Guia Definitivo de Bordeaux parte 3, com dicas e orientações de como melhor apreciar o seu vinho de Bourdeaux, escrito de maneira descontraída e objetiva!
eate25w4vzhgzxu5uvn6

Guia Definitivo de Bordeaux – Parte III: Como ler um rótulo

Ler o rótulo de um vinho de Bordeaux pode ser muito mais complicado do que parece… Descubra aqui!

Ainda não leu as outras partes do guia? Leia aqui a primeira e a segunda e se torne um craque.

Saber ler o rótulo de um Bordeaux não parece tarefa difícil. Basta conhecer as leis estabelecidas pelo conselho francês e “voilà”! Qual é a dificuldade, então?

Bom… Tudo começou em 1855 (antes mesmo da criação do conselho regulador), quando Napoleão III resolveu organizar o Julgamento de Paris, que classificou os melhores vinhos à época.

O problema disso? Esta classificação não considerou toda Bordeaux, então algumas denominações, sentindo-se inferiorizadas, criaram posteriormente as suas próprias classificações.

Premier Grand Cru, Grand Cru Classé, Grand Cru… E por aí vai! Acredite, são várias delas, todas com nomes muito parecidos. Mas três, as mais importantes, são usadas até hoje.

Classificação de 1855 (o tal Julgamento aí de cima)

Para o evento, os principais châteaux deveriam classificar seus vinhos do melhor para o pior e, então, seriam degustados, avaliados e distribuídos em cinco categorias.

Com apenas um vinho classificado, a vinícola já ganha um título vitalício! Funciona como um atestado, garantia de qualidade, e até os vinhos mais simples que da propriedade saem têm preços astronômicos.

Ao todo, 61 produtores foram classificados… E adivinhe só? A maioria deles está justamente em Médoc – fora isso, os outros que entram estão em Sauternes, Barsac e Graves. Ficou confuso com as regiões? Na segunda parte do guia falamos bastante delas, clique aqui para recordar.

Voltando ao julgamento…

Na ocasião, as categorias foram estabelecidas por faixas de preços dos vinhos. As mais caras, cujos vinhos são considerados Premier Cru, são seguidas pelos Deuxièmes Cru, e assim em diante até a quinta categoria.

Os mais conhecidos são os Premier Cru – Château Margaux, Château Latour, Château Haut-Brion, Château Lafite-Rothschild e Château Mouton-Rothschield.

Classificação de Graves (1953)

Quase um século se passou e Graves conseguiu classificar seus vinhos. Apenas 21 vinhos receberam tal honra, dentre eles, 13 tintos e oito brancos. Diferentemente da classificação anterior, todos estes são chamados de Grand Cru Classé.

Classificação de Saint-Émilion (1954)

No ano seguinte, foi a vez de Saint-Émilion classificar seus vinhos mais “tops”. E esta é considerada a mais diferente das classificações, pois, além de dividir nas categorias Premier Grand Cru Classé, Grand Cru Classé e Grand Cru (em ordem diminutiva), ela passa por uma revisão a cada década.

Só isso? Não!

Não basta entender de Cru e Grand Cru para ler facilmente os rótulos. Tem outros nomes e termos que é preciso conhecer.

Bordeaux Superiéur

Eis o típico nome que induz ao erro… Há quem pense se tratar de um vinho superior (afinal, é isso o que sugere o rótulo, não?), porém esta é uma das categorias mais genéricas da região.

Assim como a denominação Bordeaux, ainda mais simples que Bordeaux Superiéur, as uvas podem ter sido cultivadas em qualquer sub-região. O resultado? Um vinho com características mais genéricas da região, mas ainda sim uma excelente aposta para vinhos mais simples.

Château-o-quê?

Difícil mesmo é encontrar sequer um rótulo de Bordeaux sem a palavra “château”. O que parece ser uma mania local, na verdade, tem uma explicação pra lá de plausível.

Como a maioria dos vinhedos estava localizada no entorno de castelos (châteaux, em francês), as vinícolas acabaram sendo batizadas com seus nomes. Hoje, nem todas as vinícolas tem castelos próprios, mas mesmo assim são denominadas châteaux!

Mis en Bouteille au Château

Procure pela frase num rótulo e tenha a certeza de que as uvas do vinho que vai beber foram cultivadas e vinificadas no próprio château. Ao pé da letra, “Mis en Bouteille au Château” significa “engarrafado no château”, ou seja, é quando todas as etapas de produção de um vinho passaram aos cuidados do próprio vinicultor.

Por que preferir estes? Para conhecer a tipicidade de um terroir específico (pode acreditar que cada um deles tem características completamente únicas!).

Cadê as uvas?!

Ixi, percebeu que não falamos em uvas? Mais do que isso: percebeu ao manusear uma ou outra garrafa que elas não dão as caras por ali? Isso porque cada região de Bordeaux usa suas combinações de uvas, e só conhecendo a região, dá para descobrir que uvas o vinho leva.

Complicado? É sim, mas te ajudamos com isso na segunda parte deste guia definitivo. Chegou a ler? Se não, clique aqui e ganhe um passeio instantâneo pelos arredores bordaleses!

Por Gustavo Jazra

Harmoniza com esta matéria:

Blog Sonoma Market

Você também pode gostar

Deixe um Comentário