O nome com certeza já trouxe a sua mente aquele personagem de desenho animado que não para nunca e sai comendo tudo o que vê pela frente. Mas assim como seu animal símbolo, essa ilha vai muito além da primeira impressão.
A Tasmânia é um estado australiano, localizado em uma ilha ao sul do país, a 250 quilômetros da costa. Seu nome remete, principalmente, ao marsupial endêmico, o Diabo-da-Tasmânia. Popularizado por um personagem de desenhos animados, que girava como um peão e passava atropelando tudo e todos – e de quebra, comendo alguma coisa – a Tasmânia é uma ilha que merece uma segunda chance: a primeira impressão pode assustar.
Assim como a Austrália, toda a região era habitada por aborígenes, que foram colonizados pelos ingleses no século XIX, mas o cultivo da uva começou apenas no século XX, o que significa que são poucos os vinhedos, poucas colheitas e poucos rótulos por ano. Mas isso não é motivo para desanimar.
Por ter climas muito diferentes dentro de seu próprio território – do clima quente próximo ao rio Coal, nos arredores da capital Habort, ao clima frio e úmido, em Pipers Brook, no norte da ilha – os rótulos tasmânicos chegam a enganar: imprimem características de clima frio às regiões mais frescas, por exemplo.
Cultivo reduzido e produção pequena não deixa a ilha se intimidar. Apesar de colher em um ano o que a vizinha Victoria – uma das maiores regiões vinícolas australianas – contabiliza para um único dia, os vinhos tasmânicos têm potencial, especialmente no que diz respeito aos vinhos espumantes.
As variedades que melhor se adaptaram ao terroir e hoje são predominantes na Tasmânia são Riesling, Pinot Gris, Chardonnay and Pinot Noir, que resultam em excelentes rótulos de espumantes e “tranquilos”.
Pouco a pouco, os vinhos estão se comportando exatamente como o diabo-da-Tasmânia: podem assustar um pouco à primeira vista, mas depois de uma pequena pausa surpreendem por todas as suas qualidades, tão únicas e peculiares como a própria ilha.