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Como saber qual é a sua uva preferida? Parte 3 – Uvas exóticas

Como saber qual é a sua uva preferida? Parte 3 – Uvas exóticas

Na primeira parte deste guia falamos sobre as uvas tintas, na segunda, das uvas brancas. Agora, nesta parte, elas se misturaram para falarmos sobre as não tão tradicionais assim
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1. Uvas TINTAS exóticas

Teroldego

Há séculos a Teroldego tem sido plantada em Trentino, a região italiana que lhe trouxe sua melhor expressão. Hoje, com cultivo restrito apenas à DOC Teroldego Rotaliano, é uma exigência que os vinhos sejam elaborados 100% com a casta. Ela tem tendência à alta produtividade e resulta em vinhos frescos e frutados, mas quando a produtividade da uva é baixa, os vinhos são concentrados e com bom potencial para guarda. As novas gerações de enólogos brasileiros trouxeram a casta para cá e, atualmente é uma das únicas uvas que se encontra mais rótulos brasileiros do que importados.

Corpo: médio para encorpado
Harmonização: pratos agridoce, massas com molho branco, rosé ou funghi, carnes leves

Agiorgitiko

Já ouviu falar dessa uva? Pois é, o nome parece complicado para nós, brasileiros, e ela nem é muito conhecida por aqui. Mas na Grécia, sua terra natal, ela é a segunda casta mais cultivada. Inclusive compõe a maioria dos vinhos tintos da região de Nemea. Origina vinhos aromáticos, de cor intensa e as notas de frutas escuras, especiarias e cerejas chegam a lembrar a Merlot.

Corpo: leve
Harmonização: pratos agridoces, carnes de porco leves

Ancellotta

A Ancelotta é mais vista em cortes devido a neutralidade de sabores e aromas. Quando enólogos brasileiros trouxeram uva ao país em um período de modernização, ela originou vinhos tintos mais leves e frescos, com aromas de frutas secas, geleia e um final um tanto azedinho.

Corpo: encorpado
Harmonização: carnes e pratos substanciosos, queijos duros

2. Uvas BRANCAS exóticas

Semillón

Talvez não se lembre do nome da uva, mas certamente já viu um Sauternes. Pois é, a casta que é uma das mais cultivadas em Bordeaux, onde se beneficia do clima da Austrália e da Califórnia e é normalmente usada em cortes com Sauvignon Blanc, é também muito suscetível à podridão nobre, dando origem ao vinho de sobremesa considerado um dos mais famosos do mundo: Sauternes. Quando jovens, os vinhos da casta podem ter aromas de lençol de algodão.

Corpo: leve para médio
Harmonização: sobremesas com frutas, saladas com frangos e peixes

Cortes em que aparece: Sauternes, Bordeaux branco, Vergelegen

Viognier

Descendo as paredes do Vale do Rhône, mais especificamente em Condrieu, encontra-se a Viognier e sua singularidade untuosa, perfumada de tão floral. Ela chegou ao Chile e à Argentina e seus vinhos foram muito apreciados, mas há quem diga que apenas o terroir do Rhône despertou sua melhor expressão.

Corpo: médio
Harmonização: peixes brancos co molhos não cítricos, massas com molho branco
Cortes em que aparece: Rhône, Condrieu, brancos do Piemonte

Gewürztraminer

A Gewürztraminer é uma uva de origem alemã, cujo nome pronuncia-se ga-verz-tra-mi-ner e significa uva apimentada do Tramin – uma cidade no norte da Itália que fala alemão. Uma de suas principais características é o perfume e, justamente por isso, ela é indicada para iniciantes no mundo do vinho, mas deve-se atentar: caso os sabores não sejam sentidos, o vinho não é de qualidade. Um bom vinho dessa variedade mostra o trabalho de seu produtor: é preciso controlar os sabores de gengibre, canela, lichia, pétala de rosas, manga e laranja, mas quando de baixa qualidade, nada disso é sentido.

Corpo: leve para médio
Harmonização: pratos apimentados, curries, frutos do mar, queijos
Cortes em que aparece: Haut-Rhin, Baden, Somontano

Furmint

Correspondente a 60% das plantações de uvas da Hungria, a Furmint é uma das principais uvas utilizadas no blend para a produção do Tokaji, “o vinho dos reis”. A casta é muito propícia ao ataque da botrytis cinerea – fungo que suga todo o suco da uva e deixa apenas o açúcar – e justamente por isso é mais presente nos vinhos de sobremesa. Apresenta boa acidez, aromas frutados, adocicados e de mel. Na produção do Tokaji, entra no corte com Hárslevelü e Muscat.

Corpo: leve para médio
Harmonização: aves com molho agridoce, sobremesas com frutas, caramelo ou doce de leite
Cortes em que aparece: Tokaji

Palomino

Ainda na onda dos vinhos de sobremesa, a Palomino é uma uva que entra em outro corte, desta vez, para a produção de Jerez. Corresponde a 90% da produção, e resulta em um vinho seco e delicado. Já a segunda uva do blend é a Pedro Ximénez (sim, o nome e o sobrenome faz parte de uma denominação de uva). Esta variedade é seca ao sol após a sua colheita, o que faz concentrar os seus açúcares e então produzir um vinho mais rico, potente e, principalmente, encorpado. Já a Moscatel, que finaliza o corte produz um vinho verdadeiramente doce.

Corpo: médio para encorpado
Harmonização: castanhas, carne de porco, pizzas à lenha
Cortes em que aparece: Jerez

Pedro Ximénez

As iniciais PX são muito usadas sempre que alguém quer se referir à casta capaz de resultar em um dos mais apreciados vinhos doces do mundo. Esta uva branca tem o gosto alegre, quente e sensual do sul da Espanha. Adora climas quentes e secos e o constante calor faz com que a uva desenvolva um gosto bem adocicado, e por isso é mais comum vinhos de PX serem doces, mas também é possível encontrar vinhos meio-doces, meio-secos e secos. Até mesmo o mais seco deles traz uma doçura residual bem maior do que a dos vinhos feitos com outras uvas. Suas características são cativantes, com aromas de frutas secas, nozes e o irresistível toque de figos confeitados em açúcar queimado. Esse vinho pode trazer todas essas sensações em um só gole, e é perfeito para uma noite que promete ser doce do começo ao fim.

Corpo: encorpado
Harmonização: castanhas, carne de porco, sobremesas com caramelo ou doce de leite
Cortes em que aparece: Jerez

Peverella

Extinta em praticamente todo o mundo, a Peverella tem origem polêmica. Há quem diga que vem de Trento, no Vêneto, mas hoje, a Serra Gaúcha é um dos únicos lugares que ainda a cultiva. Ela dá origem a vinhos com notas florais, especialmente flores brancas e de frutas, como pêssego. O palato é caracterizado por especiarias e certa “picância”.

Corpo: leve para médio
Harmonização: pratos picantes e condimentados, saladas incrementadas

Malvasia

Esta, até se assemelha à Moscatel na história. É de origem Mediterrânea, uma das mais antigas uvas, forma uma grande família e todas são muito aromáticas. Ela é cultivada em solos e clima secos, quando submetidas à umidade, as vinhas ficam propensas a doenças. Esse modo de cultivo traz a ela todo o dulçor. Muitos são os países que a cultivam, inclusive o Brasil. Em vinhos brancos, ela será caracterizada pelos aromas de pêssego, damasco e passas brancas; já nos cortes com tintos, pelo chocolate.

Corpo: médio para encorpado
Cortes em que aparece: Toscana, Sardenha, Madera

Blog Sonoma Market

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