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Vinho do sol nascente

Vinho do sol nascente
O saquê surgiu na China, nas cerimônias budistas. Com o tempo, os monges trocaram o álcool pelo chá verde, mas os japoneses trataram de adotá-lo.

Ingredientes

“Por entre as flores, uma garrafa de saquê bebo sozinho, ninguém a me acompanhar.” É assim que o poeta japonês Rihaku dizia dar início aos seus versos – “uma garrafa, mil poemas”.

Como tudo o que vem da Ásia, o “vinho de arroz” também é milenar. Foi há sete mil anos atrás que o saquê surgiu na China, nas cerimônias budistas. Com o tempo, os monges trocaram o álcool pelo chá verde, mas os japoneses trataram de adotá-lo.

Diz a lenda que aconteceu por acaso. Alguém, em algum templo religioso de Nara, esqueceu uma saca de arroz mofando na despensa. Ele acabou fermentando em algo que parecia um mingau que deixava as pessoas, digamos, mais alegres. Por muitos séculos, até que fossem aprimoradas as técnicas de fermentação, o saquê foi ingerido como alimento, e não bebida.

No Japão antigo, o nome da bebida era “nihonshu”. “Saquê” era apenas um termo utilizado para qualquer bebida alcoólica. Porém, os estrangeiros, quando iam aos bares, sempre viram os japoneses dizendo “saquê” enquanto bebiam o “nihonshu”, e assim a palavra ganhou um novo sentido.

Jeitinho brasileiro

Demorou para o saquê ganhar o paladar dos brasileiros. A bebida chegou ao país junto com os imigrantes, em 1908, mas só nos últimos 20 anos encontrou sua arma secreta: a saquerinha, caipirinha que leva saquê no lugar da tradicional cachaça.

Graças a essa invenção de alguns bares que queriam agradar as mulheres (por possuir teor alcoólico bem menor), a venda de saquê cresce em média 30% ao ano no país segundo pesquisa do setor.

De acordo com a assessoria do premiado Skye, de São Paulo, 40% das caipirinhas vendidas no bar são de saquê. No tradicional Bar Brahma, aquele na esquina da “Ipiranga e a Avenida São João”, o número aumenta para a metade.

Vinho japonês

Agora, é o momento de descobrir o saquê em sua expressão mais pura. Cada vez mais restaurantes (nipônicos ou não) apostam em cartas de saquê com diferentes rótulos – desde os simples junmai (tipo mais comum, mais mineral e alcoólico) até os delicados daiginjo (categoria mais elevada, mais leve e com sabores frutados de melão e maçã). “A saquerinha é um começo, mas queremos ensinar o brasileiro a diferenciar saquê comum de saquê premium, como se faz com o vinho”, defendeu o empresário Celso Ishiy, da importadora Tradbras, em entrevista coletiva.

Da mesma forma que o “néctar de Baco”, o saquê tem muito a mostrar. Ele também depende da temperatura, do modo como é servido e de muitos cuidados ao longo da produção. Neste caso, o que mais importa é o polimento do arroz (tão essencial quanto à maturação da uva para os vinhos) – quanto mais polido, menos se aproveita do grão de arroz, mas melhor são seus sabores e complexidade.

Para os conterrâneos mais tradicionais, o saquê merece mais respeito. “Japonês não mistura saquê com nada, senão perde os sabores do arroz”, contou a paulista Margarida Haraguchi, dona do Izakaya Issa, tradicional “boteco” japonês no bairro oriental da Liberdade.

À mesa

Como beber do jeito certo, então? Comece descobrindo o seu gosto – mais seco ou mais doce? Mais encorpado ou mais frutado? Vai beber puro ou combinar com algum prato?

Para harmonizar, os melhores são os secos e menos frutados, por serem mais “neutros”. E não precisa acompanhar só sushi e sashimi, não. A princípio, qualquer comida vai bem com saquê – respeitando a regra de pratos leves com bebidas leves, pratos fortes e temperados com bebidas encorpadas.

E quanto à temperatura? Muito versátil, o saquê pode ser bebido entre 5ºC e 55ºC. Vai muito de gosto, mas os especialistas explicam que os melhores saquês devem ser bebidos frios para aproveitar melhor os sabores.

Ao esquentar a bebida (processo que pode ser feito até no micro-ondas ou banho-maria), ela ganha em aromas, diminui a sensação alcoólica, mas perde em complexidade. Na contramão, um saquê muito simples pode parecer insosso e alcoólico quando frio.

E aí, quer conhecer melhor o mundo dos saquês? Comece a degustar e “itadakimasu” (“bom apetite” em japonês”)!…..

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