Destino de casais apaixonados de todas as partes do mundo, essa não é a única rota famosa do Vale do Loire. A região também abriga a terceira maior área vitivinicultora da França e a mais diversa delas.

Pense na cena: colinas verdejantes de um lado, um pequeno trilho por onde passa o trem de alta velocidade da França e, atravessando a “rua” pedregosa, um bosque que lembra os contos de fadas. Por trás das árvores, enxerga-se um pequeno trajeto de águas que contorna uma verdadeira muralha. É quando você atravessa a ponte que percebe a grandeza de um “château” (“castelo”, em francês).

A partir desses muros, encontram-se florestas, jardins, labirintos, casinhas, mansões, o castelo lá ao fundo e, logo em seguida, guardado como um santuário, um vinhedo com dois mil anos de história.

A cena se repete em pelo menos uns 10 castelos ao longo dos 185 mil hectares de vinhedos banhados pelo Loire, o maior rio do país. São vinhedos que já pertenceram a reis e nobres que habitaram as grandes construções (não é à toa que são chamados de “Vale dos Reis” ou “Jardim da França”).

Loire, um terroir de todos

Tantas compras e vendas, guerras e revoluções acabaram transformando a região na zona vinícola com mais diversidade de uvas e terroirs. Tintos, brancos, rosés e espumantes, vinhos secos ou doces, estão todos ali.

No total, são mais de 70 denominações, que podemos dividir em quatro sub-regiões, cada uma com estilo e características diferentes.

Central Loire

É a parte mais ao leste, famosa por vinhos brancos, principalmente da uva Sauvignon Blanc, e outros tipos mais leves, como os tintos e rosés com a uva Pinot Noir. É também ponto crucial para quem visita os castelos – em suas terras está o Chambord, maior e mais aclamado de todos os castelos, ponto inicial ou final de qualquer trajeto.

Touraine

É a sub-região mais complexa, compreende as áreas ao redor da cidade de Tours, onde está um dos castelos preferidos dos turistas: o Chenoceau, conhecido por ter sido comandado apenas por mulheres durante todos seus séculos de existência. Em seus jardins com influência em Bordeaux são cultivadas as uvas que melhor representam o local, como a Cabernet Franc e a Chenin Blanc (entre muitas outras… Muitas outras mesmo!).

Anjou-Saumur

Mais para a esquerda, próxima à imponente cidade de Angers e o não tão pequeno castelo de Brissac (ele mesmo, o famoso “Castelo de Caras”). Ali, além de estrelas da televisão, impera a Chenin Blanc e alguns dos vinhos doces mais apreciados no planeta, cada vez mais lutando de igual para igual com os renomados Sauternes bordaleses.

Continuando o trajeto na direção oeste, já quase desembocando no Atlântico, está o….

Pays de Nantais

Região que hoje já é conhecida como Muscadet, nome do principal vinho que produz. Trata-se de um branco extremamente seco que leva a uva Melon de Bourgogne. A joia branca local é tão valorizada que aparece em pratos elaborados, drinks inventivos e sobremesas (vale muito a pena provar os famosos bombons de Muscadet ao passar por seu centro econômico, a cidade de Nantes).

Em terras gourmet

O Vale do Loire se beneficia exatamente das mesmas vantagens da região de Champagne – a grande variação térmica que garante elegância e corpo aos vinhos. Nos anos mais frios, porém, as uvas acabam não amadurecendo. É aí que os produtores apelam para o Cremant de Loire, espumantes elaborados pelo método champenoise (na prática, uma alternativa mais econômica para os grandiosos Champagnes).

Ah, e não são só as uvas que dão frutos no Vale do Loire. Seu principal acompanhante, orgulho francês, também está lá: o queijo. Muitos trocariam tiros para defender que é dessa região que saem os melhores queijos de cabra (os “chèvres”) de toda a França.

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Blog Sonoma Market

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