde Branco e Rose tornam-se a harmonização perfeita para dias de sol à beira mar ou à beira da piscina, piqueniques no parque, um combo de sushi, sashimi e saladas de verão.

Para os tintos mais complexos e robustos, recomendamos harmonizar com uma tradicional feijoada ou queijos maturados de sabor bem forte.

Já os vinhos doces podem ser apreciados por si só, em boa companhia, ou harmonizado com sobremesas refrescantes que mesclam dulçor e frescor de frutas cítricas.

Qual a uva do vinho verde?

foto de uvas.As uvas portuguesas são um assunto extremamente confuso, mesmo para a maioria dos enólogos. Existem mais de 250 castas diferentes, sendo a maioria delas autóctones.

No caso do Vinho Verde Branco, as castas mais utilizadas são Alvarinho, Arinto, Avesso, Azal, Batoca, Loureiro e Trajadura. Outras castas brancas que podem ser utilizadas são a Branco-Escola, Cainho de Moreira, Cascal, Douradinha, Esganinho, Esganoso de Castelo de Paiva, Esganoso de Lima, Fernão Pires, Lameiro, Rabigato, S. Mamede e Semilão.

Dentre as principais castas utilizadas na elaboração dos Vinhos Verdes brancos, as seis listadas abaixo merecem a sua atenção:

  • Azal: Esta é a uva mais ácida de todas. Sabores de limonada são abundantes!
  • Arinto: Também chamada de “Pederna”, é indiscutivelmente a melhor uva branca de Portugal. Espere melão suculento e frutas cítricas com algumas notas amargas no final. Grandes exemplos podem envelhecer 7+ anos!
  • Alvarinho: A mesma uva que o Albariño da Espanha e produz vinhos com toranja e notas florais. Esta é outra uva séria e capaz de elaborar vinhos de grande complexidade e potencial de guarda.
  • Avesso: Semelhante ao Alvarinho nos sabores a toranja e pêssego, mas com uma subtil nota amarga de amêndoa verde acrescenta complexidade.
  • Loureiro: Se existisse “O Riesling de Portugal” seria este. Procure o enólogo Anselmo Mendes para chocar os vinhos monovarietais das regiões costeiras.
  • Trajadura: Esta uva é um liquidificador popular com Alvarinho. Acrescenta riqueza e aromas de pêra e flor cítrica.

Para o Vinho Verde tinto, as uvas que você provavelmente encontrará são Alvarelhão, Amaral, Padeiro, Pedral, Borraçal, Espadeiro, Rabo de Anho e Vinhão. Outras castas que podem ser utilizadas são a Doçal, Doçal de Refóios, Espadeiro Mole, Labrusco, Mourisco, Pical Pôlho, Sousão e Verdelho Tinto.

O vinho verde rosé é normalmente feito de Espadeiro e Padeiro.

Qual vinho verde devo comprar?

Agora chegou a hora da verdade – e provavelmente a hora mais intimidadora para quem ainda não é fã do Vinho Verde e não conhece bem os produtores existentes, afinal, como mencionamos acima, são mais de 19 mil produtores nesta pequena região no norte de Portugal, distribuído ao longo do rio Minho.

Para selecionar boas opções de compras, trouxemos a opinião de quem é autoridade quando o assunto são vinhos de qualidade ao redor do mundo. 

Segundo a Jancis Robinson, provavelmente a melhor crítica de vinhos na atualidade, são estes: Quinta do Ameal, Quinta de Azevedo, Casa de Cello, Covelha, Quinta de Soalheiro.

Já para a publicação inglesa Decanter Magazine, nome de peso quando o assunto é vinho Português, as melhores propriedades da região são: Quinta do Ameal, Quinta da Covela, Aphros, Anselmo Mendes, Quinta de Soalheiro, Adega de Monção

Hoje três destes pesos-pesados da Região Demarcada dos Vinhos Verdes fazem parte da curadoria do Sonoma Market, são eles: Quinta do Ameal, que faz parte do grupo Esporão, Adega de Monção e Quinta da Corvela. Além disso, a sessão de Vinhos Verdes no site do Sonoma Market conta com mais de 20 diferentes rótulos de Vinhos Verdes para você degustar e escolher o seu favorito!

Conclusão

Com suas paisagens sobrenaturais – de ilhas vulcânicas e praias arborizadas a cadeias de montanhas íngremes ladeadas por vinhedos protegidos pela UNESCO – Portugal é um tesouro de esplendor natural.

Tal como acontece com a maioria dos destinos turísticos em expansão, no entanto, certos destaques tendem a atrair visitantes com mais força do que outros: a arquitetura ornamentada de Lisboa ou o rio serpentino do Douro, por exemplo. Para quem quer explorar o país de forma mais profunda e diferente, a Região Demarcada dos Vinhos Verdes espera.

Esta é uma região portuguesa que está cada vez mais famosa entre os enófilos, seja pelos vinhos jovens, vivazes e muito refrescantes, pela paisagem e natureza estonteantes ou até pela curiosidade de como se cultivam as vinhas em uma região completamente tomada pela agricultura de alimentos, com densa vegetação e alta umidade.

Para muitos, essas condições podem parecer muito extremas para ser capaz de elaborar grandes vinhos, mas o produtores locais se especializaram e desenvolveram técnicas extremamente eficazes para o cultivo de uvas saudáveis e de altíssima qualidade.

De acordo com os dados da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV), em âmbito global, a receita das exportações feitas até novembro de 2022 dos vinhos produzidos na região aumentaram em 6% face ao ano anterior, atingindo 30,1 milhões de litros e 76,8 milhões de euros no ano passado, ao passo que em 2021 os 30,5 milhões de litros. Ou seja, com o passar do tempo é possível ver o quanto este vinho tem se valorizado ao redor do mundo.

Um outro dado curioso também divulgado pela CVRVV, em 2022, é que até Novembro, foram exportados 1,2 milhões de litros da região dos Vinhos Verdes para a Rússia, num total de 2,7 milhões de euros de receita. Para comparação, em 2021 foram exportados 625 mil litros, o que gerou uma receita de 1,3 milhões de euros em 2021.

E aí, pronto para escolher o seu Vinho Verde favorito?

Abraços,

Equipe Sonoma Market

Blog Sonoma Market

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