Por incrível que pareça, quando pensamos em vinhos do Velho Mundo, a Hungria não é necessariamente o primeiro lugar que vem às nossas mentes.
Por incrível que pareça, quando pensamos em vinhos do Velho Mundo, a Hungria não é necessariamente o primeiro lugar que vem às nossas mentes, mas é exatamente lá que está um dos vinhos doces mais raros do mundo: o Tokaji.

Antes do regime comunista, os vinhos da região de Tokaji circulavam entre a elite e a nobreza do mundo todo. Era definitivamente um dos vinhos mais desejados e cobiçados até então. Com a era socialista, os vinhos acabaram se isolando do mundo, ficaram esquecidos, desconhecidos. Mas, felizmente, os anos se passaram e muitos investimentos foram feitos na região após o fim da União Soviética, o que permitiu o renascer desse tão prestigiado e importante local.

Os puttonyos

Vamos falar de uma das mais importantes classificações: Aszú. Os vinhos de sobremesa que levam o nome são feitos com uvas autóctones da região – a Furmint e a Hárslevelû -, que devem estar infectadas “botritizadas”, ou seja, com a podridão nobre (Botrytis cinerea).

As uvas atingidas pelo fungo são maceradas em baldes ou cestos, que são regionalmente chamadas de “puttonyos”. Esse é o néctar dos néctares, e cada balde contém 25 quilos de uvas botritizadas.

À parte das uvas botritizadas, é elaborado também um vinho base, ou seja, as mesmas uvas que passam pelo processo normal de amadurecimento e não são atingidas pelos fungos. Esse vinho fica estagiando em barricas velhas de 136 litros, onde posteriormente os puttonyos são adicionados, podendo ser adicionado três, quatro, cinco ou seis baldes, ou melhor, puttonyos (lembrando que cada puttonyo equivale a 25 quilos de uvas botritizadas!).

A matemática, neste caso, é muito simples: quanto maior o número de baldes adicionados ao mosto, maior será a doçura natural e a complexidade do vinho. Os vinhos ainda passam por um processo de envelhecimento de cinco a oito anos.

Rei dos reis

Mas ainda não é o fim! Tem também o “creme de la crema”, o raríssimo e exótico Tokaji Eszencia. Esse, produzido somente com uvas botritizadas, não tem vinho base. Os níveis de concentração neste vinho são muito parecidos ao mel – para se ter uma ideia, a concentração de açúcar é tão elevada que raramente atinge mais de 3% ou 4% de graduação alcoólica, chegando a ter 800 gramas de açúcar residual por litro!

O mais encantador nos vinhos de Tokaji, na minha opinião, é que são doces e complexos, mas com uma acidez delirante, vibrante e encantadora. Não é à toa que é considerado o “vinho dos reis, o rei dos vinhos”.

Ficou intrigado em descobrir esses sabores? Não deixe de experimentar cada tipo para descobrir suas diferenças e encontras as suas preferências!

Por Jô Barros

Os melhores vinhos você encontra na Sonoma.

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