Châteauneuf-du-Pape: uma francesa respeitada
No sul do Rhône, na França, a mais importante denominação de vinhos é a Châteauneuf-du-Pape.
No sul do Rhône, na França, a mais importante denominação de vinhos é a Châteauneuf-du-Pape.
Hoje, esta região abriga vinhedos famosos e grandes produtores, tanto, que um dos maiores críticos de vinhos do mundo, Robert Parker, é o fã número um dessa denominação francesa.
Foi na década de 1970 que houve um aumento significativo do número de produtores de vinho de boa qualidade no Rhône e, atualmente, os importantes tintos de Châteauneuf-du-Pape definem o sul da região. Inclusive, mais de 90% de seus vinhos são tintos, embora hajam brancos e rosés.
O nome Châteauneuf-du-Pape, que em português significa “novo castelo do papa”, refere-se à época do século XIV em que o papa não residia em Roma, e sim na cidade de Avignon, localizada ao sul desses vinhedos, na própria França ao invés de Roma. O papa responsável por essa mudança de residência foi o francês Clemente V. Mais tarde, o seu sucessor João VXII, construiu uma nova residência papal de verão entre os vinhedos.
Châteauneuf-du-Pape e suas uvas
Há 14 variedades de uvas que têm permissão para serem usadas em Châteauneuf-du-Pape, que são a Grenache, Syrah, Mourvèdre, Cinsault, Muscardin, Counoise, Vaccarèse, Terret Noir, Grenache Blanc, Clairette, Bourboulenc, Roussanne, Picpoul e Picardan. Atualmente, a Grenache é a referência, geralmente, mesclada com Syrah e Mourvèdre.
O rótulo e o brasão
O brasão sob o rótulo já mostra que não é um vinho qualquer, é um Châteauneuf-du-Pape. Em estilo gótico, o símbolo representa uma coroa papal protegida pelas chaves de São Pedro, o primeiro dos papas, que guarda a porta do reino dos céus. Geralmente, os produtores desta denominação costumam aderir ao brasão nos rótulos, porém, não é um símbolo obrigatório.
Após a descoberta de Robert Parker…
Antigamente, os vinhos produzidos na região, que está localizada logo abaixo da Borgonha, eram considerados rústicos e deselegantes, mas isso terminou quando o renomado crítico Robert Parker se apaixonou pelos rótulos e começou a divulgá-los.
Depois que o crítico se tornou um entusiasta desta região e denominação, o seu crescente consumo fez com que os preços subissem e, consequentemente os seus rótulos, tornaram-se valiosos e especiais, sendo assim, o marketing em cima deles impulsionou, obviamente, a sua venda. Hoje, a denominação já é uma das mais aclamadas do mundo.
Porém, a qualidade dos vinhos de Châteauneuf-du-Pape não é apenas marketing. De fato, são bons vinhos, elaborados em excelente terroir, com a dedicação e conhecimento de anos dos produtores. Em geral são vinhos penetrantes, densos, atrevidos, frutados e de encher a boca…
E você, já provou algum rótulo desta denominação? O que achou?
Por Andressa D’Amatto