Para começar, é preciso dizer: nem todo queijo harmoniza com qualquer vinho. É preciso prestar atenção nas características de cada um para, então, selecionar o vinho ou o queijo ideal.
Ou, no caso de uma tábua de queijos, como encontrar vinho curinga que vai se dar bem com todos ou com a maioria deles.
Como já dissemos antes, harmonização boa é aquela que te agrada e ponto! Mas, se não sabe nem pode onde começar, uma ajuda é sempre bem-vinda, né?!
Fizemos uma lista com alguns tipos de queijos, suas principais variedades e indicações de vinhos. Quer deixar sua mesa ainda mais atraente?
Cremosos
Como o nome já diz, os queijos cremosos são aqueles que derretem na boca (e nem precisam ser aquecidos para isso!). Eles também são mais delicados.
Vinhos brancos com acidez alta, de maneira geral, costumam agradar, mas a delicadeza da Chenin Blanc, especificamente da África do Sul ou do Vale do Loire, levará à êxtase!
Exemplo: cottage, ricota, mascarpone, catupiry, requeijão
Macios
A maciez e textura dos queijos macios, como a mussarela de búfala, pedem um vinho de corpo médio para baixo e boa acidez, como um Barbera leve ou um Pinot Noir.
O único detalhe aqui é prestar atenção no queijo coalho, pois pode ser um pouco mais salgado que os demais, portanto, é bom evitar vinhos com taninos presentes neste caso.
Exemplo: mussarela de búfala, coalho
Massa filada
Talvez você pense que não conhece nenhum queijo “massa filada” por nunca ter ouvido falar neste nome. É, realmente pode causar certo estranhamento, mas na verdade a mussarela, um dos queijos mais populares, se encaixa exatamente nessa categoria.
Os mais salgados, como a própria mussarela e o provolone, pedem por vinhos sem taninos, mas com certo corpo. Que tal um Merlot ou um Chardonnay mais encorpado, amanteigado?
Perfeito! O queijo do Rio Grande do Sul chamado serrano, feito com leite cru e ideal para preparados com manteiga, também acompanha muito bem estes vinhos.
Já o mineiro serro pode ser mais difícil de harmonizar. Ligeiramente ácido no palato e salgadinho, pede pelas notas minerais do fortificado espanhol Jerez.
Exemplo: mussarela, provolone, serrano, serro
Semiduros
Os semiduros mais adocicados, como o gruyère e emmental, harmonizam bem com a acidez curinga do Pinot Noir e com o Montepulciano, leve, frutado e cheio de especiarias. Já os queijos edam, estepe e gouda, levemente picantes, são ideais para a doçura dos Astis e versatilidade dos Rieslings.
A sugestão especial da Jô Barros, sommélière principal do Sonoma, é para o mais famoso dos queijos brasileiro, o da Serra da Canastra, acompanhado de uma taça de um [vinho do Porto] Tawny – as notas acastanhadas e toques oxidativos do vinho serão ideais para a harmonização.
Exemplo: gruyére, emmenthal, edam, estepe, reino, massdam, gouda, serra da canastra
Duros
Queijos duros são geralmente salgados, ainda mais se veio à sua mente os queijos do tipo parmesão. Para estes, as principais indicações são, definitivamente, vinhos de sobremesa: Porto, Moscatel de Setúbal…
Harmonizações clássicas por contraste! Porém, se preferir, pode optar por vinhos tintos secos, porém aqueles que abusam das frutas maduras e dão impressão de dulçor no paladar. Outros, como o pecorino e o castanho, fogem um pouco à regra.
O pecorino pede um vinho de corpo médio para leve, como um Barbera, e o castanho, com seus aromas de amêndoas, torna-se ainda mais fácil de comer ao lado de um Prosecco legítimo.
Exemplo: parmesão, prato, pecorino, castanho
Azuis
Bem salgados, já virou tradição comer estes queijos com uma taça de vinho do Porto. Harmonização por contraste de novo! Apesar disso, vão muito bem com um Riesling envelhecido ou um Sauternes.
Exemplo: gorgonzola, roquefort, azul do bosque
Mofo branco
Os queijos envoltos em mofo branco costumam também ser bastante cremosos e untuosos por dentro. Untuoso combina imediatamente com Chardonnay, mas pode ir muito bem com um Chenin Blanc do Vale do Loire (provavelmente mais velho, terá maior complexidade aromático e cremosidade).
Exemplo: brie, camembert, pirâmide do bosque, buche
Cabra
Bastante lácteos e salgados, chegando a ser levemente cítricos, como o casablanca, os queijos de cabra são excelentes para acompanhar Champagnes. Se não tiver um, outros espumantes fazem bem o papel!
Exemplo: feta, cablanca
Onde comprar?
A Queijaria
Empório especializado em queijos brasileiros. Conta com 77 tipos diferentes no portfólio. Os queijos vêm de Minas Gerais, interior de São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
R. Aspicuelta, 35 – Vila Madalena – São Paulo, SP
Mercados Municipais
Costumam cotar com uma grande quantidade de lojas diferentes de queijos. Será o lugar ideal para encontrar todos os tipos de queijos mais conhecidos, além de, claro, experimentar.
São Paulo – R. da Cantareira, 306 – Sé
Rio de Janeiro – R. Capitão Félix, 110 – Benfica
Belo Horizonte – Av. Augusto de Lima, 744 – Centro
Curitiba – Av. Sete de Setembro, 1865 – Centro
Florianópolis – R. Conselheiro Mafra, 225 – Centro
Grandes redes de supermercado
Talvez não sejam uma opção que ofereça os queijos mais frescos e nem uma variedade tão grande, mas com certeza encontrará a maioria deles, inclusive os de marcas mais conhecidas. Eventualmente aparecem alguns queijos inusitados.