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Não tenha medo da carta de vinhos – Sobremesa

Não tenha medo da carta de vinhos 3 – Sobremesa
Uma das maneiras mais deliciosas de terminar uma refeição é com a sobremesa… Mas qual vinho acompanhar?

Uma das maneiras mais deliciosas de terminar uma refeição é com a sobremesa… Mas qual vinho acompanhar?

Eu, particularmente, não dispenso nunca uma sobremesa! Ainda mais se tiver vinhos envolvidos (alguns acompanham os doces, outros até o substituem).

Eu adoro todos, seja do Porto, Xerez, Sauternes, Tokaji, colheita tardia… E não posso esquecer de maneira nenhuma dos licores… Ahhh, os licores… Vou dar uma breve explicação sobre cada um deles, confira!

  • PortoVou começar pelo vinho do Porto. Ele vem da região do Douro, em Portugal, e junto ao espanhol Xerez se encaixa na categoria dos vinhos “fortificados”. Isso quer dizer que durante a vinificação, o produtor adiciona aguardente vínica (destilado de uva) ao mosto, interrompendo seu processo de fermentação.Existem vários estilos de vinho do Porto, desde o seco (mais difíceis de encontrar) até os doces. Eu, pessoalmente, adoro o Porto Tawny, um tipo doce, mais amendoado. Principalmente se vier acompanhado de sobremesas à base de frutas secas – nozes, pecãs, macadâmias e outras castanhas – ou um belo panetone de frutas cristalizadas.
  • XerezJá o vinho de Xerez (ou “Jerez”, em espanhol, e “Sherry”, em inglês) vem da Andaluzia, no sul da Espanha, mais especificamente de um triângulo composto pelas regiões de Jérez de La Frontera, El Puerto de Santa Maria e Sanlúcar de Barrameda. Em questão de aromas, é sem dúvida um dos vinhos mais encantadores.Não é só uma bebida, trata-se de uma mistura gradativa de vinhos jovens com outros mais antigos – é um sistema que leva o nome de “solera”, responsável por deixar esse vinho tão especial e complexo. Adoro principalmente os que usam a uva Pedro Ximénez, cujos sabores me lembram um melaço, rapadura, açúcar mascavo… É a sobremesa “em pessoa”.Lembrando também que esses vinhos fortificados são mais alcoólicos, podendo chegar facilmente a uma graduação de 20%. Por isso, fique atento à quantidade!
  • SauternesOs grandes vinhos de Sauternes, região de Bordeaux, na França, são conhecidos como “ouro líquido”. Essa é uma das regiões mais especiais do mundo, pois tem um microclima propício para a produção natural de um fungo chamado “botrytis cinérea” (conhecido como “podridão nobre”). A bactéria fura a pele fina da uva e permite a evaporação de água, deixando os açúcares naturais mais concentrados (ou seja, mais doce).De uma maneira geral, gosto muito de harmonizar Sauternes com sobremesas como mais leves (como mil-folhas) ou com queijos azuis (como gorgonzola).
  • TokajiO vinho de Tokaji foi proclamados “o rei dos vinhos, e vinho dos reis”. Nessa região da Hungria também acontece o raro fenômeno do fungo “botrytis cinérea”. O que mais me fascina em um Tokaji é seu dulçor que não enjoa, graças à ótima acidez que limpa a boca para o próximo gole. Sobremesas como crème brulée ficam irresistíveis com este vinho.
  • Colheita tardiaJá os vinhos de colheita tardia (do inglês “late harvest”), como o próprio nome já diz, são produzidos com uvas que são deixadas nas vinhas por mais algumas semanas após a maturação normal. Nesse meio tempo, as uvas perdem água (ficam com uma aparência de uva-passa), mas ganham em concentração de açúcar.Esses vinhos podem ser produzidos em diversas partes do mundo, como na Alemanha, algumas regiões da França, a italiana Toscana (com seu famoso “vin santo”), Chile, Argentina e África do Sul. Adoro harmonizá-los com uma salada de frutas levemente tostadas ao forno, fica uma delícia!
  • LicoresPor fim, para não ficar só com os vinhos, escolhi um dos meu licores favoritos: o limoncello, muito conhecido na região do Golfo de Nápoles, Ilha de Capri e costa Amalfitana, na Itália. Gosto muito dele, em especial, por ser simples de preparar (eu sempre faço o meu próprio “limoncello”!).Aí vai a receita: 1 litro de álcool de cereal, entre 15 e 20 limões sicilianos (ou aquele limão-cravo, que também deixa delicioso e super perfumado), 1 litro de água e meio quilo de açúcar. Deixe as cascas dos limões em contato com o álcool por cerca de 7 a 10 dias e, depois desse período, acrescente a água e o açúcar. Deixe a mistura descansar por mais 1 ou 2 dias, coe e está pronto. Não esqueça de deixar no congelador para servir bem geladinho!

Por Jô Barros

Blog Sonoma Market

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